sexta-feira, 23 de abril de 2010

Comunicação do Governo
Gabinete do Governador

Coluna Altos Papos – Roberto Fortuna fala sobre matriz energética
Estudo vai ajudar o governo a traçar uma matriz energética mais limpa.
A idéia é identificar no território baiano regiões que possibilitarão geração de energia, onde se destaca o potencial Eólico e Solar. Trata-se de uma ação coordenada pela Secretaria do Planejamento (Seplan) em conjunto com representantes das secretarias de Indústria, Comércio e Mineração (SICM), Agricultura (Seagri), Meio Ambiente (Sema), Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Infraestrutura (Seinfra) e Fazenda (Sefaz).
O entrevistado desta edição da coluna Altos Papos é o diretor de Planejamento Econômico da Seplan, Roberto Fortuna.Thaís Barreto
(TB): Para traçar uma nova matriz energética, o que a Bahia oferece potencialmente?Roberto Fortuna (RF): A Bahia é um Brasil em miniatura porque possui todos os biomas naturais e disponibilidade para todas as fontes energéticas.
Existe um potencial muito grande de energia eólica. Segundo estudos nós temos uma Itaipu e meia só na área localizada na calha do Rio São Francisco.
O potencial de energia solar é significativo, encontra-se principalmente na região do semi-árido, com radiação solar em boa parte do dia, o ano todo.
A Bahia ainda tem condições de desenvolver Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCHs), existem rios que ainda podem desenvolver pequenas centrais, que seriam ideais pra ofertas localizadas de energia pra atividades produtivas.
Temos também a “Biomassa Energética”, oriunda de uma atividade agrícola dinâmica, a qual gera uma grande quantidade de resíduos que podem ser transformados em carvão vegetal prensado.
Outra fonte são os biocombustíveis: biodiesel e etanol.
TB: O que já está em andamento quanto a Projetos?
RF: No leilão [da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizado em 14 de dezembro de 2009] de energia eólica realizado pelo governo federal, a Bahia conseguiu aprovar dezoito projetos .O cruzamento das informações oriundas do Estudo, além de mapear possíveis estrangulamentos na oferta poderá gerar programas nas áreas de Biocombustíveis, Energia Solar , as Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCHs) e Energia Eólica.
TB: Qual o potencial mais significativo e/ou presente na Bahia?
RF: Pelo potencial que a Bahia dispõe na área de energias renováveis e tendo em vista que a matriz energética do Estado é predominantemente formado pela energia fóssil, o interesse do governo, visando garantir uma sustentabilidade maior do Estado é fomentar Energias eólica, o que já é uma realidade. Com isso, o ganho da sustentabilidade faz com que a matriz energética da Bahia possa ser mais limpa como ela é no presente momento.
TB: Como fica a produção de biocombustíveis?
RF: A Bahia hoje é realidade na área de biocombustíveis com o biodiesel e o etanol. Os biocombustíveis começaram em todo o país a partir de uma política federal de estruturação dessa atividade. A Bahia, através de uma política pública montada começou a estruturar através dos seus programas houve a atração do setor privado e também a capacitação dos agricultores familiares. É uma política onde nós entramos com mecanismos fiscais, tributários e mecanismos de apoios para que essas empresas consigam financiamento. O governo entra apoiando também com uma infra-estrutura necessária facilitando o acesso a energia, a água e o acesso á telecomunicações, e dando apoio na capacitação dos técnicos
.TB: Como essa vantagem na produção de biodiesel chega ao consumidor?
RF: Existem leilões de compra realizados pela Agência Nacional de Petróleo. Trata-se de um leilão reverso. O governo paga pelo menor preço oferecido pelas empresas, então as empresas começam a ofertar seus lotes de biodiesel com preços cada vez menores.
Por que isso acontece?
Primeiro, é uma forma do governo não penalizar o consumidor porque existe um preço de referência que é o biodiesel na bomba. Se eu compro um biodiesel a R$ 3,00 eu não posso colocar ele desse preço na bomba, porque o litro do diesel é R$1,80, então o preço do diesel na bomba é a referência pra aquisição do biodiesel.
TB: Basicamente hoje, quem consome o biodiesel?
RF: São dois tipos de perfil de consumo. O primeiro, e essa é a grande meta do governo brasileiro, são os donos de frotas próprias, que transportam as mercadorias pelo Brasil e usam diesel. Outro alvo são as frotas de ônibus que fazem o transporte de passageiros nas grandes cidades, além de você ter um combustível menos poluente, o que melhora a qualidade de vida, você passa a ter um combustível competitivo. Outro ponto positivo é que o uso do biodiesel no transporte de cargas pode baratear o custo mercadorias até chegar ao consumidor.

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