Armando Avena
Escritor, economista e diretor do portal Bahia Econômica, é membro da Academia de Letras da Bahia
armandoavena@uol.com.br
Na montagem do ministério da presidente eleita, o governador Jaques Wagner negocia a inserção da Bahia. Comenta-se que o Estado poderia ser contemplado com o Ministério das Cidades, da Integração Nacional ou do Turismo, todos com impacto positivo no âmbito do desenvolvimento. Entretanto, se fosse possível escolher, o governador deveria optar pelo Ministério das Cidades. Este ministério é o instrumento ideal para viabilizar infraestrutura para todas as cidades baianas, especialmente as de médio porte.
Enquanto São Paulo e Minas, por exemplo, possuem quase uma dezena de cidades com mais de 500 mil habitantes - com equipamentos urbanos que inibem a migração para a capital e dão apoio à produção -, a Bahia possui apenas uma. cidade desse porte e fica a apenas 100 km de Salvador. Ou seja, não há rede urbana de porte no interior da Bahia, por isso Salvador inchou e desordenou-se. Nesse contexto, o Ministério das Cidades é o instrumento ideal para implementar um programa de cidades médias, pensado há 20 anos e nunca concretizado. Além disso, é neste ministério que estão alocados os recursos para a mobilidade urbana nas cidades-sede da Copa e as grandes obras previstas para a capital baiana, inclusive a ampliação do metrô. No Ministério das Cidades, estão previstos recursos da ordem de R$ 200 bilhões, distribuídos entre o programa Minha casa, Minha Vida e as obras de urbanizacão e mobilidade urbana.
O Ministério da Integração Nacional é também de extrema importância no contexto do desenvolvimento, pois realiza obras de infraestrutura hídrica e conduz a política nacional de irrigação e, além disso, administra os recursos dos fundos de desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste.
O ideal é que a Bahia pudesse ocupar as duas pastas, o que pode ocorrer se o PP indicar o deputado Mário Negromonte como se especula, mas, se for dado escolher, o governador Wagner deveria jogar suas cartas no Ministério das Cidades. Além desses, o Ministério do Turismo seria também de grande importância para a Bahia, dando a possibilidade de consolidar e ampliar nossa posição de liderança no setor.
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