País precisa investir R$ 804 bi em infraestrutura, diz estudo
Brasil precisará de cerca de R$ 804,5 bilhões em obras de infraestrutura nos próximos cinco anos para atender encargos da Copa do Mundo de futebol
Impulsionado pelas demandas provenientes da Copa do Mundo de futebol, o Brasil precisará de cerca de R$ 804,5 bilhões em obras de infraestrutura nos próximos cinco anos.
O estudo, feito pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), foi divulgado ontem em seminário que apresentou oportunidades de negócio para executivos da iniciativa privada.
As demandas identificadas pelo levantamento nos próximos cinco anos são nas áreas de
petróleo e gás (R$ 376,5 bilhões),
energia elétrica (R$ 141,5 bilhões),
transporte e logística (R$ 120,5 bilhões),
telecomunicações (R$ 98,5 bilhões)
saneamento básico (R$ 67,5 bilhões).
As necessidades se somam aos investimentos relacionados à Copa do Mundo de 2014.
Só em cidades-sede, a expectativa do vice-presidente executivo da Abdib, Ralph Lima Terra, é que o potencial de investimentos atinja R$ 116,8 bilhões nos próximos dois anos.
Em São Paulo, cidade que mais pode atrair investimentos em infraestrutura devido à Copa, segundo a instituição, as oportunidades de negócio no setor são de R$ 34,5 bilhões.
A capital paulista é seguida por Rio de Janeiro (R$ 18,9 bilhões) e Belo Horizonte (R$ 11,3 bilhões).
Nesses valores, estão incluídos os gastos com arenas esportivas, mas a principal demanda virá da mobilidade urbana.
A estimativa é que, até o fim de 2013, 284 contratos relacionados a esse item sejam fechados nas cidades-sede, movimentando R$ 67 bilhões.
Mesmo com o potencial apresentado, João Bosco Vaz, secretário extraordinário para a Copa de Porto Alegre e palestrante do evento, reclama do pouco interesse de empresas brasileiras nas obras relacionadas à competição. "Para oferecer placas de energia solar que poderiam ser usadas em estádios, vieram empresas de vários lugares. Menos do Brasil", lamenta ele, que também criticou entraves em licenciamentos ambientais para obras na cidade gaúcha.
Para o executivo da Abdib, no entanto, o clima é de otimismo. "Fui a Londres para conhecer o que está sendo preparado para a Olimpíada de 2012 e cheguei à conclusão que não há algo naquele lugar que não possamos fazer", diz. Para ele, falta às empresas de infraestrutura brasileiras experiência em gestão.
Para Richard Dubois, sócio da PricewaterhouseCoopers, para atrair mais investimentos as empresas do setor necessitam de simplificação jurídica e tributária no país. Ele cita um estudo feito por sua consultoria: "São 2.600 horas só para preencher papéis em relação a tributos."
Autor(es): Fábio Pupo
De São Paulo.
Valor Econômico - 27/05/2011.
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