quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Estrangeiras mapeiam o Brasil

A americana Home Depot e a sueca Ikea colocaram o Brasil no grupo de países com potencial de receber investimento

Por Adriana Mattos | De Nova York
Novas redes estrangeiras, e outras recém-chegadas ao Brasil, vão ampliar investimentos em aquisições e em abertura de novas lojas no país, apesar das incertezas sobre o desempenho do varejo brasileiro em 2014.
 
Fontes de grupos internacionais dizem que a americana Home Depot e a sueca Ikea colocaram o Brasil no grupo de países com potencial de receber investimento nos próximos 3 a 5 anos.
 
Segundo o Valor apurou junto a fontes que participaram da maior feira de varejo do mundo em Nova York, organizada pela National Retail Federation (NRF) e que termina hoje, tanto a Home Depot, rede de lojas de artigos para casa - com US$ 75 bilhões de receita em 2013 -, quanto a Ikea - varejista de móveis de objetos de decoração, cujas vendas anuais giram em torno de € 30 bilhões - podem adquirir operações no Brasil para obter de forma mais rápida número maior de pontos já instalados.
 
Segundo informações que têm circulado no mercado, a Home Depot, a Ikea e a chilena Cencosud já teriam tido conversas preliminares, separadamente, com os controladores da BR Home Centers, rede brasileira formada pelas cadeias Casa Show e TendTudo, para aquisição da operação.
 
A BR Home Centers é controlada pela Leblon Equities e pela família Moraes, não estaria à venda. O plano inicial de crescimento passaria pela abertura de capital da companhia na BMF&Bovespa, apurou o Valor. Mas uma fonte a par do assunto disse que a hipótese de uma negociação com um grupo estrangeiro não está "completamente afastada" pelos acionistas da varejista brasileira. Procurada, Leblon Equities e Home Depot não comentaram o assunto.
 
Questionada sobre a hipótese de abertura de lojas no país, a Ikea informou em nota que investimentos no Brasil ainda em 2014 estão descartados, mas observou que está "investigando oportunidades de investimento em mercados onde ainda não está presente".
 
A cadeia chilena Cencosud, que opera no Brasil com supermercados de bandeiras regionais, estuda abrir no mercado brasileiro o seu formato de lojas de produtos de material de construção. No Chile, a Cencosud é controladora da varejista de decoração e construção com a marca Easy. Procurada, a empresa informa em nota que não comenta rumores de mercado.Em maio do ano passado, a também chilena Falabella, e concorrente da Cencosud, comprou a brasileira Dicico por R$ 388 milhões.
 
O projeto de expansão da Cencosud no Brasil para novos segmentos, porém, enfrenta alguns obstáculos. A empresa ainda precisa integrar negócios já comprados em varejo de alimentos, anos atrás, e já admitiu que registra crescimento baixo em algumas cadeias locais de supermercados no país, segundo relatórios de desempenho já publicados.
 
O avanço de investimentos no Brasil tem sido justificado, nos últimos anos, pelas redes estrangeiras como parte de um plano de crescimento a longo prazo em novos países emergentes - sem relação direta com cenários de curto prazo, como o desaquecimento da economia do Brasil em 2013. O comércio brasileiro registrou no ano passado um baixo crescimento, pelos dados preliminares de entidades setoriais e associações - na faixa de 3% a 4% em volume de vendas - reflexo do aumento de desconfiança do consumidor na economia e altos níveis de inadimplência registrado em parte do ano passado.
 
Ainda dentro dos planos de redes internacionais, a CVS Caremark informou para analistas estrangeiros, em evento no fim de 2013, que há uma equipe de profissionais da rede trabalhando junto com os executivos brasileiros da Onofre - a CVS adquiriu a Onofre em fevereiro do ano passado. E que, pelos resultados iniciais, o Brasil é um país para "novas oportunidades de crescimento" da rede de farmácias, disse para investidores Larry Merlo, presidente da empresa, informou uma fonte que esteve presente no evento da CVS.
 
A cadeia de farmácias considera a hipótese de expansão no pais, de forma mais acelerada, pela compra de novas redes de farmácias brasileiras, apurou o Valor. Procurada, a CVS não se manifestou.


Fonte: Valor Econômico,postado pela SICM

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