Samuel Celestino - Publicado em Bahia Noticias
A presidente Dilma Rousseff fez, em rede nacional, um discurso bem posto e balizado, não por ela, não pelos marqueteiros, mas pelas ruas, Brasil afora. Aportou suas palavras no que FHC chamou de “o grito rouco das ruas”, no levante dos manifestantes, separando-os dos baderneiros, dos bandidos que tentaram macular o grito repentino da nova democracia brasileira, até então silenciosa, apenas assistindo ao bailado mentiroso das promessa do PT. Claro que o discurso da presidente foi pontuado pelo marketing, pelo reconhecido talento de João Santana, mas o que importa é o que a presidente aceitou as recomendações recebidas para fazer, talvez, seu melhor pronunciamento neste período em que está à frente do comando da República. Deixou de lado a empáfia, a forma dura de falar e, porque lia, não separou palavra por palavra com vírgulas fantasmas, portanto inexistentes. Prometeu virar o processo, seguindo os ensinamentos e as reivindicações das ruas. Entendeu que o Brasil precisa de mais educação – e aí encaixou os royalties do petróleo do pré-sal – provavelmente matando uma discussão e um confronto entre estados produtores e os demais. Condenou a corrupção, prometeu combater os corruptos, embora ainda escondesse o que queria dizer atrás da palavra “malfeitos”. Aí, errou, por tentar não ferir os corruptos que estão no Congresso, na sua base aliada, e nos altos escalões do Executivo que comanda. Valeu o discurso maturado durante todo o sábado, desde a manhã, mas, afinal, chegou ao ponto certo. Agora, é esperar que ponha em prática o prometido à Nação, porque os jovens quando foram às ruas, o fizereram aureolados por verdades indiscutíveis, embora o movimento tenha recebido uma pequena, apenas pequena, pincelada da gatunagem infiltrada, dos vândalos das cidades, inclusive aqui na Bahia. Eles também são vítimas da educação medíocre oferecida aos brasileiros e cresceram, em boa parte, matriculados nas escolas do crime.
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