sábado, 11 de janeiro de 2014

QUEM ESTÁ PENSANDO A BAHIA?


BahiaEconômica


O planejamento e o pensamento inovador desapareceram das discussões sobre o desenvolvimento da Bahia e, no entanto, nunca foi tão importante pensar o futuro.

Estão em curso projetos importantes no âmbito da infraestrutura, mas escassas são as propostas, sejam no campo do governo ou da oposição, para potencializar esses investimentos. A ferrovia Oeste-Leste, por exemplo, está em construção, mas qual será seu papel no âmbito  do desenvolvimento?

Será apenas um par de trilhos que servirá para exportar minério de ferro, ou teremos um plano de ação ao longo do seu trajeto, que estimule atividades econômicas no semiárido e  que amplie as bases da urbanização de modo a potencializar os seus efeitos? E o Porto Sul, que papel terá no desenvolvimento regional, além de servir para exportar minério?

Pouco se avaliou os projetos competitivos e viáveis que podem surgir no seu amplo raio de influência. E quanto aos portos de Aratu e Salvador, que serão objeto de concessão em breve, que função terão no desenvolvimento estadual e que interrelacões formarão interna e externamente no ambiente de negócios?

E que papel está reservado a Salvador, cujas portas podem se abrir, não apenas para o turismo, que nem Paris ou Madri vivem apenas disso, mas para as indústrias criativas e de alta tecnologia e para serviços de todo tipo?  Nada disso é objeto de análise ou planejamento, seja ao nível do governo, da oposição ou mesmo da Universidade.

A Bahia deixou de pensar seu futuro. E quanto pensa repete propostas ultrapassadas, como a de interiorizar a industrialização – como se fosse possível colocar uma indústria em cada município – ou de fixar o homem no campo e colocar um ponto de energia em cada palhoça isolada do sertão, como se isso não fosse irracional e caríssimo, num mundo em que a urbanização se dá de forma acelerada. Infelizmente, seja à esquerda, à direita, ou ao centro, já não há mais pensamento inovador e original naquela que foi a pátria do planejamento.
 

Armando Avena

Nenhum comentário: