quarta-feira, 20 de abril de 2011

Orçamento militar cresce 14%em 10 anos e reorganiza empresas

Gastos em projetos de Defesa somaram R$ 29 bilhões em 2010. Em 2000, desembolso foi de R$ 25 bilhões. Indústrias se unem em parcerias para atender o governo
Jornal Brasil Econômico
Daniel Haidar, do Rio de Janeiro

Os gastos com projetos de Defesa Nacional somaram R$ 29 bilhões no ano passado. A cifra envolve tanto despesas correntes quanto investimentos. Mas vale ressaltar que somente com remuneração de servidores da ativa Exército, Marinha e Aeronáutica gastaram R$ 14,6 bilhões em 2010. Em investimentos foram desembolsados cerca de R$ 5,4 bilhões no ano passado. Só a Marinha gastou R$ 2,8 bilhões com a construção de quatro submarinos convencionais e um submarino movido à propulsão nu-clear. Deste total, R$ 1,8 bilhão foi destinado à pesquisa e desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear. O contrato para a fabricação do submarino nuclear envolve a francesa DCNS e a brasileira Ode-brecht, que criou neste ano uma divisão de Defesa e Segurança para cuidar de projetos do setor. “Não há espaço para muitos concorrentes. Serão no máximo dois, porque não temos orçamento alto. Enxergamos que o mercado nacional pode ser plataforma para grandes exportações”, afirma o presidente da Odebrecht Defesa, Roberto Simões. “As principais indústrias brasileiras do setor foram praticamente adquiridas por nós ou pela Embraer”.

A Odebrecht ganhou espaço no setor com a compra da Mectron, uma fabricante demísseis, e comuma associação coma Cassidian, do grupo EADS. Na outra ponta, a Embraer comprou participação de 50% na Atech e formou parceria com a AEL, subsidiária da israelense Elbit systems. Segundo estimativas da Associação Brasileira das indústrias de materiais bélicos (Abimde), o setor faturou cerca de US$ 2 bilhões em 2009 e a perspectiva é que o valor tenha aumentado no ano passado, de acordo com o vice-presidente da entidade, Carlos Pierantoni. Outros investimentos que criam grande expectativa para a indústria de segurança e defesa são a criação do Sistema Integra- do de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que vai ser controlado pelo Exército, e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz), utilizado pela Marinha. Só o Sisfron tem o custo previsto de R$ 10 bilhões, de acordo com o assessor do Centro de Tecnologia do Exército, Roberto Castelo Branco. O projeto básico do Sisfron deve ser entregue até meados deste ano.A contratação de fornecedores deve ser feita no ano que vem. Serão adquiridos sensores e radares para detectar tráfego aéreo e terrestre. “O sistema deve começar a operar em 2019”, diz Castelo Branco.

Dia do Exército

Ontem, no Dia do Exército, a presidenta Dilma Rousseff destacou a “vocação pacífica e democrática do Brasil” em mensagem pela passagem do Dia do Exército. “As tropas da Força Terrestre, em permanente prontidão, são a garantia indispensável da segurança do país. Um país de vocação pacífica e democrática, que valoriza o diálogo, a justiça, o respeito aos direitos humanos e que vemse con- solidando como uma sociedade próspera e fraterna, que busca a igualdade de oportunidades para todos. Na verdade, uma das maiores democracias domundo”, disse a presidente.Destacou ainda o trabalho da missão brasileira na reconstrução do Haiti. “No comando da Missão para a Estabilização do Haiti, por exemplo, o Exército Brasileiro vem dando mais um exemplo de responsabilidade,” disse. ■ ComABr

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