O governador Jaques Wagner é um exímio negociador e mostrou isso no episódio do reajuste do funcionalismo. Inicialmente, o governo surpreendeu a todos anunciando um reajuste de 2,5%, bem abaixo da inflação, para, assim, reduzir as expectativas dos funcionários.
Mas, demonstrando que aquele percentual era apenas um balão de ensaio, o governo em nenhum momento defendeu o índice, pelo contrário, dispôs-se imediatamente a abrir negociações, aceitando, desde logo, as duas reivindicações básicas dos servidores: reposição salarial e a retroatividade a janeiro, data-base dos servidores. O Bahia Econômica foi o único órgão da imprensa baiana a identificar esse movimento do governo.
O comando de negociação dos servidores foi conduzido pelo governo e, impactado com a hipótese de receber apenas metade da reposição da inflação, colocou como pauta básica exatamente aquilo que o governo queria.
Assumindo a posição de liderança o governo pode então propor o parcelamento do reajuste. O governo agiu corretamente, afinal, embora não haja queda nem na arrecadação, nem nas transferência do FPE, pelo menos no primeiro quadrimestre do ano, 2013 é um anos cheio de incertezas e a última oportunidade, antes das eleições, para viabilizar a conclusão dos investimentos públicos.
O governador Jaques Wagner demonstrou toda a sua experiência de negociador e desarmou uma bomba que poderia afetar politicamente aquele que pode ser seu último ano de governo.
Armando Avena
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