segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Bahia atrai fábrica de embalagens de vidros do méxico

Líder na fabricação de vidros no México, Vitro investirá R$ 210 milhões no Estado

A empresa mexicana Vitro, fundada em Monterrey há 105 anos, vai investir R$ 210 milhões e empregar 500 trabalhadores na Bahia em sua primeira fábrica de embalagens de vidro no Brasil, com o foco inicial dirigido para frascos de cosméticos e perfume. O anúncio foi feito nesta manhã de hoje (08.09.2014), na Governadoria, durante assinatura do termo de compromisso entre a Vitro, representado pelo seu diretor-executivo, Adrian Sada Cueva, e pelo Governo da Bahia, nas pessoas do governador Jaques Wagner, do secretário da Fazenda, Manoel Vitório, e do subsecretário da Indústria, Comércio e Mineração, Luiz Gonzaga.
A planta industrial irá ocupar uma área de 90 mil m2, no Pólo Industrial de Camaçari, ao lado da fábrica de O Boticário, que deverá ser inaugurada ainda este mês. Ontem mesmo, à tarde, o diretor-executivo da Vitro visitou as instalações de seu possível novo cliente no Brasil. Além de O Boticário, a implantação de uma indústria de embalagens de vidro na Bahia deverá atrair imediatamente outra gigante brasileira da indústria de cosméticos e perfumaria. As regiões Norte/Nordeste representam 37,3% do mercado brasileiro de cosméticos e 47,6% do segmento de perfumaria no país.
De acordo com o diretor de projetos especiais da Vitro, Ricardo Maiz, o grupo acredita que, além de atender o mercado existente, haverá a criação de mais demanda com a fábrica de frascos de vidro. “Sabemos que a Bahia tem muito potencial de crescimento econômico e alguns dos nossos clientes têm interesse em se instalar aqui, o que pode ser viabilizado com a implantação da Vitro”.
As negociações para a instalação do grupo mexicano começaram há um ano. “Visitamos outros Estados, mas escolhemos a Bahia por quatro razões: “A excelente qualidade do apoio governamental, o potencial do mercado, especialmente o do Nordeste, a qualidade da matéria-prima e a oferta de gás natural”, explicou Cueva, acrescentando que a unidade baiana vai produzir 16 mil ton/ano de vidro e poderá se expandir, futuramente, para atender aos produtores de bebidas, alimentos e fármacos.
Aliás, no quesito dos insumos para a fabricação de vidros, a Bahia é quase imbatível. Possui uma reserva de sílica de alta pureza em Santa Maria Eterna, distrito de Belmonte, na região Sul, além de argila e feldspato de boa qualidade nas regiões Metropolitana e de Castro Alves.  “A sílica de Belmonte é quase pura, possuindo um baixíssimo índice de ferro. É tão boa que é exportada in natura para o Japão para a fabricação de telas de monitores de LCD”, explica Paulo Guimarães, superintendente de Atração de Investimentos da Secretaria da Indústria.

A previsão é que a unidade da Vitro comece a operar no segundo trimestre de 2016. Enquanto a indústria não fica pronta, os produtos continuarão a ser exportados para a América do Sul pela planta de Toluca, no México. “Nossa presença no Brasil contribuirá para consolidar nossa posição como um dos principais concorrentes do mercado global de cosméticos e fragrâncias, com uma presença multirregional para atender melhor os nossos clientes”, afirma Cueva.
O secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, diz que a razão para a chegada de empresas na Bahia como a Kimberly-Clark, O Boticário e, agora a Vitro, é o potencial de consumo do Nordeste, alavancado pelas política de inclusão social dos governos Lula e Dilma. “Eles estão chegando primeiro para disputar um mercado consumidor em ascensão e a Bahia é a melhor porta de entrada para a região. No caso dos cosméticos, estamos falando de um mercado que movimenta, anualmente, só no Nordeste, cerca de R$ 8 bilhões”, diz Correia. 
DIVERSIFICAÇÃO
A companhia foi fundada em 1909, é líder de fabricação de vidros no México, e um dos maiores do mundo. Com sede em Monterrey, México, a empresa possui filiais na Europa e nas Américas – Bolívia, Guatemala e Colômbia. Além de embalagens de vidro para bebidas, alimentos, cosméticos e farmacoquímicos, produz também vidros planos para as indústrias automotiva e da construção civil. O grupo também possui uma fábrica de carbonato de sódio, empregado na produção de vidros, detergentes, têxteis e papel.

Fonte: Secom

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