Aids e outras DSTs: o que você precisa saber sobre elas
A melhor maneira de preveni-las é usando corretamente o preservativo
Segundo o Ministério da Saúde, as doenças sexualmente transmissíveis, ou DSTs,
são consideradas como um dos principais problemas de saúde pública em
todo o mundo. As mais famosas, além da Aids, são a sífilis, a
gonorreia, a clamídia, o herpes genital e o HPV
(Human Papillomavirus). Mas outras doenças não menos importantes, como
as hepatites virais e as infecções pélvicas causadas por bactérias,
também são transmitidas pela relação sexual. Estimativas do Ministério
da Saúde indicam que a DST mais prevalente na população brasileira é a
clamídia, seguida da gonorreia, da sífilis, do HPV, do herpes genital
e, por fim, da Aids.
O chefe do Departamento de DSTs da Sociedade Brasileira de
Urologia, Julio José Máximo de Carvalho, explica que todas essas
doenças podem ser prevenidas através do uso de preservativos masculinos
ou femininos, mas alerta quanto a alguns cuidados.
"É
preciso conferir o prazo de validade da camisinha. Ela também somente
deve ser aberta na hora de usar e o ideal é evitar lubrificantes
oleosos, como a vaselina, pois podem danificar o preservativo. Além
disso, a camisinha sempre deve ser colocada e retirada do pênis ereto", diz.
Ele recomenda ainda atenção com a higiene adequada, não apenas da região íntima, mas também dos objetos de uso sexual.
Veja algumas informações importantes sobre cada uma dessas doenças.
Clamídia
A clamídia
é um tipo de infecção provocada por bactéria que pode atingir os órgãos
sexuais da mulher e do homem. A doença é bastante comum entre os jovens
e alguns dos seus sintomas são dor ao urinar, aumento de corrimento
vaginal, sangramento fora da época da menstruação e dor durante a
relação sexual. O mais grave é que, quando não tratada, pode levar à
infertilidade.
Mas atenção: em muitos casos, a doença é completamente assintomática.
Portanto, a recomendação é consultar regularmente um especialista que
irá fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, geralmente com
uso de antibióticos.
Gonorreia
A gonorreia
também é uma infecção causada por bactéria que pode infectar o colo do
útero, o canal anal, a garganta e os olhos. Seus sintomas são
semelhantes aos provocados pela clamídia, e da mesma maneira pode se
manifestar como uma doença assintomática.
Para as gestantes, a enfermidade é bastante danosa: mulheres com
gonorreia e clamídia não tratadas são passíveis de contaminar o
recém-nascido durante o parto. No primeiro mês de vida, o bebê
infectado tem chance de desenvolver oftalmia neonatal, uma conjutivite
que pode levar à cegueira. Para prevenir, a conduta é aplicar um
colírio na primeira hora após o nascimento.
Sífilis
Trata-se de uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema
pallidum e que apresenta como sintomas iniciais pequenas feridas nos
órgãos sexuais e caroços na virilha. Essas lesões não doem e não coçam.
Em fase mais avançada, a doença pode provocar manchas em várias partes
do corpo e queda dos cabelos.
Quando não tratada, a sífilis está relacionada a complicações graves
como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos. Assim
como todas as DSTs, o parceiro também precisa ser tratado.
Recomenda-se ainda cuidado durante a gravidez, porque a sífilis pode
provocar aborto
e ser transmitida ao recém-nascido, causando má-formação do feto. Por
isso, é importante fazer o teste para detectar a doença ainda durante o
pré-natal.
Estimativas do Ministério da Saúde indicam que a DST mais prevalente na população brasileira é a clamídia
HPV (condiloma acuminado)
O HPV é uma DST que pode ser
causada por mais de 150 tipos do Human Papillomavirus. Alguns desses
micro-organismos estão intimamente relacionados ao aparecimento do
câncer no colo do útero e ânus. O principal sintoma da doença é o
surgimento de verrugas nos órgãos genitais e lesões no colo do útero,
mas, na maioria dos casos, é uma enfermidade assintomática.
O diagnóstico do HPV é feito pelo exame de Papanicolau,
prescrito anualmente pelo ginecologista. O Dr. Julio José Máximo de
Carvalho explica que o tratamento varia de acordo com o prognóstico e
pode incluir eliminação das lesões com cauterização elétrica, química,
a laser ou com uso de crioterapia (cauterização a frio). De acordo com
o especialista, existem também os tratamentos imunológicos através da
aplicação de cremes locais.
Herpes genital
Trata-se de uma doença também
provocada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento.
Seus sintomas incluem pequenas bolhas que se transformam em feridas.
Depois da contaminação, os sintomas podem reaparecer provocados por
fatores físicos e psicológicos relacionados à baixa da imunidade como
estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol,
traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Na presença
de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, a recomendação é de procurar um
especialista o quanto antes. Ele indicará a melhor forma de tratamento.
Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida)
A Aids
é uma síndrome provocada pelo vírus HIV que ataca o sistema
imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. O
portador do vírus, chamado de soropositivo, pode ficar anos sem
desenvolver a síndrome, mas neste período é capaz de transmiti-la a
outras pessoas. Portanto, é tão importante a prevenção através do uso
do preservativo.
Carvalho
explica que a Aids atinge globalmente mais homens do que mulheres - a
proporção é de dois casos para um - na faixa etária de 30 a 49 anos.
Ainda segundo o especialista, isso é explicado pelo fato de que o homem
geralmente tem um número maior de parcerias sexuais do que as mulheres.
"O HIV também é mais facilmente transmitido do homem para a mulher
durante o sexo", esclarece.
O número de mulheres infectadas, no entanto, é maior entre
jovens na faixa de 13 a 19 anos e vem aumentando significadamente na
terceira idade. Apesar de não ter cura, os muitos avanços da medicina
permitiram ao portador do vírus HIV manter a infecção controlada.
"Observamos melhores resultados obtidos com associação de medicamentos
antirretrovirais, que permitiram uma maior qualidade de vida com menos
efeitos colaterais", explica Carvalho.
Materia transcrita UOL.
Materia transcrita UOL.
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