Maior parte dos entrevistados considerou bom ou ótimo o novo espaço de
compras e também de lazer
Uma pesquisa da empresa de consultoria P&A, de
Salvador, aponta que a reforma da antiga Ceasinha– atual Mercado do Rio
Vermelho – agradou a 94% dos consumidores.
O levantamento ocorreu entre os dias 20 e 25 de
setembro, com 285 pessoas que compram no local. A maior parte dos entrevistados
considerou bom ou ótimo o novo espaço de compras e também de lazer.
Na avaliação, foi aplicada uma escala de 1 a 5,
considerando aspectos como atendimento, limpeza, organização e aparência dos
boxes. Todos esses itens obtiveram a média 4,3, o equivalente ao conceito
“satisfeito”.
O quesito variedade de produtos atingiu a média
4,2; a praça de alimentação, 4,1; a facilidade de acesso, a segurança e os
sanitários, 4,0; o horário de funcionamento, 3,9; e a climatização, 3,8. Já os
itens estacionamento e preços ficaram entre os que indicam um menor índice de
satisfação da clientela, com as notas 3, 4 e 3, 2,respectivamente. Os números
indicam o conceito“ nem satisfeito, nem insatisfeito”.
Gestão e marketing - O diretor de
mercados e projetos especiais da Empresa Baiana de Alimentos S.A. (Ebal),
Gustavo Valente, acredita que a pesquisa vai auxiliar a administração do espaço
a melhorar a relação entre consumidores e comerciantes.
“A partir desses dados, vamos trabalhar para a
implementação de um plano eficaz de gestão e marketing com foco nos
clientes”,afirma da pesquisa, o grupo privado Enashopp fica responsável pela
elaboração do plano de ação, gestão e marketing para o mercado.
O engenheiro sanitarista Eduardo Topázio, 54 anos,
já era consumidor do mercado quando o local ainda era a antiga Ceasinha, e
revela que tem mais satisfação em frequentar o lugar após a reinauguração do
mercado. “Fazer mercado onde o fator de circulação de ar e pessoas é positivo
auxilia no processo de conservação dos alimentos e oferece mais segurança em
relação aos produtos que são comprados”, opina o engenheiro, que é morador da
Graça.
Ele diz não sentir diferença nos preços dos boxes e
enfatiza a simpatia pelo local. “Há um prazer especial em poder fazer compras e
ainda ter acesso a ambientes onde é possível interagir como outras pessoas e
comer um petisco”, atesta o baiano, que também defende que “os comerciantes
precisam adquirir a tradição de emitir nota”.
A administradora Ana Lúcia Barreto, 53anos,mora
próximo ao mercado e diz que o ambiente é o fator que merece principal destaque
após as obras de melhoria. Segundo ela, antes o local não inspirava segurança
quanto ao aspecto físico nem em relação à qualidade dos produtos vendidos.
“Agora, o preço de algumas coisas aumentou, mas nada muito grave. Depois que
inaugurou, já fui ao mercado três vezes”, expõe Ana.
Opção - O Mercado
do Rio Vermelho não é o local que a administradora escolhe para fazer as
compras do mês. Ela revela que a preferência é para adquirir frutas, verduras e
petiscos. “Tem coisas que só encontro aqui”, conclui.
Mesmo com a receptividade dos consumidores, os
comerciantes do Mercado do Rio Vermelho reclamam do aumento das despesas
decorrentes de condomínio, aluguel e luz. Segundo uma vendedora que não quis se
identificar, seus custos pularam de R$ 700 (na antiga Ceasinha) para mais de R$
3.800.
Os valores são referentes apenas ao condomínio e ao
aluguel.“O mercado ficou lindo, parece um shopping. Mas as pessoas têm visitado
para passear. Nossas vendas caíram significativamente e os nossos custos de
manutenção do espaço aumentaram. Está complicado manter um boxe nesse lugar”,
desabafa a comerciante, que trabalha no local há 16 anos.
Reuniões - O permissionário José Jorge Gomes afirma
que estão sendo feitas sucessivas reuniões entre proprietários de boxes e
representantes da Ebal para a redução do valor do condomínio. “O mercado está
limpo, bonito e as minhas vendas aumentaram. As únicas questões que estão sendo
revistas com a Ebal são o aumento do estacionamento, que não está comportando a
demanda aos finais de semana, e o custo do condomínio”, detalha Jorge.
O diretor-presidente da Ebal, Eduardo Sampaio,
argumenta que o crescimento da qualidade do novo mercado é o fator principal
para o aumento do condomínio do local. Ainda de acordo com o gestor, para
manter a segurança e se tornar uma referência na Bahia, esses investimentos são
necessários.
“Planejamento” - “Estamos em
um canal aberto de discussões com os comerciantes. Conseguimos realizar algumas
reduções e estamos tentando fazer com que o custo seja o mais racional
possível. Essa é uma fase de planejamento”, completa Sampaio. As obras de
reforma do Mercado do Rio Vermelho foram realizadas pelo governo do estado com
investimentos de R$ 28 milhões, sendo parte financiada pela Caixa Econômica
Federal.
A área comercial construída cresceu 88%, o número
de boxes subiu de 100 para 139 e as vagas de estacionamento aumentaram em 140%,
segundo informações da Ebal. “Agora, vamos identificar onde podemos avançar e
melhor atender os clientes”, observa o secretário da Indústria, Comércio e
Mineração, James Correia.
Fonte: A Tarde
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