domingo, 30 de junho de 2013

RÔMULO ALMEIDA E A NECESSIDADE DE PLANEJAR NO LONGO PRAZO


 


Outro dia a Secretaria do Planejamento homenageou o economista Romulo Almeida com a publicação das chamadas “Pastas Rosas”, provavelmente o primeiro instrumento de planejamento regional estadual do país. Nada mais oportuno do que homenagear Dr. Rômulo que foi o mais importante estudioso das questões sócio econômicas da Bahia, mas a Seplan faria homenagem maior elaborando um plano estratégico de longo prazo, a base para que possa pensar o futuro Do Estado.  Aliás, a Bahia foi pioneira na montagem desses planos exatamente com as “Pastas Rosas” e Rômulo Almeida foi um ardoroso defensor do processo de planejamento.  Foi com ele, e outros quadros da própria Secretária, que aprendi o ofício de planejar. Minha relação de amizade e de aprendizado com Rômulo Almeida se aprofundou quando, ainda muito jovem, dirigi o Cenpes – Centro de Projetos e Estudos, órgão vinculado a Seplantec, que na época era dirigida por Waldeck Ornellas, um dos maiores expoentes do planejamento na Bahia.  Na época, Rômulo era diretor do BNDES e eu o visitei algumas vezes em busca de recursos para o Estado. Logo depois, Waldir Pires assumiu o governo da Bahia e resolveu recriar a Fundação CPE, criada por Rômulo, e que havia sido extinta. Para minha surpresa, Dr. Rômulo sugeriu então ao governador Waldir Pires o meu nome para ser o primeiro presidente da nova Fundação CPE. Assumi a CPE e estabeleci um rito que se repetia pelo menos uma vez por mês: às sextas-feiras, sempre no turno da tarde, Dr. Rômulo se reunia com toda a equipe da Fundação para discutir o futuro da Bahia. Nessas inesquecíveis reuniões, ele reiterava a necessidade da elaboração de um plano global de desenvolvimento para o Estado. Dr. Rômulo era um homem de planejamento, por isso, não deixa de ser irônico que a Seplan que o homenageia não tenha produzindo um plano estratégico de longo prazo para a Bahia nos últimos sete anos. Agora mesmo, ciente da importância de uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo, o governo de Pernambuco, lançou o Plano Estratégico Pernambuco 2035. Infelizmente, o último plano de longo prazo lançado pela Secretaria de Planejamento da Bahia, intitulado Bahia 2020 – O futuro a gente faz, foi elaborado há oito anos atrás sob a coordenação deste economista, que na época era o Secretário de Planejamento do Estado. Note-se que o governo Wagner tem planejamento, mas planos setoriais, na área industrial, de infraestrutura e outras, mas falta um plano global de caráter macro que articule as propostas e permita a elaboração do Plano Plurianual de Investimento, que deverá estar pronto em 2015.  E, vale lembrar, o Plano Plurianual não é um plano estratégico, mas apenas um plano de metas de 4 anos. Fazer um plano estratégico com horizonte de pelo menos 15 anos é função precípua da Secretaria do Planejamento, é o exercício de pensar a Bahia do futuro e essa seria a maior homenagem que se poderia fazer a Rômulo Almeida.
                                   INDÚSTRIA E CONTRUÇÃO CIVIL LIDERAM CRESCIMENTO
O setor que mais cresceu na economia baiana nos primeiro cinco meses do ano foi a indústria de transformação.  O PIB do setor cresceu 6,4% no primeiro trimestre de 2013, em relação a 2012, segundo a SEI.  Em abril, segundo indica a pesquisa industrial do IBGE, o crescimento da indústria manufatureira foi de 2,5%, sempre em ralação a igual período de 2012.  Já a Construção Civil, cujo PIB amargou uma queda de 3,4% no primeiro trimestre de 2013, ensaiou uma recuperação no segundo trimestre e já lidera a geração de novos empregos na Bahia, entre janeiro e maio de 2013, com um saldo positivo de 8,8 mil novos postos de trabalho criados, cerca de 47% mais que os empregos gerados no mesmo período de 2012. Quem está sofrendo mesmo é o comércio e a agropecuária e a razão é a seca em ambos os casos, embora no relacionado ao comércio o repique inflacionário também tenha reduzido o consumo. O PIB do comércio caiu significativamente no primeiro trimestre, ensaiou uma recuperação em maio, crescendo 0,9%, provavelmente por conta do dia das mães, mas continua patinando.  Detalhe importante: na atividade comercial, as vendas tanto o setor de automóveis, quanto no de material de construção continuam crescendo bem, pois a redução atingiu mais fortemente o setor de alimentos e eletrodomésticos.
                                                               INTEGRA BRASIL
Houve um tempo em que as reuniões da Sudene, na qual compareciam os governadores do Nordeste e de Minas Gerais, mobilizavam o país com propostas de políticas públicas e outras ações. Hoje a Sudene está esvaziada e os governadores, bem como as lideranças empresariais, estão desarticulados e sem propostas consensuais para a região. Em função disso, surgiu um movimento com o objetivo de entender porque o Nordeste não protagoniza mais políticas de desenvolvimento regional e porque, apesar dos diversos programas e propostas implementados durante cinco décadas, a região permanece com renda per capita bem inferior à nacional e participando com apenas 13% na formação do PIB, quando abriga quase 30% da população do país. Para entender a questão e propor uma nova política regional, o Centro de Industrial do Ceará e diversas entidades estão promovendo o Integra Brasil – Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo, que está realizando workshops em Salvador, Recife e Fortaleza e também no Rio de Janeiro, sendo que os resultados desses encontros serão discutidos num grande seminário que será realizado em Fortaleza. Em Salvador, o workshop ocorrerá na Federação do Comércio do Estado da Bahia, no próximo dia 15 de julho.  O encontro vai reunir lideranças empresariais, políticos, secretários de Estado e planejadores para avaliar a situação da economia regional e propor políticas públicas para viabilizar a montagem de uma estratégia de desenvolvimento que seja capaz de reduzir os desequilíbrios regionais e integrar o Brasil de maneira justa e competitiva. 
Fonte:BahiaEconômica

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