sexta-feira, 10 de maio de 2013

PREFEITURA DE SALVADOR DEVE INICIAR REQUALIFICAÇÃO DA ORLA

Num prazo de três meses a prefeitura, Ministério Público, Ibama e União devem chegar a um acordo sobre o melhor projeto para os 50km de orla em Salvador, segundo o juiz Carlos D’Ávila, da 13ª Vara Cível da Justiça Federal, em audiência conciliatória realizada com a presença de cerca de 300 barraqueiros.

Se não sair o acordo, o juiz deve dar sentença findando a ação civil pública de 2007, contra o projeto da prefeitura de construir barracas de alvenaria na areia. “Não há mais razão alguma para manter essa demanda judicial cara de forma permanente, como se fôssemos os fiscais da prefeitura”, disse o juiz.

Carlos D´Avila ressaltou ainda a importância na resolução do impasse devido à proximidade da Copas das Confederações e do Mundo, o que seria desagradável para receber os turistas. “Nunca foi objetivo do poder judiciário, nem das partes envolvidas, colocar a orla numa situação primitiva, mas sim organizada. Existia uma ocupação desordenada com pouca praia e muita barraca. Hoje em dia temos situação de desorganização semelhante. Falo com constrangimento que ainda não nos educamos para viver numa sociedade civilizada”, afirmou.

“O principal princípio básico do projeto é que nenhuma edificação seja feita na areia. Vamos reconstruir o ambiente, pois o importante não é só comercializar e sim ter um local para que as pessoas sentem e conversem tranquilamente. A rua é um lugar de encontro e a praia tem que ser também”, pontuou secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia.

Na Barra o objetivo do projeto é reservar a orla aos pedestres e ciclistas, com muita área e poucos veículos. “Durante toda a orla, não vamos permitir estacionamentos desorganizados. Além disso, no trecho após o Farol da Barra (sentido Itapuã), vamos limitar a circulação de veículos, exceto para moradores, e os coletivos vão trafegar pelas ruas de dentro”, explicou Aleluia.

No trecho São Tomé de Paripe/Tubarão haverá uma área destinada à pesca, prática de esporte e banho. Serão colocados quatro sanitários públicos, dois pontos de salva-vidas e oito instalações de comércio, sendo cinco pequenas e três grandes, que não devem ultrapassar nove metros. Em Plataforma/Itacaré haverá três instalações e no trecho da Ribeira/Boa Viagem será preciso intervenções do Estado no bairro.

“O mesmo vai ocorrer com Pituba/Armação e boca do Rio, onde terão apenas pequenas instalações e muitos bancos para as pessoas sentarem e encontrarem a família. O importante é ressaltar que nada será construído nas areias”, garantiu.
 
Rafael dos Anjos
BahiaEconômica

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