sexta-feira, 16 de abril de 2010

Audiência do terminal privado do Porto Sul teve 1.193 participantes
A chuva já tinha cessado quando, às 4h25 desta sexta-feira (16), o superintendente do Ibama na Bahia, Célio Costa Pinto, encerrou os trabalhos da audiência pública do Terminal Portuário da Ponta da Tulha, a 20 Km de Ilhéus, e que integra o Complexo Porto Sul.
Foi uma noite/madrugada de debates acalorados, onde a grande maioria dos 1.193 presentes demonstrou apoio à implantação do empreendimento da Bahia Mineração, principalmente as lideranças comunitárias dos distritos que estão no entorno do terminal privado – Ponta da Tulha e Retiro – e os bairros de São Miguel, Barra do Itaípe, Barra do Mamoã e Itacaré.
Um dos primeiros a falar na audiência pública, o secretário extraordinário da Indústria Naval e Portuária, Roberto Benjamin, reafirmou o total apoio do Governo da Bahia ao projeto, que vai gerar 1.900 empregos diretos nos seus 28 meses de implantação e representa um investimento de R$ 1,8 bilhão.
A implantação do terminal portuário em Ilhéus será essencial para o escoamento dos 18 milhões de toneladas de minério de ferro, que serão extraídos da mina localizada nos municípios de Caetité e Pindaí, no Oeste baiano.
O transporte do minério será feito pela Ferrovia da Integração Oeste-Leste. Com 1.490 km de extensão - entre as cidades de Ilhéus, na Bahia, e Figueirópolis, no Tocantins - e investimentos estimados em R$ 6 bilhões, será construída pelo Governo Federal, através da Valec.
Incluída entre as prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as obras da Oeste-Leste devem começar no início do próximo semestre.“O Governo da Bahia, em parceria estreita com o Governo Federal, a Prefeitura de Ilhéus e a iniciativa privada, está fazendo a sua parte para que a Costa do Cacau tenha uma alternativa de desenvolvimento.
A realização desta audiência, por si só, já é uma vitória do povo de Ilhéus e, também, da democracia”, disse Benjamin.
O gerente de Comunicação e Desenvolvimento Sustentável da Bahia Mineração, Amaury Pekelman, disse que somente na fase de implantação do Terminal Portuário da Ponta da Tulha serão gerados R$ 50 milhões em ICMS, cinco vezes mais que os R$ 10 milhões arrecadados anualmente, hoje, em Ilhéus.
Além dos dois mil empregos diretos gerados na construção, mais 450 pessoas serão empregadas quando o terminal entrar em operação.“Nosso compromisso é de que 60% da mão-de-obra seja contratada na própria região. O empreendimento vai favorecer, também, a criação de milhares de postos de trabalho indireto em alimentação, hospedagem e toda a cadeia de serviços”, disse Pekelman.
As questões ambientais, relativas ao turismo e à preservação da flora/fauna, além dos impactos sócio-econômicos, dominaram os debates na audiência pública. Apesar de estar situado a 6 km da Lagoa Encantada – um dos sítios ecológicos mais bonitos da Costa do Cacau – o Terminal Portuário da Bahia Mineração não vai afetá-la, segundo garantiu Pekelman. “Vamos, ao contrário, promover a revitalização da Lagoa, investindo na sua preservação e valorizando ainda mais o turismo”, assegurou o gerente de Comunicação.
A empresa garantiu também a criação de viveiros para o cultivo de espécies nativas, proteção ao ambiente marinho e à pesca na região. De acordo com a Bahia Mineração, como o terminal será off shore - as embarcações atracam a 3Km da praia – não haverá danos para o ecossistema local, já degradado pela ocupação desordenada do solo e pelo extrativismo de sobrevivência.
Complexo intermodal
Além do Terminal Portuário da Ponta da Tulha, de uso privativo da Bahia Mineração, o Complexo Porto Sul engloba a construção de mais um terminal portuário público, o novo Aeroporto Internacional de Ilhéus, e uma área industrial nas imediações da BR-101, que está em fase de estudos.“Ao lado da iniciativa privada e do Governo Federal, o Governo da Bahia, através das Secretarias da Indústria, Comércio e Mineração; Planejamento; Infraestrutura; Meio Ambiente e Recursos Hídricos, aposta neste Complexo como um dos grandes projetos estruturantes da economia baiana, principalmente para a Região Sul do Estado.
Com a recente entrada em operação do Gasoduto Sudeste-Nordeste e o Complexo Porto Sul na sua totalidade, a Costa do Cacau vai entrar em um novo ciclo virtuoso de desenvolvimento”, aposta o secretário Roberto Benjamin.
Texto:AGECOM

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