Deu no site da SICM
Leilão pode ser um marco para melhoria econômica na região, igualando-se aos impactos gerados na Chapada Diamantina
Com
o maior potencial para energia solar do país, a Bahia é um dos estados
brasileiros que mais podem ganhar com o desenvolvimento de uma cadeia
produtiva nessa área no Brasil.
Não
é à toa que o estado aguarda com expectativa a realização, prevista
para o final deste mês, do primeiro leilão de reserva específico para a
fonte. Dos 400 projetos cadastrados para participar no leilão, 161
devem ser instalados na Bahia. Ou seja: mais de 40%.
No
setor, a Região Nordeste concentra os investimentos previstos, "por
conta dos fatores favoráveis, sobretudo, os maiores índices de radiação
do país", como explica o presidente da Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.
Depois
da Bahia, os estados que mais concentram projetos são Piauí (45),
Pernambuco (43) e Rio Grande do Norte (42). Ainda assim, somados, eles
ainda não alcançam o total de projetos previstos em terras baianas.
Potencial - "É
um leilão que é realmente muito significativo para o nosso estado,
pois não se trata apenas de uma questão de infraestrutura, mas porque
também se traduz em real oportunidade econômica para o semiárido, onde a
energia solar tem seu maior potencial", afirmou o superintendente de
Indústria e Mineração da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração
do Estado da Bahia, Rafael Valverde.
É
justamente na região mais castigada pela seca que se concentra o maior
potencial de energia solar da Bahia - sobretudo, nas margens do Rio São
Francisco, nas áreas próximas ao Lago de Sobradinho. Valverde acredita
que o leilão pode ser um marco de uma transformação econômica na
região, igualando-se aos impactos gerados pela energia eólica hoje na
Chapada Diamantina.
Valverde
ressalta que, além do semi-árido e Chapada Diamantina (onde podem ser
desenvolvidos projetos híbridos, com as fontes solar e eólica),
distritos e complexos industriais do estado, a exemplo do Polo de
Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, podem também ganhar, com a
atração de empresas fabricantes de peças, como as placas fotovoltaicas
usadas no processo de conversão da radiação em energia elétrica.
Impacto regional - No
caso da energia solar, os pesos econômico, ambiental e social dos
projetos podem ser ainda maiores, a partir do leilão do dia 31: de 5 mil
megawatts. A quantidade é expressiva, em comparação com a energia
eólica que, desde 2009 até agora, vendeu, em todo o período, um total de
3,2 mil megawatts.
"Isto
mostra a importância desse leilão de energia solar, para consolidar o
mercado, até mesmo porque serão firmados contratos de 20 anos, o que
representa solidez para os investidores, incluindo também as empresas de
produção de placas fotovoltaicas e outras peças necessárias para a
implantação dos parques solares", diz Valverde. Atualmente só existe, no
Brasil, uma indústria de fabricação de placas do tipo, instalada em
Minas Gerais, "que não tem condição nenhuma de atender a esse novo
mercado em franca expansão", como frisou Valverde.
Fábricas de placas - Mesmo
evitando revelar maiores detalhes, o técnico da Sicm antecipou que o
governo baiano já vem sendo procurado por empresas de outros países
interessadas em implantar no estado fábricas de equipamentos para
energia solar.
Além
do contrato de 20 anos, a liberação, anunciada em agosto, de
financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) para projetos dessa natureza criaram as condições ideais para a
implantação da cadeia produtiva. Outro fator motivador foi o preço de
teto do leilão, estabelecido em R$ 262 por megawatt-hora, abaixo da
expectativa do mercado, que chegou a cogitar um valor de R$ 300.
A
Renova é uma das empresas interessadas no leilão no dia 31. Na Bahia, a
companhia já desenvolve um projeto híbrido na Região Sudoeste, onde
mantém parques eólicos do estado.
Fonte: A Tarde
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