domingo, 11 de abril de 2010

Desigualdade social e tragédias

O Brasil bem antes de 1960 assistia aos governos permitirem invasões em morros, margens de rios e lagoas, manguezais e por aí vai e no Rio de Janeiro acontecia em larga escala a ponto de em 1960 com uma população de 3,2 milhões de habitantes já existirem nos morros 334.000 pessoas, o que equivalia 1 em cada 10 habitantes do estado vivia em favela ou seja 10,44% em números redondos e de lá para cá, inclusive no longo período dos governos militares a favelização aumentou e segundo dados do IBGE a situação em 2010 apresenta os seguintes dados: população de 6,2 milhões, sendo 1,3 milhões de favelados, ou seja 1 de cada 5 habitante nessa condição, que equivale a 20,97%.
Em 29/03 deste ano fiz um comentário embasado em dados da ONU quando foi afirmado de que embora o Brasil demonstre uma economia estável e crescente, com o aumento de seu PIB, a distribuição de renda continua sendo terrível, chegando o nosso país a ser apontado estatisticamente como o mais desigual da América Latina, embora o governo distribua e pague bolsas ( recursos financeiros) para a saída da condição de abaixo da pobreza.
Entretanto a bem da verdade, favelas, invasões é uma realidade de quase todo o Brasil e para tanto é só observar a titulo de exemplificação as cidades de Salvador e Ilhéus. Olhe os morros, veja os manguezais, as beiras de aguadas e a resposta está lá nua e crua.
Esse preâmbulo é para entrar direto no assunto da Tragédia do Rio de Janeiro que de acordo com dados já foram contados 229 mortos na cidade do Rio de Janeiro, Niterói e outras(total de 22 municípios), com 161 feridos, 11.562 desabrigados e que agora depois de tanto dor e sofrimento as autoridades informam que serão demolidas mais de 4.000 casas.
A média histórica de índice pluviométrico em ocasiões de muita chuva é de cerca de 137 milimetros, com ocorrências em 1966 de 245 e na semana passada (2010) o maior de todos com 288 milimetros, o que não desculpa de forma alguma se deixar construções em morro formado por onde antes era um lixão.
Autoridades, ONGS, sociedade, imprensa, povo necessitado, todos têm sua parcela de culpa, pois construir em áreas de grandes riscos é realmente colocar a vida em jogo; muito embora a precisão, a falta de um teto, a miserabilidade faça esquecer o perigo.
O Brasil grande, poderoso, pujante, ainda levará anos para as distorções sociais diminuírem e para tanto há uma necessidade de uma politica mais agressiva, com o apoio de todos os segmentos da sociedade para inicialmente reduzir o Déficit habitacional e um dia lá no futuro isso ter um fim.

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