quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Copa de 2014:
empresários brasileiros e sul-africanos discutem oportunidades de negócios

Fonte: Tribuna da Bahia
Valendo-se da experiência de ter sediado, este ano, uma bem-sucedida edição da Copa do Mundo de Futebol, empresários da África do Sul chegaram ao Brasil dispostos a aproveitar as oportunidades de negócios que vão surgir por conta do Mundial de 2014.

Segundo projeção apresentada pelo assessor do Ministério dos Esportes Joel Benin, o evento vai injetar cerca de R$ 183 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Além de compartilhar a experiência sul-africana com a organização do evento, a presença da comitiva chefiada pelo ministro da Indústria e Comércio da África do Sul, Rob Davis, tem o intuito de estimular parcerias bilaterais para a execução de projetos em setores como infraestrutura, transportes, tecnologia e segurança.

A procura por produtos e serviços nessas áreas tende a crescer no Brasil, não apenas por causa dos grandes eventos esportivos, mas pelo próprio crescimento econômico nacional.

De acordo com levantamento do Departamento de Indústria da África do Sul, a América Latina, sobretudo o Brasil, Argentina, Chile, México e Venezuela, é um destino estratégico para as exportações sul-africanas, com um potencial estimado em US$ 200 bilhões.

Os contatos também servem para mostrar o país africano como um destino interessante para as empresas brasileiras investirem. "Diante dos desafios recentes, como a crise cambial, fica cada vez mais urgente estimular o comércio Sul-Sul e a nossa visita ao Brasil é parte de um compromisso que queremos que seja de longo prazo", afirmou a diretora titular do Departamento de Comércio e Indústria da África do Sul, Pumla Ncapayi, acrescentando que as transações comercias entre países do hemisfério Sul tem crescido continuadamente.

Entre conselhos sobre como o Brasil deve atender às exigências da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e advertências de como evitar tumultos ou imprevistos, os representantes de construtoras responsáveis por obras como o Estádio Soccer City ou o Aeroporto Internacional Oliver Tambo, ambos em Johannesburgo, aproveitaram um encontro promovido hoje (17) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) para fazer negócios. "Será uma satisfação fazer parcerias com os brasileiros", declarou Danny Quan, um dos 30 integrantes da comitiva sul-africana. "Até três anos e meio antes do início da Copa do Mundo de 2010, estávamos na mesma situação que o Brasil está hoje.

Portanto, sabemos que é possível construir um estádio em 36 meses, pois conseguimos fazer isso", afirmou o também empresário Lowtie Nel. "A experiência sul-africana foi extraordinária e não só temos conversado muito com o governo sul-africano para aproveitar o conhecimento como também temos aberto relações com a iniciativa privada, a fim de ver o que pode vir a ser feito em termos de investimentos", explicou o assessor do Ministério dos Esportes Joel Benin. Para o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca, o incremento das relações comerciais entre os dois países vai favorecer tanto aos empresários africanos quanto aos brasileiros, já que representariam o acesso a mercados consumidores significativos.

A África do Sul tem 48,7 milhões de habitantes e um PIB da ordem de US$ 294 bilhões, poucos se comparados aos US$ 1,6 trilhão brasileiros, mas o país é uma importante porta de entrada para o restante do continente, com uma infraestrutura já consolidada.

Segundo o secretário de Desenvolvimento de Produção do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Armando Meziat, após atingir, em 2007, um volume recorde de US$ 1,8 bilhão, as exportações brasileiras para a África do Sul recuaram devido à crise econômica de 2008, mas estão se recuperando.

Já as importações brasileiras fecharam o ano passado em US$ 561 milhões.

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