Nelson Pellegrino – DEPUTADO federal pelo PT
Publicado no jornal A Tarde de 14.01.2014
O governo Wagner, ao assumir em 2007, constatou que o FUNDO
DE custeio da Previdência social dos Servidores Públicos do Estado da Bahia (FUNPREV)
estava praticamente zerado.
Criado em 1998, tinha finalidade de prover o pagamento dos
benefícios, além de aplicar seus próprios recursos.
Os governos anteriores não só deixaram de cumprir com a
determinação de investir 5% dos valores relativos ás despesas com
aposentadorias ao ano, como consumiram tudo o que havia em caixa. O aporte de
R$400 milhões da privatização da Coelba escoou em poucos anos,bem como os
créditos relativos ás contribuições de 78 mil servidores que foram repassados
ao Fundo pelo INSS.
O rombo que o atual governo encontrou e vem tentando
consertar se estende há mais de uma década. Prova disto foi à própria
privatização da Coelba, em 1997.e o empréstimo de R$450 milhões adquiridos
junto a Caixa Econômica Federal, fiado pela venda da Embasa não se
concretizando. Do montante, R$360 milhões era títulos que o banco recuperou com
o fracasso da privatização. Os R$90 milhões restantes foram consumidos e se transformaram
numa dívida de R$195 milhões que só foi quitada na atual administração, em 2010.
Preocupado em garantir o direito dos beneficiários sem
comprometer setores da administração, o governo criou, em 2007, o Fundo
Previdenciário dos Servidores Públicos do estado da Bahia (Baprev), que hoje dispõe
de R$600 Milhões.
Para capitalizá-lo ainda mais, como recomenda o Ministério
da Previdência, o governo Wagner propôs emenda à Constituição do estado que
possibilitava destinação de receita de royalties para o sistema estadual de
previdência.
A proposta encaminhada à Assembléia Legislativa inclui projeto
de Lei que autorizaria operação bancária visando à antecipação de receitas para
capitalização do fundo de previdência.
Ao contrário do que afirma a oposição, esta medida tem
amparo normativo, previsto na resolução nº 43/2001 do Senado Federal.
Reajuste de salários e a agilização nos processos de
aposentadoria, que eram represados pelos governos anteriores e que foram
concedidos pela Administração atual, aumentaram os gastos. Mas o governo
Wagner não ficou de braços cruzados. Promoveu o recadastramento dos
beneficiários com o objetivo de cortar pagamentos irregulares, convocando 108
mil inativos em 2013. A iniciativa resultou na suspensão de 2.436 benefícios indevidos,
economia de R$95 milhões.
A frustração de receitas como a do Fundo de Participação dos
Estados, o crescimento dos gastos com previdência e a crise financeira
internacional agravaram ainda mais a situação. Para enfrentá-la, a atual gestão
incrementou captação do ICMS, que cresceu 16,54% em relação a 2012, enquanto o
Programa de Recuperação Fiscal (Refis) bateu recorde histórico captando R$770,3
milhões.
Alem disso, adotou medidas de contenção de custos, gerando
economia de R$1 Bilhão.
Assim, pôde cumprir seus compromissos e realizar
investimentos.
A oposição, representada pelo DEM e pelo PSDB, que
governaram a Bahia por tantos anos e contribuíram para o déficit
previdenciário, agora se acham no direito de criticar o governo.
É transparente a falta de coerência destes velhos
personagens que deformam a verdade com a forma de fazer política eleitoral. Enquanto
o governo da Bahia quer capitalizar a previdência, O PSDB de Minas Gerais
pretende abocanhar o Fundo de Previdência do estado. A jogada é transferir de
R$ 3 Bilhões para o Fundo Financeiro de Previdência que acumula déficit de R$8
bilhões, capitalizando o próprio caixa.
O PMDB do Rio de Janeiro, que aqui na Bahia é oposição, está
adotando a mesma medida de antecipação de royalties.
A incoerência do PSDB e do DEM se revela mais uma vez na
questão do IPTU. Enquanto entram na justiça para barrar ao aumento em 20% do
imposto em São Paulo, em Salvador implementaram acréscimos de 35%. Fazem o que
criticam. Como narcisistas, não vêem beleza no que foi feito por outros. Pois, como
nos ensina a música, “é que Narciso acha feio o que não é espelho”
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