Secretário James Correia visitou fábrica da
Frysk, no Conde, onde está sendo investindo R$ 370 milhões na fabricação do
produto
A partir de março, a Bahia passa a produzir água
de coco engarrafada sem conservantes, usando tecnologia inédita no mundo. Foi
para conferir esse grande empreendimento do Grupo Aurantiaca no município de
Conde, a 182 km de Salvador, que o secretário da Indústria, Comércio e
Mineração, James Correia, sobrevoou hoje (08.01.2014) os 2,2 mil hectares de
coqueirais da divisão agrícola do grupo - que inclui sócios brasileiros e
norte-americanos -, e visitou as instalações industriais de beneficiamento da
fibra, engarrafamento da água, e produção de leite e óleo de coco, batizada de
Frysk Industrial.
O secretário exaltou o modo de produção, a
tecnologia empregada e o aproveitamento máximo da matéria-prima como modelo para
os projetos agroindustriais do país. James Correia também visitou a Escola
Castro Alves, onde foi investido R$ 1 milhão pelo Grupo Aurantiaca para garantir
educação para 85 crianças da comunidade de Pedra Grande, na zona rural de
Conde.
“Realmente é um empreendimento extraordinário
pela suas instalações moderníssimas e gigantescas, pelo valor do investimento de
R$ 370 milhões e pelo número expressivo de 1 mil empregos diretos em um
município que tem uma população economicamente ativa de 6 mil pessoas. Tanto as
fazendas quanto a fábrica vão dar uma dinâmica extraordinária a uma região que
só tem praticamente a pesca artesanal e o turismo como atividades econômicas”,
diz Correia, que foi recebido pelo vice-presidente do Grupo Aurantiaca, Roberto
Lessa.
Cerca de 50% da demanda por cocos da Frysk será
abastecida pelos produtores da região, enquanto a outra metade virá das três
fazendas que o grupo mantém no Litoral Norte, que somam cerca de 2,2 mil
hectares de plantio e 3,9 mil hectares de áreas preservadas. A média local de
produção hoje é de 30 frutos por árvore/ano. Com alta tecnologia, irrigação e
manejo, a produtividade deverá subir para 230 frutos por árvore/ano.
Na divisão agrícola, a produção é feita por um
sistema de glebas, em que cada trabalhador, chamado de arista, é responsável
pelo cultivo, manejo e produção de sua área. No total são 110 glebas, com 450
mil pés de coco, que vão produzir 90 milhões de frutos/ano. Cada coqueiro tem um
código de barras instalado desde o plantio, permitindo que seja feito o controle
individual de produtividade e qualidade de cada coqueiro. A variedade cultivada
é o anão, que produz cerca de 400 mililitros/fruto, contra 150 mililitros/fruto
do coqueiro híbrido.
PROCESSAMENTO INDUSTRIAL
Instalada em uma área de 150 mil m2, sendo 35
mil m2 de área construída, a Frysk já deu partida na sua unidade de produção de
biomantas e biorolos, que têm como matéria-prima a fibra do coco seco. São
utilizados, principalmente, por empresas de mineração e construção civil para a
recomposição de encostas e áreas degradadas. Elas também têm aplicação na
indústria têxtil e automobilística, como enchimento de bancos, por
exemplo.
Ao lado da fábrica de biomantas, está sendo
concluída a montagem da unidade que irá produzir água de coco, com capacidade
para processar 800 mil frutos/dia, sendo 600 mil de coco verde e 200 mil de coco
seco. Utilizando tecnologia inédita no mundo, a água de coco será extraída do
fruto através de uma agulha para que chegue diretamente à embalagem sem contato
com o ar.
“Teremos a melhor água de coco do mundo, sem
conservantes, permitindo que façamos um processo de pasteurização suave,
aumentando a durabilidade e o sabor do produto”, garante Lessa, depois de
testes realizados em laboratórios do Brasil e da França. Segundo o executivo, a
Frysk aposta alto no declínio das bebidas carbonadas – refrigerantes – e no
aumento brasileiro e mundial do consumo de água de coco. E os números são
animadores: nos EUA, o comércio de água de coco subiu de US$ 6 milhões em 2008
para R$ 600 milhões em 2013.
Até o final de 2014 as unidades produtoras de
leite e óleo de coco também deverão estar em funcionamento. Em uma terceira
etapa, a Frisk também produzirá farinha de coco. E os resíduos que sobrarem de
todas as atividades serão transformados em biomassa para abastecer as caldeiras
e gerar energia por meio do vapor.
Fonte: SICM
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