O maior corredor de exportações do Nordeste será formado pela Ferrovia Oeste-Leste e pelo Porto Sul. Por isso, a concessão pelo Ibama da licença prévia para a implantação do Porto Sul em Ilhéus deve ser comemorada.
Não é o final da luta, pelo contrário, é o início, e ainda existem obstáculos a vencer, mas todo projeto de grande porte tem seus percalços e agora cabe ao governo do Estado, aos empresários e a sociedade em geral tomar a si a defesa desse empreendimento, fundamental para a Bahia e que tornará a aglomeração urbana de Ilhéus e Itabuna o centro de um polo econômico de grande porte. O Porto Sul poderá movimentar mais de 60 milhões de toneladas de produtos como minério de ferro, insumos para a construção civil, cereais, fertilizantes e outros granéis. Só o projeto Pedra de Ferro da Bahia Mineração, que tornará o estado a 3a maior província ferrífera do país, vai exportar, numa primeira fase 19,5 milhões de toneladas de minério de ferro e numa segunda fase, mais 45 milhões de toneladas anuais. Tudo isso será transportado pela Ferrovia Oeste-Leste e exportado por navios ancorados no Porto Sul. A implantação da Bamin, do Porto Sul e da Fiol fará uma revolução econômica na região, com mais empregos, mais comércio, mais serviços e mais oportunidades de negócios.
Mas ainda existem dois obstáculos à frente do complexo Fiol/Porto Sul. Em primeiro lugar a licença prévia concedida aprova a viabilidade ambiental do projeto, mas para que a construção do porto possa começar é preciso que o Ibama conceda a Licença de Instalação. Aqui está o desafio maior para o governo do Estado e para a Bahia Mineração, que vai construir o porto privado.
O Ibama vai exigir 19 ações compensatórias, além da implantação de 34 programas ambientais e qualquer atraso ou mudança pode ser pretexto para emperrar o projeto. Entre as medidas condicionantes impostas pelo Ibama, estão projetos como o tratamento de resíduos sólidos, o incentivo à atividade pesqueira, a proteção à fauna terrestre e até um programa de prevenção à exploração sexual na região. Ou seja, o Ibama torna-se autoridade em áreas fora de sua jurisdição e exige que problemas que existem há muitos anos e são de responsabilidade dos governos sejam resolvidos de imediato sob pena de não haver projeto. O outro desafio é a aceleração das obras da Ferrovia Oeste-Leste, sendo fundamental que pelo menos o trecho que vai do município de Caetité até os terminais do Porto Sul esteja pronto em 2015. Sem a ferrovia, o Porto Sul não funciona e a Bahia Mineração não pode exportar. O governador Jaques Wagner sabe da importância do projeto e esteve pessoalmente no Ibama esta semana tratando do assunto. O fato é que o governo do Estado, os empresários e a sociedade baiana precisam se unir para pressionar os órgãos envolvidos a agilizar a construção tanto do Porto Sul quanto da Ferrovia Oeste-Leste.
A BAHIA E AS EMPRESAS DE ENGENHARIA
A Tenace Engenharia e Consultoria Ltda, uma das mais tradicionais empresas de engenharia da Bahia, em atividade desde 1986, requereu em juízo a sua falência, resultando na demissão de cerca de 2000 trabalhadores. A falência, que segundo a direção da Tenace deveu-se a exigências descabidas da Petrobras, remete a uma questão importante: o definhamento do setor de engenharia industrial na Bahia. A Bahia sempre teve um setor de engenharia industrial forte, que prestou serviços na construção da Refinaria Landulpho Alves em 1949, na implantação do Polo Petroquímico de Camaçari e no polo offshore na década de 80, mas, nos últimos anos, o setor vem definhando com muitas empresas de engenharia industrial, na área de projeto, construção e montagem eletromecânica, com dificuldades de sobrevivência e outras se transferindo para outros estados, como Espírito Santo, Pernambuco e Rio Grande do Sul, que atualmente é o maior polo offshore do Brasil. Isso vem ocorrendo, entre outros motivos, porque nos grandes empreendimentos que estão em execução no estado – a exemplo do projeto do Complexo Acrílico da BASF que sequer convidou empresas locais para participar da licitação da montagem eletromecânica – a engenharia de projetos está sendo executada no sul do pais, sem a participação de nenhuma empresa baiana de projetos. E nos médios projetos – a exemplo dos três canteiros offshore pronto para começar, mas que até agora continuam sem a licença do Ibama – porque ademora no posta em marcha prejudica as empresas de engenharia. É hora do governo, federação das indústrias e outras associações entrarem no circuito para apoiar as empresas de engenharia.
MERCADO IMOBILIÁRIO E O INTERIOR DA BAHIA
O mercado imobiliário nas cidades médias do interior da Bahia está em franca expansão. Recentemente realizei palestra em Feira de Santana num lançamento imobiliário da empresa EPP Empreendimentos Imobiliários, Construções e Participações Ltda, de Edson Piaggio, e pude constatar o crescimento do mercado imobiliário local. Outras cidades, como Itabuna, Jequié, Barreiras, Luiz Eduardo Magalhães e Vitória da Conquista também estão recebendo investimentos de porte no setor. Quando o juro cai, a rentabilidade dos imóveis sobe.
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