quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

João Cavalcanti diz que Wagner destravou a ferrovia Oeste-Leste

por

Daniela Pereira e Osvaldo Lyra
Publicada em 09/01/2014 - Tribuna da Bahia
Foto: Angelo Pontes
Renilce Cavalcanti, Walter Pinheiro e João Cavalcanti
Renilce Cavalcanti, Walter Pinheiro e João Cavalcanti



Sempre polêmico nas suas declarações, o geólogo João Cavalcanti não fez diferente ontem, durante visita à Tribuna. O empresário disparou que tentaram inviabilizar a construção da Ferrovia Oeste-Leste e do Porto Sul. Segundo disse, os governos de Pernambuco e do Ceará tentaram boicotar a construção do novo vetor de desenvolvimento do estado e que o governador Jaques Wagner foi o responsável por destravá-los.
Recebido no final da manhã de ontem pelo diretor-presidente da Tribuna, Walter Pinheiro, Cavalcanti, que estava acompanhado da esposa, Renilce Cavalcanti, destacou a importância das obras da Fiol e do Porto Sul e a movimentação financeira que a conclusão das obras vai trazer para a Bahia. De acordo com ele, os municípios baianos precisam acompanhar o crescimento e se desenvolver fisicamente para receber os benefícios oriundos dos novos equipamentos.
“Vai beneficiar Caetité, Barreiras e todas as outras cidades que passam por seu traçado. Vai acontecer um crescimento violento. Só em Ilhéus serão investidos mais de R$5 bilhões. O turismo vai crescer, haverá investimento em hotelaria e geração de 100 mil empregos diretos e indiretos”, enfatizou, afirmando que o porto será muito maior que o de Suape, em Pernambuco. “Muito maior. Será um mega- porto. O valor de investimento previsto para a construção do Porto Sul é de R$ 5,9 bilhões. A gente começa com 70 ou 80 milhões de toneladas de carga por ano. Suape não movimenta nem 10 milhões de toneladas de carga”, disse. “Houve um trabalho conjunto, mas Wagner assumiu pessoalmente a batalha e Dilma comprou a ideia do Porto Sul”, disse.
Oeste-Leste vai gerar renda
Se a conclusão do Porto Sul garante benefícios à Bahia, a Ferrovia Oeste-Leste chega para alavancar o desenvolvimento do Estado, na visão do empresário do ramo da mineração. “O Porto Sul vai atender Barreiras, além de toda nossa produção de minério, que não vai ser só ferro, como também bauxita e alumínio. De qualquer forma, podemos dizer que só saiu o Porto porque está tendo a ferrovia”, disse João Cavalcanti, afirmando que a Fiol ganhou celeridade para atender o projeto da obra do porto.
“Não temos mais nenhum problema ambiental. O mérito para esse avanço é do ministro César Borges, que acelerou e organizou toda a situação. Todos os obstáculos de questões ambientais foram resolvidos com o Ibama e acabaram todos os problemas. Hoje temos máquinas trabalhando e tudo está em pleno funcionamento”, garantiu.
De acordo com o geólogo, até o final deste ano o primeiro trecho da ferrovia será inaugurado. “O porto já se inaugura com a capacidade de movimentar 60 milhões de toneladas de minério. A gente já começa sendo o terceiro porto do país”, afirma, pontuando a importância para a Bahia na produção de minério para o Brasil.
“Em 2012, o mundo consumiu 1,2 bilhão de tonelada de minério de ferro por ano. A previsão para 2022 é que o mundo vai precisar de mais 600 bilhões de toneladas de ferro para colocar no mercado. Vamos ter que atender esse mercado, mais 30 novas minas de minério de ferro, que produza 20 milhões de toneladas por ano. O Brasil é responsável por 40% a 50% desse consumo. Por isso temos que abrir nos próximos anos 10 novas minas”, explicou.
Ainda segundo Cavalcanti, cada jazida de minério gera mais 13 empregos indiretos. Além disso, o biólogo afirmou que o faturamento será de cerca de 4 milhões de dólares. “Cada emprego na mineração gera 13 empregos indiretos. Essa jazida, esse minério gerará mais 13 em volta, porque tem empresa de transporte, hospital e outras coisas. Aqui na Bahia só de minério de ferro vai gerar em termos de faturamento cerca de 4 milhões de dólares. Isso significa uma arrecadação de imposto, emprego e renda. É um grande projeto. Vamos trazer grãos do Centro-Oeste”, afirmou.

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