quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

ACM Neto quer transferir em 3 meses a operação do metrô e trens para o Estado


Política
por
Fernando Duarte - Tribuna da Bahia

O céu de brigadeiro na relação entre o prefeito ACM Neto (DEM) e o governador Jaques Wagner (PT) se aproximou do primeiro ponto polêmico nessa quarta-feira (9/1), quando o titular do Palácio Thomé de Souza falou sobre a operação do metrô e do sistema de trens do Subúrbio.
Motivo de desentendimento entre o Palácio de Ondina e o ex-prefeito João Henrique, o impasse sobre a responsabilidade com a linha 1 do sistema metroviário e os trens do Subúrbio caminha para ser solucionado, apesar do prazo elástico.
“O meu esforço com o governador, e eu espero que isso tenha um desfecho nos próximos 90 dias, é no sentido de transferir a linha 1 do metrô já construída para o governo do Estado, passando também a operação do trem do Subúrbio. Ou seja, a Prefeitura entregaria ao governo do estado a Companhia de Transporte de Salvador (CTS). Nós entregaríamos com a porteira fechada. Então o governo do Estado assumiria a responsabilidade pela operação do trem do Subúrbio, que inclusive, exige novos investimentos, pela ampliação e operação do metrô de Salvador”, afirmou o prefeito em entrevista ao programa Balanço Geral, da Record Bahia.
No último mês de novembro, o então prefeito João Henrique criticou o posicionamento do governo quanto à transferência da operação do metrô e dos trens para o estado. Segundo JH, a proposta de assumir apenas os ativos do metrô e do sistema de trens tornaria inviável o repasse. João, entretanto, admitiu o compromisso assumido no começo de 2012 para que houvesse a transferência da operação – um acordo entre as prefeituras de Salvador e Lauro de Freitas e o governo do estado permitiu o início da discussão sobre o sistema metropolitano para o metrô.
Os passivos, de acordo com a prefeitura na época em que a polêmica veio à tona, não foi precisado, mas se trata de “milhões”, segundo levantamento feito pela administração de JH.
O trem do subúrbio ferroviário é um dos grandes problemas, pois possui manutenção mensal de cerca de R$ 1,2 milhão e ainda pode gerar eventuais passivos judiciais a partir de ações na Justiça do consórcio Metrosal (Camargo Correia/ Andrade Gutierrez / Siemens) contra a CTS - Companhia de Trens de Salvador.
Neto criticou o ex-prefeito por ter transferido ao Estado a atribuição de ampliar as linhas do metrô. “Ele transferiu esta ampliação do metrô para o governo do Estado. Não tem nenhuma lógica a Prefeitura operar uma parte pequena do metrô, de seis quilômetros, e o governo do Estado conduzir a ampliação do restante do metrô. Se isso acontecer, nós não vamos ter metrô em Salvador”, disse.
“Infelizmente, a administração anterior não conseguiu promover este entendimento com o governo do Estado. Nós estamos avançando e o governador Jaques Wagner tem nos dado garantia de celeridade na ampliação e, portanto, na conclusão da obra para colocar o metrô para funcionar”, completou.
Por enquanto, o edital para a construção e operação da linha 2 do metrô, na Avenida Paralela, depende do entendimento entre a Prefeitura e o governo do Estado.
Em entrevista à Tribuna, o secretário-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que é preciso que a linha 1 seja integrada ao processo para fazer a licitação conjunta dela, incluindo o tramo dois – até a Estação Pirajá, como no projeto original -, e da linha 2.
A previsão inicial era de que o edital de licitação da parceria público-privada fosse divulgado em dezembro, porém o impasse entre as instâncias estadual e municipal atrasou o lançamento.

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