segunda-feira, 6 de julho de 2015

Ferrovia uma necessidade para o crescimento econômico


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Opinião

Trem Salvador/Feira

O autor é jornalista

por

Adilson Fonseca

Publicação :Tribuna da Bahia

Em uma entrevista em Feira de Santana no início da semana, quando anunciava a implantação do BRT (transporte rápido por ônibus em corredores exclusivos), o governador Rui Costa anunciou que fará um projeto para implantar o transporte ferroviário de passageiros entre aquela cidade e Salvador.

A ideia é boa, levando em conta que se trata da segunda maior cidade do Estado, do principal entroncamento rodoviário do Nordeste em direção ao Centro Sul, e da distância para a capital ser pouco mais de 100 quilômetros.

Os detalhes do projeto, ainda na fase de ideia, não foram divulgados pelo governador, mas creio que vá aproveitar, a partir de bifurcação, parte da malha ferroviária existente, que passa por Santo Amaro e segue em direção ao Sul, e um ramal que passa por Camaçari e segue em direção ao Norte/Nordeste.

Não discuto a viabilidade do projeto, mas questiono por que em vez de se fazer um novo traçado, que demande elevado investimento, não se reaproveita o atual? O transporte ferroviário de passageiros para o interior do Estado esteve vigente até o início dos anos 80.

 Os trens, que saiam da Estação da Calçada, seguiam em direção Norte até Alagoinhas e de lá, em bifurcações, iam para Juazeiro/Petrolina, e Aracaju. A partir de Mapele, outro ramal seguia em direção a Candeias, Santo Amaro e ia até Urandi, na divisa com  Minas Gerais. A mesma malha ferroviária era usada pelos trens de carga.

Nas pranchetas da Ferrovia Centro Atlântica (antiga Leste Brasileiro), da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, de prefeituras da Região Metropolitana de Salvador, de movimentos como o Ver de Trem e, principalmente, na mente das populações das cidades, povoados e vilas situados à beira das ferrovias baianas, estão projetos de reabilitação dos trens de passageiros.

O trem de passageiros, que já foi rota de integração baiana, morreu nos anos 80. Mas os trilhos permanecem onde foram colocados. Falta apenas dar-lhe suma utilidade. Estações abandonadas ainda mostram a era do apogeu que permitia à Bahia ser interligada ao resto do país a partir dos trilhos. Falta apenas dar-lhe funcionalidade.

Está tudo como foi feito no início do século XX e abandonado há quase 40 anos. Falta apenas recuperá-los. E assim sendo, os trens e os passageiros retornarão.

 

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