quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Atenção Ilhéus...com tantas bicicletas nas ruas seria uma bela iniciativa ciclovias.

 CONDER lança projeto que privilegia o uso da bicicleta

A Bahia se prepara para receber a Copa do Mundo 2014 e o pontapé inicial foi dado com a construção da Nova Fonte Nova, prevista para ser entregue no final de 2012. Mas a concretização de um evento com essa dimensão requer ações em diversas áreas, como turismo, infraestrutura, mobilidade e tecnologia, entre outras. Para discutir essas questões foi realizado hoje, no Gran Hotel Stella Maris, o II Fórum Bahia Copa 2014.
Uma iniciativa do Governo do Estado, através da Secopa – Secretaria Extraordinária para Assuntos da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, que contou com um atrativo capaz de transformar Salvador na “Cidade Bicicleta”. Projeto desenvolvido pela CONDER com o objetivo de aliar hábitos saudáveis à sustentabilidade, meio de transporte ao esporte, através da recuperação e criação de circuitos cicloviários, que ligarão pontos importantes da capital baiana.
Lançado oficialmente no fórum pelo presidente da CONDER, Milton Villas-Bôas, o Cidade Bicicleta foi apresentado com uma alternativa importante para Salvador, não apenas para o período da Copa do Mundo, mas também como um equipamento que ficará como legado permanente para a população. Villas-Bôas destacou, baseado em dados coletados por uma pesquisa realizada em 2009, em Salvador e Lauro de Freitas, que “mais de 40% do deslocamento é feito a pé ou de bicicleta, principalmente pela população menos favorecida, o que qualifica o Cidade Bicicleta como uma iniciativa propulsora da inclusão social”.

PASSEIO

Um passeio ciclístico, que percorreu o trecho entre Itapuã e o local do evento e quecontou com a participação de mais de 100 pessoas, de todas as idades, marcou o início do II Fórum Bahia Copa do Mundo 2014. Dentre as participantes, a jornalista paulista Renata Falzoni da Espn Brasil, era uma das mais entusiasmadas. Ciclista há 34 anos, Renata se define como uma apaixonada pela bicicleta que, na década de 70, ainda estudante, deu de presente o carro para o irmão e passou a se locomover em São Paulo utilizando a sua bike.
Inicialmente, conta que não havia a pretensão de transformar sua paixão em militância, porém com o passar do tempo e uma maior conscientização, por conta do vínculo existente com o bem estar, a saúde e o meio ambiente, resolveu lutar em favor dos ciclistas, classe que, além de desassistida pelas políticas públicas, sofre preconceito no trânsito. Sua jornada teve como ponto marcante a candidatura à Câmara de Vereadores da capital paulista, na década de 90. Apesar de não ter sido eleita, Falzoni se sente vitoriosa, por ter levantado uma bandeira que mais tarde seria valorizada também em outras praças, entre elas a Baixada Santista, onde existem quase 200 km de ciclovias e ciclofaixas, interligando cidades como Santos, Guarujá e Praia Grande.
Justamente por esse reconhecimento na defesa do “mundo do pedal” que Falzoni foi convidada para participar do II Fórum Copa Bahia 2014 - uma das questões centrais foi a preocupação com o meio ambiente (todo o carbono gerado pelo consumo de energia e os materiais disponibilizados no evento serão compensados com o plantio de 160 árvores).

PIONEIRISMO

Satisfeita pela oportunidade de retornar a Salvador, a cicloativista parabenizou a Bahia, e particularmente a CONDER, idealizadora do Cidade Bicicleta, pelo pioneirismo em aprofundar o debate em torno da Copa do Mundo e da bicicleta enquanto meio de transporte, ressaltando que, além das ciclovias, é necessário investir em uma “estrutura cicloviária que englobe ciclofaixas, trânsito partilhado com responsabilidade, bicicletários, integração com outros meios de transporte público e rotas definidas e sinalizadas”. Lembrou, ainda, que é possível avançar muito no Brasil, um país 23 vezes maior que a Alemanha, que por sua vez tem 53 mil km de ciclovias ou ciclofaixas, enquanto que o mesmo número representa a extensão das estradas federais no nosso país.
O Secretário da Secopa, Ney Campello, destacou o sucesso do fórum que contou com mais de 500 inscritos, a parceria com diversas secretarias e a articulação com a Prefeitura de Salvador. Na oportunidade foram assinados protocolos de intenções para a cooperação técnica com a UFBA e a Secretaria de Justiça, visando, respectivamente, a cooperação técnica no desenvolvimento de projetos e a garantia à acessibilidade na construção dos equipamentos.
Campello conclamou todos a encarar o desafio que é trazer a abertura da Copa do Mundo para Salvador, berço da civilização brasileira e maior representante da sua diversidade cultural, o local ideal para dar prosseguimento ao evento depois da África, já que se trata da cidade com o maior percentual de população negra do mundo fora daquele continente.



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