terça-feira, 23 de setembro de 2014

Parque de aerogeradores está em fase de expansão

Deu no site da SICM
Essa expansão implica encomendas de equipamentos da ordem de R$ 7 bilhões por ano

Por Domingos Zaparolli | Para o Valor, de São Paulo
Para chegar a 2020 com uma capacidade instalada de 20 GW, como previsto pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o parque gerador brasileiro terá que realizar, em média, uma expansão anual de 2,5 GW. Essa expansão implica encomendas de equipamentos da ordem de R$ 7 bilhões por ano. A perspectiva de bons negócios tem estimulado investimentos produtivos no país. Ao mesmo tempo, fornecedores de aerogeradores tentam superar os gargalos da cadeia produtiva para se enquadrar nas exigências de conteúdo local estipuladas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a concessão de financiamentos subsidiados na compra de equipamentos.
A política do BNDES adotada no fim de 2012 prevê até 2016 uma gradual nacionalização de etapas produtivas, superando a casa dos 60% de conteúdo local. Elbia Melo, presidente da Abeeólica, diz que desde 2013 geradores e fornecedores de equipamentos, representados pela Associação Brasileira de Maquinas e Equipamentos (Abimaq), têm mantido conversações para detectar e solucionar gargalos da cadeia produtiva e que os problemas estão sendo superados. "A exigência de conteúdo local não será um entrave para a expansão da geração eólica", afirma.
Segundo o BNDES, um total de 37 projetos de investimentos produtivos já foi anunciado, sendo 22 novas unidades industriais e 15 expansões de fábricas. O número de projetos poderá ser ainda maior, relatam representantes das indústrias de equipamentos. Jean-Claude Robert, gerente-geral da divisão de energias renováveis da GE para a América Latina, diz que, com os investimentos em curso, o Brasil passa a contar com uma cadeia completa de fornecimento de equipamentos eólicos, mas ainda será necessário aumentar a escala produtiva para atender ao crescimento da demanda, e ganhar competitividade para, no futuro, o setor se tornar exportador. "Estamos diante de um bom desafio, que é de crescimento, mas a indústria tem condições de atender a demanda projetada para os próximos anos", diz.
Sem relevar detalhes, "para não alertar a concorrência", Tobert diz que a GE estuda novos investimentos na produção de componentes considerados como gargalos pela companhia. Atualmente a empresa opera uma fábrica em Campinas (SP) de hubs, o "nariz" da turbina, que alcançou este ano a marca de mil peças produzidas. Em novembro, começa a produzir a nacelle, considerada o "coração" do sistema, dois meses antes do prazo estabelecido pelo BNDES para a nacionalização do componente.
Marcos Costa, presidente da Alstom Brasil, diz que, por meio de negociações conduzidas pela companhia, 29 novas linhas produtivas de componentes foram introduzidas no país por empresas estrangeiras ou expansão de fabricantes locais. "Vamos adensar ainda mais nossa cadeia de fornecimento local", diz. O objetivo em médio prazo, segundo Costa, é tornar a produção brasileira competitiva para atender a América Latina.
A Alstom já investiu R$ 60 milhões em duas fábricas no Brasil. A primeira opera desde 2011 em Camaçari (BA) para a produção de nacelles, e a segunda de torres de aço em Canoas (RS). Em agosto, a companhia anunciou uma joint venture com a Andrade Gutierrez para investimento de R$ 90 milhões em uma fábrica de torres para aerogeradores em Jacobina (BA), com capacidade inicial de 200 unidades por ano. A previsão é entrar em operação neste ano.
O plano de investimentos da Gamesa soma R$ 500 milhões até 2015. A empresa tem fábrica em Camaçari de nacelles e cubos com capacidade anual de 700 MW. Segundo o diretor executivo Edgard Corrochano, as encomendas já contratadas garantem uma ocupação de 100% da capacidade para 2015, mas ainda não há uma contratação equivalente para 2016.
Fonte: Valor Econômico

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