terça-feira, 31 de maio de 2011

Investimento na infraestrutura cresce 11% e vai a R$ 146 bilhões



Transportes, energia elétrica, saneamento básico, telecomunicações e petróleo e gás concentram os investimentos em infraestrutura no Brasil



O volume de investimentos no setor de infraestrutura teve um crescimento real de 11% no ano passado, para R$ 146 bilhões. Quase metade desses recursos, R$ 73 bilhões, foi destinada ao setor de petróleo e gás, cujo volume cresceu 13% no ano passado. O restante foi dividido entre outras quatro áreas: transportes, energia elétrica, saneamento básico e telecomunicações.

Os dados fazem parte de levantamento anual elaborado pela Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que acompanha os investimentos públicos e privados feitos no Brasil desde 2003. Nesse período, o setor recebeu R$ 788 bilhões. Apesar disso, os números estão aquém das necessidades do setor, avalia o presidente da Abdib, Paulo Godoy.



Ele destaca que o País está investindo em torno de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto em outras nações emergentes esse porcentual está na casa de 14%. Além disso, os R$ 146 bilhões injetados no setor incluem os projetos da Petrobrás, o que distorce um pouco a situação. No segmento de transportes, por exemplo, o volume investido foi de R$ 27,8 bilhões, destinados a rodovias, aeroportos, ferrovias, hidrovias e portos. Quase todas essas áreas estão com demanda acima da capacidade.



Opções de financiamento. De acordo com o levantamento, dois setores registraram queda no volume de investimento. Em telecomunicações, os recursos aplicados em novos projetos e melhorias caíram 5,32%, de R$ 16,9 bilhões para R$ 16 bilhões. A área de saneamento, que representa a maior carência do Brasil, teve redução de 3,84% nos investimentos, de R$ 7,8 bilhões para R$ 7,5 bilhões.



Para Godoy, os números são reflexo da falta de mecanismos para financiar os projetos de infraestrutura, de longa maturação. "Não temos funding (recursos). O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) está no limite, já que tem de financiar tudo", afirma o executivo. Na avaliação dele, esse é o maior desafio para elevar a trajetória de investimento do País.



Ele lembra que, há anos, a Abdib vem alertando para o problema, que apenas será resolvido com o fortalecimento de fontes de financiamento alternativas ao BNDES.

 
Isso inclui fundos de investimento em participação e a criação de um mercado secundário de títulos - instrumentos previstos na Medida Provisória 517, que a Câmara dos deputados aprovou na semana passada e falta passar pelo Senado.


Autor(es): Renée Pereira.
O Estado de S. Paulo - 31/05/2011.

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