terça-feira, 15 de setembro de 2015

CORTE DO GOVERNO AFETA SETORES DA ECONOMIA BAIANA E DEVE AMPLIAR A RECESSÃO



15/09 - 07:47hs -  Bahiaeconômica
  

O novo ajuste fiscal, anunciado ontem pelos Ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa e que prevê um corte de R$ 26 bilhões nas despesas e um aumento de R$ 40,2 bilhões na arrecadação, com R$ 32 bilhões provenientes de uma nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), vai afetar a economia baiana em vários segmentos.

O mercado imobiliário baiano será afetado diretamente com os corte previstos no PAC para o programa Minha Casa Minha Vida e com o aumento de impostos nas transferências imobiliárias. Entre janeiro e junho foram lançados 2.884 novas unidades no mercado baiano e 90% deste total foram de imóveis do projeto Minha Casa, Minha Vida (MCMV). O corte vai reduzir o lancamento de imóveis nesse segmento.

O mercado de imóveis usados e de corretagem baiano também sofrerá  já que,  segundo a proposta do governo, quem vende um imóvel de até R$ 1 milhão continuará pagando alíquota de imposto de renda de 15%, mas  a partir daí, a alíquota subirá de forma escalonada até chegar a 30% para imóveis vendidos por mais de R$ 20 milhões.

Os recursos do PAC para a Bahia, por outro lado, já tinham sido reduzido anteriormente e afetado projetos estruturantes como a Ferrovia Oeste-Leste, cuja operações nesse momento resumem-se a manutenção do que já foi feito, e os recursos do PAC mobilidade, que seriam disponibilizados para o metrô, BRT e VLT do subúrbio,  também estão sendo contingenciados e agora a redução será no Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que vinha garantindo algum dinamismo no setor de material de construção na Bahia.

O setor exportador também será afetado já que o governo anunciou ontem um corte de R$ 2 bilhões no Reintegra, programa que reduz impostos cobrados em duplicidade o que ocorre nas operações de mercado externo.  As empresas exportadoras, que comemoravam a alta do dólar, amargam agora o aumento nas taxas de juros para contratos de câmbio, um dos efeitos da perda do grau de investimento.

A agropecuária baiana, único setor da economia que apresentou crescimento do PIB em 2015, também será afetada já que o governo reduziu os recursos da política de preços mínimos para produtos agrícolas. O PIB baiano teve queda de 15 no primeiro semestre de 2015 e as medidas devem ampliar a desaceleração.

Além disso, a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) vai aumentar custos de forma generalizada já que é um imposto em cascata que se dissemina por toda a economia. 

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