domingo, 12 de janeiro de 2014

O QUE ESPERAR DE 2014?






Todos querem previsões para o ano de 2014. Não sou adepto das pitonisas, além  disso, em termos de economia, o ano de 2014 é uma incógnita. Muitos economistas já vaticinam que será um ano ruim, mas todos baseiam suas previsões no passado e o passado não se repete. É verdade que questões fundamentais no âmbito econômico, como o excesso de gastos governamentais, o baixo nível de investimentos e o atraso em obras de infraestrutura permanecem. Mas entrou em cena a recuperação da economia mundial e, internamente, o governo acena com a aceleração do processo de concessões e privatizações que pode chegar a R$ 80 bilhões e destravar parte da economia. Se a política fiscal está frouxa, pelo menos a politica monetária voltou aos eixos e a inflação, embora fora da meta, caiu um pouco em relação a 2012. O Banco Central deve manter o aperto, mas pode começar a reduzir os juros gradualmente a partir do segundo trimestre, se a inflação continuar cedendo. O ano será atípico em todos os sentidos. Embora não faltem palpites, ninguém sabe ainda qual o efeito, em termos de consumo e turismo, de um evento como a Copa do Mundo, que pode, sim, ter impacto econômico positivo na economia. Por outro lado, as eleições,  outro evento que marca esse fátidico ano de 2014, tanto pode estimular a economia, quanto trazer insegurança. Em suma: o desempenho da economia brasileira vai depender de vários fatores, entre eles, do comportamento do governo e de sua capacidade de agir sem intervir demais.

                                                    AINDA SOBRE O RÉVEILLON

O balanço do réveillon de Salvador foi positivo e dois pontos merecem especial destaque: a exposição na mídia que projetou uma imagem positiva da cidade, estimulando a vinda de turistas, e a demonstração de que é possível fazer a festa com recursos privados e com parceria entre a Prefeitura e o governo do Estado. O réveillon mostrou que  a velha cidade permanece linda e  que voltou a ter a capacidade de realizar grandes eventos. Não foi o maior réveillon da história de Salvador, pois já se reuniu um público três vezes maior no Farol da Barra, mas foi o réveillon da virada, que colocou a cidade novamente no circuito de  festas de fim-de-ano. Não vamos esquecer que em 2012/2013 houve até a possibilidade da festa não ocorrer. Em relação a localização ficou patente que o Farol da Barra é o point do réveillon, o que não impede a existência de um outro circuito. Em  São Paulo, por exemplo,  a festa maior foi na Av. Paulista, mas o Parque do Ibirapuera reuniu milhares de pessoas.
                                                              LINHA EDITORIAL
        
Outro dia num bate papo com meus alunos sobre jornalismo, tentei definir a linha editorial desta coluna lembrando o seguinte: quando um articulista sempre elogia o governo, seja federal, estadual, ou municipal, ele transforma-se em linha auxiliar deste governo; mas quando ele sempre critica o governo, ele transforma-se também em linha auxiliar, desta vez da oposição. Quando, pelo contrário, apenas ao seu talante, ele elogia, quando crê que o fato ou situação merece elogio,  ou critica, quando crê que haja razão para isso,  ele torna-se livre ou amarrado apenas às suas convicções. Torna-se, é verdade, um intelectual ou jornalista outsider, como dizia Milton Santos, mas livre para surpreender a quem sempre quer a crítica ou quem sempre quer o elogio. Esse é o rumo dessa coluna, ou melhor, esse é o rumo do verdadeiro jornalismo.

                                                               NOVOS RUMOS

Na agenda dos candidatos ao governo da Bahia alguns temas precisam tornar-se prioritários para dar sustentação ao projeto político. Um deles é a questão do semiárido. A Bahia tem um semiárido que é duas vezes maior que o Estado do Ceará e, mais uma vez,  a seca desestruturou economicamente esse espaço onde vivem 4 milhões de pessoas. É preciso quebrar o circulo virtuoso da seca que de tempos em tempos desestrutura a economia agrícola da Bahia. Por isso, os candidatos precisam apresentar um plano diferente e inovador de intervenção no sertão de forma a viabilizar formas de convivência com a seca, fenômeno que é tão previsível quanto as estações do ano.

                                                      A SAGA DOS IMIGRANTES

Os artigos do nosso Antônio Risério publicados em A Tarde sobre os italianos, os judeus e outros imigrantes que aportaram na Bahia e ajudaram a construí-la são impagáveis. Risério brilha com as histórias que conta e bem que poderia nos brindar com um livro sobre a saga dos imigrantes na Bahia. 


Armando Avena

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