A americana Home Depot e a sueca Ikea colocaram o Brasil no grupo de países com potencial de receber investimento
Por Adriana Mattos | De Nova York
Novas redes estrangeiras, e outras
recém-chegadas ao Brasil, vão ampliar investimentos em aquisições e em abertura
de novas lojas no país, apesar das incertezas sobre o desempenho do varejo
brasileiro em 2014.
Fontes de grupos internacionais dizem que a
americana Home Depot e a sueca Ikea colocaram o Brasil no grupo de países com
potencial de receber investimento nos próximos 3 a 5 anos.
Segundo o Valor apurou junto a fontes que
participaram da maior feira de varejo do mundo em Nova York, organizada pela
National Retail Federation (NRF) e que termina hoje, tanto a Home Depot, rede de
lojas de artigos para casa - com US$ 75 bilhões de receita em 2013 -, quanto a
Ikea - varejista de móveis de objetos de decoração, cujas vendas anuais giram em
torno de € 30 bilhões - podem adquirir operações no Brasil para obter de forma
mais rápida número maior de pontos já instalados.
Segundo informações que têm circulado no
mercado, a Home Depot, a Ikea e a chilena Cencosud já teriam tido conversas
preliminares, separadamente, com os controladores da BR Home Centers, rede
brasileira formada pelas cadeias Casa Show e TendTudo, para aquisição da
operação.
A BR Home Centers é controlada pela Leblon
Equities e pela família Moraes, não estaria à venda. O plano inicial de
crescimento passaria pela abertura de capital da companhia na BMF&Bovespa,
apurou o Valor. Mas uma fonte a par do assunto disse que a hipótese de uma
negociação com um grupo estrangeiro não está "completamente afastada" pelos
acionistas da varejista brasileira. Procurada, Leblon Equities e Home Depot não
comentaram o assunto.
Questionada sobre a hipótese de abertura de
lojas no país, a Ikea informou em nota que investimentos no Brasil ainda em 2014
estão descartados, mas observou que está "investigando oportunidades de
investimento em mercados onde ainda não está presente".
A cadeia chilena Cencosud, que opera no Brasil
com supermercados de bandeiras regionais, estuda abrir no mercado brasileiro o
seu formato de lojas de produtos de material de construção. No Chile, a Cencosud
é controladora da varejista de decoração e construção com a marca Easy.
Procurada, a empresa informa em nota que não comenta rumores de mercado.Em maio
do ano passado, a também chilena Falabella, e concorrente da Cencosud, comprou a
brasileira Dicico por R$ 388 milhões.
O projeto de expansão da Cencosud no Brasil
para novos segmentos, porém, enfrenta alguns obstáculos. A empresa ainda precisa
integrar negócios já comprados em varejo de alimentos, anos atrás, e já admitiu
que registra crescimento baixo em algumas cadeias locais de supermercados no
país, segundo relatórios de desempenho já publicados.
O avanço de investimentos no Brasil tem sido
justificado, nos últimos anos, pelas redes estrangeiras como parte de um plano
de crescimento a longo prazo em novos países emergentes - sem relação direta com
cenários de curto prazo, como o desaquecimento da economia do Brasil em 2013. O
comércio brasileiro registrou no ano passado um baixo crescimento, pelos dados
preliminares de entidades setoriais e associações - na faixa de 3% a 4% em
volume de vendas - reflexo do aumento de desconfiança do consumidor na economia
e altos níveis de inadimplência registrado em parte do ano passado.
Ainda dentro dos planos de redes
internacionais, a CVS Caremark informou para analistas estrangeiros, em evento
no fim de 2013, que há uma equipe de profissionais da rede trabalhando junto com
os executivos brasileiros da Onofre - a CVS adquiriu a Onofre em fevereiro do
ano passado. E que, pelos resultados iniciais, o Brasil é um país para "novas
oportunidades de crescimento" da rede de farmácias, disse para investidores
Larry Merlo, presidente da empresa, informou uma fonte que esteve presente no
evento da CVS.
A cadeia de farmácias considera a hipótese de
expansão no pais, de forma mais acelerada, pela compra de novas redes de
farmácias brasileiras, apurou o Valor. Procurada, a CVS não se manifestou.
Fonte: Valor Econômico,postado pela SICM
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