Armando Avena
Escritor, economista e diretor do portal Bahia Econômica, é membro da Academia de Letras da Bahia
armandoavena@uol.com.br
A Bahia pode se tornar a quinta economia do País nos próximos anos, igualando-se ao Paraná que hoje possui um PIB cerca de 30% maior. Isso pode acontecer, pois o Produto Interno Bruto (PIB) baiano está crescendo mais que o paranaense e, o mais importante, cerca de um milhão e meio de novos consumidores entraram no mercado de consumo, algo que o Paraná não tem.
Escritor, economista e diretor do portal Bahia Econômica, é membro da Academia de Letras da Bahia
armandoavena@uol.com.br
A Bahia pode se tornar a quinta economia do País nos próximos anos, igualando-se ao Paraná que hoje possui um PIB cerca de 30% maior. Isso pode acontecer, pois o Produto Interno Bruto (PIB) baiano está crescendo mais que o paranaense e, o mais importante, cerca de um milhão e meio de novos consumidores entraram no mercado de consumo, algo que o Paraná não tem.
O governador Jaques Wagner será o timoneiro desse processo e, além de investir na área social e de infraestrutura, vai ter de olhar para a integração espacial do Estado. A Bahia tem gargalos espaciais sérios, a começar por Salvador, uma península cuja expansão vem se dando unicamente pelo vetor norte, que já está em processo acelerado de saturacão.
E só existem dois outros vetores a serem explorados: o vetor oeste, com a ponte Salvador- Itaparica, que começa a ter viabilidade econômica (veja a nota abaixo), e a rodovia Salvador-Feira.
A BR-324 foi objeto de concessão pelo governo do Estado e sua modernização, que já está ocorrendo, será fundamental para a expansão da cidade e para dar competitividade à economia da RMS, que congrega mais de 40% do PIB baiano, mas isso não basta.
Será imperioso também investir para transformar a cidade de Feira de Santana num "hub logístico", capaz de transformar em riqueza local toda a movimentacão rodoviária que vinda do Sul ou do Norte passa obrigatoriamente pela cidade. Nesse contexto, vale destacar ações positivas do governo, ora em curso, como as obras do sistema BA-093 e o início de construção do anel ferroviário que ligará o Polo Industrial de Camaçari ao Porto de Aratu.
Urge, todavia, resolver a questão da administração e modernizacão do Porto de Aratu que o empresariado está disposto a tocar. Mas essa estratégia espacial ainda passa pelo fortalecimento de Vitória da Conquista como polo de união entre Bahia e Minas Gerais (veja a nota) e pela escolha de uma cidade-polo na região do semiárido, onde se concentrará investimentos em diversas áreas para assim construir a capital do sertão, que será a ponte de serviços urbanos, industriais e agrícolas entre o oeste a Feira de Santana.
Nessa estratégia espacial há muitas outras ações, como exigir da Vale uma solução para a ligação ferroviária entre Juazeiro e o Porto de Aratu e há que garantir que e Ferrovia Oeste-Leste e o Porto Sul se transformem em realidade.
O espaço é restrito para definir melhor o modelo, mas essa é a visão moderna da Bahia, uma Bahia global que não pode ser vista de modo setorial ou segmentada em compartimentos estanques.
A ponte Salvador-Itaparica
Esta coluna achava que seria difícil estabelecer viabilidade econômica para a Ponte Salvador- Itaparica, mas resolveu fazer um exercício numérico usando os mesmos parâmetros que o governo federal usou para o financiamento do trem bala que vai ligar o Rio a São Paulo e, então, surpresa: se o governo garantir as mesmas facilidades, especialmente a alocação de recursos do BNDES (e será muito menos que os R$ 19,9 bilhões previstos para o trem bala) a ponte passa a ter viabilidade econômica.
Mas atencão, a Ponte Salvador - Itaparica tem de ser vendida como um projeto indispensável para viabilizar a expansão de Salvador e evitar um travamento da cidade, já que hoje todo crescimento se dá em direção ao superpovoado litoral norte. A ponte surge assim como novo eixo de planejamento baiano e metropolitano e sua construção inclui e fortalece a tendência que já existe de tornar a Cidade Baixa a próxima área de expansão urbana da capital baiana.
Conquista: a capital do su.doeste
A integração espacial da Bahia passa necessariamente pelo fortalecimento de Vitória da Conquista que vai possibilitar também uma maior integração econômica .entre Bahia e Minas Gerais. E preciso investir nessa r:egião e linkar o sudoeste da Bahia ao norte mineiro, estabelecendo uma ponte industrial e comercial com Minas.
A ponte turística já existe e milhares de turistas mineiros vêm todos os anos para as praias do litoral sul, atravessando o sudoeste baiano. É preciso potencializar esse movimento e Vitória da Conquista é o foco desse processo.
O prefeito e a orla
Esta coluna que tanto criticou a orla de Salvador não pode deixar de fazer justiça ao prefeito: a orla, no trecho que vai do Jardim de Alá até Piatã está começando a brilhar. O eficiente sistema de iluminação que está sendo implantado não só realça a beleza das praias como aumenta a segurança e permite que as pessoas voltem a andar à noite nas calçadas.
A retirada das barracas devolveu a praia aos banhistas e os vendedores ambulantes (que devem ser ordenados) causam muito menos problemas que as monstruosas barracas.
Agora, resta que alguém no Poder Judiciário tenha a mesma coragem e determinação do juiz federal Carlos D'Ávila, que pôs abaixo as barracas, e resolva a questão do Aeroclube, fazendo-o funcionar noavamente ou colocando-o no chão.
O orçamento e a Assembleia
Até está data a Lei de Diretrizes Orçamentárias, desde maio na Assembleia Legislativa, não foi aprovada. O orçamento anual, desde setembro na Casa, também não foi aprovado e a Bahia pode começar 2011 sem orçamento. É um problema que afeta 13 milhões de baianos é tão grave que deixo para comentar no meu próximo artigo.
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