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Itaparica faz esforço para recepcionar mais turistas
Com a proximidade da Copa do Mundo, hotéis e restaurantes da Bahia se preparam para um aumento de até 60% nos negócios. Para receber os visitantes, pequenos estabelecimentos da Ilha de Itaparica e de Camaçari devem investir quase R$ 1 milhão em reformas e na capacitação de funcionários. Em Itaparica, foi criada uma associação com 30 empresários para estimular o turismo na região e conseguir descontos em compras coletivas. A redução de preços na aquisição de pescados já chegou a 20%.
A Pousada Norage, na praia de Cacha Pregos, em Itaparica, planeja investir R$ 80 mil em obras até 2014. "O investimento está voltado principalmente para a reforma de nove dos nossos 12 apartamentos", explicam os sócios Walter López Correia e Aurita Ferreira de Faria. A pousada existe desde 1985 e tem três funcionários fixos. No ano passado, recebeu 458 hóspedes e a estimativa é aumentar o volume de visitantes em 30%, até dezembro.
"Estamos profissionalizando a equipe com cursos de gestão de negócios", diz Aurita. Investir na divulgação da pousada e participar de eventos de turismo também estão nos planos. Para driblar a sazonalidade, foi construído um salão para eventos corporativos com capacidade para 50 pessoas.
De olho nos jogos da Copa de 2014 em Salvador, Correia e Aurita fazem cursos de inglês e espanhol, promovidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec-Copa), iniciativa do governo federal que reúne 29 atividades ligadas a turismo. Na Bahia, o programa tem 30 mil inscritos e cinco mil profissionais matriculados nos treinamentos.
Os dois sócios da Pousada Norage também recorrem às consultorias de desenvolvimento de negócios da Secretaria Estadual de Turismo e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Bahia (Sebrae-BA). "Estamos colocando em prática o que aprendemos nas capacitações." Com a Copa do Mundo de futebol, Correia acredita que os negócios podem crescer até 60%.
Um dos objetivos do empresário é chamar a atenção do poder público para a comunidade de Itaparica, com 55 mil habitantes. "É necessário um olhar mais efetivo do governo para alavancar o turismo na ilha". Localizada a 13 quilômetros da capital, via ferry boat, Itaparica é a maior das 56 ilhas da Baía de Todos os Santos e tem 40 quilômetros de praias.
Há quase dois anos, Correia estruturou uma central de negócios, com 30 empresários da região. A ideia é contribuir para a transformação do local em um destino turístico permanente, criar ações de turismo sustentável e fazer compras coletivas de interesse dos sócios. "Já compramos camarão com uma redução de 20% no valor final, em pleno verão, e vamos adquirir gás de cozinha por um preço menor", afirma.
A cooperativa também faz pesquisas para descobrir as demandas dos turistas nos meios de hospedagem associados, criou cinco roteiros turísticos e lançou um guia de atrações. A meta é que o número de participantes no grupo cresça 30% até 2014.
A empresária Dina Chequer, dona do restaurante Pimenta de Cheiro, em Itaparica, vai diversificar atividades. Finaliza as obras de um pequeno hotel, a 50 metros do terminal marítimo que recebe os turistas. Serão nove apartamentos, metade com vista para a Baía de Todos os Santos e investimento de R$ 800 mil. "Estamos vivendo um bom momento, por conta da indústria naval", diz.
Em Maragogipe, a 133 quilômetros de Salvador, começaram as obras do estaleiro Enseada do Paraguaçu, considerado o maior investimento da iniciativa privada no Estado, sob o comando de um consórcio formado pelas empresas Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki. A conclusão dos trabalhos está prevista para 2014 e deverão ser investidos R$ 2 bilhões na construção e contratação de três mil operários.
Enquanto termina as obras do hotel, Dina continua no comando do restaurante, com capacidade para 150 pessoas. O lugar foi aberto em 2009 e tem oito funcionários. Oferece 50 opções de pratos, como um "mix" de frutos do mar servido em travessa de pedra sabão, com batata doce e banana da terra.
Na Praia de Arembepe, em Camaçari, a 30 quilômetros de Salvador, a Pousada Gipsy vai investir R$ 50 mil nos próximos dois anos. "Vamos fazer reformas, investir em qualificação e ações de marketing", diz a proprietária Regina Celi de Oliveira, que comanda dez funcionários. A pousada, aberta em 1997, tem 40 quartos e recebeu 1,3 mil hóspedes em 2011. "A previsão é chegar a dois mil visitantes em 2012".
Atenta às novas demandas, Regina frequenta cursos de atendimento e manipulação de alimentos. A estimativa é que o movimento na pousada aumente até 50% com a Copa. Antes disso, os empresários baianos já se preparam para a Jornada Mundial da Juventude Católica, que ocorrerá no Rio de Janeiro em julho de 2013, mas deve ter reflexos na economia baiana. Segundo a Secretaria de Turismo, a Bahia deve receber até 30 mil estrangeiros que irão ao evento religioso, que aguarda 400 mil participantes de 192 países.
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