A
empresa mexicana Vitro, fundada em Monterrey há 105 anos, vai investir
R$ 210 milhões e empregar 500 trabalhadores na Bahia em sua primeira
fábrica de embalagens de vidro no Brasil, com o foco inicial dirigido
para frascos de cosméticos e perfume. O anúncio foi feito nesta manhã de
hoje (08.09.2014), na Governadoria, durante assinatura do termo de
compromisso entre a Vitro, representado pelo seu diretor-executivo,
Adrian Sada Cueva, e pelo Governo da Bahia, nas pessoas do governador
Jaques Wagner, do secretário da Fazenda, Manoel Vitório, e do
subsecretário da Indústria, Comércio e Mineração, Luiz Gonzaga.
A planta industrial irá
ocupar uma área de 90 mil m2, no Pólo Industrial de Camaçari, ao lado da
fábrica de O Boticário, que deverá ser inaugurada ainda este mês. Ontem
mesmo, à tarde, o diretor-executivo da Vitro visitou as instalações de
seu possível novo cliente no Brasil. Além de O Boticário, a implantação
de uma indústria de embalagens de vidro na Bahia deverá atrair
imediatamente outra gigante brasileira da indústria de cosméticos e
perfumaria. As regiões Norte/Nordeste representam 37,3% do mercado
brasileiro de cosméticos e 47,6% do segmento de perfumaria no país.
De acordo com o diretor
de projetos especiais da Vitro, Ricardo Maiz, o grupo acredita que, além
de atender o mercado existente, haverá a criação de mais demanda com a
fábrica de frascos de vidro. “Sabemos que a Bahia tem muito potencial de
crescimento econômico e alguns dos nossos clientes têm interesse em se
instalar aqui, o que pode ser viabilizado com a implantação da Vitro”.
As negociações para a
instalação do grupo mexicano começaram há um ano. “Visitamos outros
Estados, mas escolhemos a Bahia por quatro razões: “A excelente
qualidade do apoio governamental, o potencial do mercado, especialmente o
do Nordeste, a qualidade da matéria-prima e a oferta de gás natural”,
explicou Cueva, acrescentando que a unidade baiana vai produzir 16 mil
ton/ano de vidro e poderá se expandir, futuramente, para atender aos
produtores de bebidas, alimentos e fármacos.
Aliás, no quesito dos
insumos para a fabricação de vidros, a Bahia é quase imbatível. Possui
uma reserva de sílica de alta pureza em Santa Maria Eterna, distrito de
Belmonte, na região Sul, além de argila e feldspato de boa qualidade nas
regiões Metropolitana e de Castro Alves. “A sílica de Belmonte é quase
pura, possuindo um baixíssimo índice de ferro. É tão boa que é
exportada in natura para o Japão para a fabricação de telas de monitores
de LCD”, explica Paulo Guimarães, superintendente de Atração de
Investimentos da Secretaria da Indústria.
A previsão é que a unidade da Vitro comece a operar no segundo trimestre de 2016. Enquanto a indústria não fica pronta, os produtos continuarão a ser exportados para a América do Sul pela planta de Toluca, no México. “Nossa presença no Brasil contribuirá para consolidar nossa posição como um dos principais concorrentes do mercado global de cosméticos e fragrâncias, com uma presença multirregional para atender melhor os nossos clientes”, afirma Cueva.
O secretário da
Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, diz que a razão para a
chegada de empresas na Bahia como a Kimberly-Clark, O Boticário e, agora
a Vitro, é o potencial de consumo do Nordeste, alavancado pelas
política de inclusão social dos governos Lula e Dilma. “Eles estão
chegando primeiro para disputar um mercado consumidor em ascensão e a
Bahia é a melhor porta de entrada para a região. No caso dos cosméticos,
estamos falando de um mercado que movimenta, anualmente, só no
Nordeste, cerca de R$ 8 bilhões”, diz Correia.
DIVERSIFICAÇÃO
A companhia foi fundada
em 1909, é líder de fabricação de vidros no México, e um dos maiores do
mundo. Com sede em Monterrey, México, a empresa possui filiais na Europa
e nas Américas – Bolívia, Guatemala e Colômbia. Além de embalagens de
vidro para bebidas, alimentos, cosméticos e farmacoquímicos, produz
também vidros planos para as indústrias automotiva e da construção
civil. O grupo também possui uma fábrica de carbonato de sódio,
empregado na produção de vidros, detergentes, têxteis e papel.
Fonte: Secom
Nenhum comentário:
Postar um comentário