quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Empresários e governo apostam em 2013 com crescimento mais robusto


Para 2013, o desafio será impulsionar setores como a indústria, construção civil e agropecuária

JOÃO PEDRO PITOMBO
Após um ano de crescimento econômico modesto, no qual o Produto Interno Bruto (PlB) deve fechar o ano com avanço de apenas 1%, governo e empresários esperam um 2013 de reaquecimento na economia brasileira.
Na Bahia, que deve fechar o ano com um crescimento de 3%, três fatores são determinantes para o desempenho da economia: a superação da seca, que atingiu a maioria dos municípios do Estado, provocando quebra de safra, a melhoria do cenário econômico da Europa e dos Estados Unidos e o avanço dos grandes projetos estruturantes em andamento.
"Em 2012, o que segurou a economia baiana e a fez crescer num ritmo maior que o Brasil foi o seu dinamismo interno. A redução da pobreza, a melhor distribuição de renda e o aumento do nível do emprego formal", afirma o secretário estadual do Planejamento, José Sérgio Gabrielli.
Para 2013, contudo, os desafios serão ainda maiores. Mais do que o dinamismo interno, que mantém os setores de comércio e serviços avançando num patamar de cerca de 10% ao ano, a Bahia terá que impulsionar setores como a indústria, construção civil e agropecuária para conquistar um crescimento mais robusto.
Setores
A minimização dos efeitos da seca na agricultura baiana terá a capacidade de reverter um quadro de desaceleração do PIB Agropecuário, que só não foi maior por conta das boas safras de soja, milho e algodão - resultado da produção irrigada - e pelos elevados preços destes produtos no mercado, puxados pela demanda da Ásia, sobretudo dos chineses.
No segmento da indústria, o desempenho da Bahia - que possui uma base industrial focada na produção de bens intermediários - está diretamente atrelado ao reaquecimento da economia e da indústria nacional.
De acordo com o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Reinaldo Sampaio, a expectativa é de um crescimento econômico em 2013 superior ao registrado este ano, o que poderá dar impulso à demanda da indústria baiana.
Ele ainda destaca que novos investimentos previstos para a Bahia, como a implantação das fábricas da Basf e da Kimberly-Clark, em Camaçari, e dos parques eólicos no sudoeste baiano deverão movimentar a economia local, gerando novos empregos.
Nos setores de comércio e serviços, a Copa das Confederações poderá dar impulso para um crescimento ainda maior neste setores, que nos últimos anos tem crescido num ritmo em torno de 10% ao ano. O torneio também deverá movimentar o turismo em Salvador, com a vinda de mais visitantes.
"Nossa expectativa é que o comércio continue avançando. Não há nenhum indicativo de que a demanda deva arrefecer", destaca Antonie Tawil, presidente em exercício do Fórum Empresarial da Bahia.
FATORES QUE VÃO BALIZAR PIB DE 2013
ESTIAGEM
O possível arrefecimento da seca no semiárido baiano será fundamental para alavancar o PIB agropecuário no próximo ano
GRANDES PROJETOS
Bahia tem potencial de gerar crescimento no longo prazo. Mas o bom ritmo das obras durante o ano pode fazer a diferença no PIB de 2013. Os projetos principais são a Ferrovia Oeste-Leste, o Porto Sul e a implantação do Estaleiro Enseada do Paraguaçu
INDÚSTRIA
A produção industrial baiana pode avançar ou arrefecer de acordo com o cenário nacional, já que ela é focada na produção de bens intermediários que são matéria-prima para a indústria do Sul e Sudeste
EXPORTAÇÕES
O avanço das exportações baianas vai depender do cenário externo. Fatores como a manutenção da demanda chinesa e a retomada da Europa e EUA serão importantes
INVESTIMENTO PÚBLICO
O governo baiano promete dobrar o investimento público para o próximo ano, por meio de operações de crédito. A execução destes recursos será determinante para o desempenho do Estado
COMÉRCIO E SERVIÇOS
É fundamental manter ativos os segmentos de comércio e serviços, com um patamar de crescimento em cerca de 10% ao ano
TURISMO
Segmento pode ganhar impulso com a realização da Copa das Confederações. Quanto mais turistas atrair e quanto mais tempo estes permanecerem em solo baiano, mais o torneio será capitalizado economicamente

Fonte: A Tarde

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