Foto: Elza Fiúza / Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles afirmou que a reforma da
Previdência é essencial para o país e que sem ela será preciso aumentar
impostos. “Porque tem que pagar a conta", justificou em entrevista ao
jornal Folha de S.Paulo publicada neste domingo (30). Meirelles avaliou que
seria mais difícil aprovar a reforma se o país "estivesse muito bem",
uma vez que a crise representa um argumento para a necessidade do ajuste. “A
crise e o desemprego são os argumentos para a necessidade do ajuste. Acredito
no contrário. Se o país estivesse muito bem, seria mais difícil aprovar a
reforma. O fato de que isso levou o Brasil à crise dá força para a mudança”,
opinou. Perguntando se será candidato a presidente da República, Meirelles
disse que qualquer discussão sobre o assunto é “negativa". "A
preocupação do mercado é saber que meu foco é 100 por cento na economia, no
ajuste fiscal, em botar o Brasil para crescer. E que não há concessão política.
Não há dúvida a essa altura. Se vou ser candidato, não vou ser candidato, isso
é conversa de político
por Jamil Chade |
Estadão Conteúdo
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Sinônimo de estabilidade e de
confiança, a praça financeira suíça tem passado por um verdadeiro terremoto
desde a eclosão da Operação Lava Jato no Brasil. Se nos últimos anos os suíços
se dedicaram a mostrar para o mundo que as contas secretas haviam acabado, o
escândalo brasileiros reabre velhas feridas e mobiliza governo, procuradores,
advogados e banqueiros. A dimensão do caso surpreende até mesmo
experientes advogados especializados em anticorrupção na Suíça. Em pouco mais
de um ano, as investigações no país acumularam números constrangedores. No
processo se envolveram mais de cem advogados de uma dezena de escritórios de
advocacia. Há mil contas bloqueadas em 42 instituições financeiras. Mais de 60
processos criminais estão em andamento na Suíça. Um total de US$ 800 milhões já
foram congelados e 25 bancos foram alvo de investigações. Um deles já foi
sancionado, o BSI, que chegou a ser controlado pelo Banco Pactual, instituição
brasileira afetada pelo caso. Não há como negar que, mesmo distantes de
campanhas eleitorais irregularmente financiadas ou de projetos na África, os
bancos suíços funcionaram como plataforma de transferências de propinas entre
os implicados na Lava Jato. Agora, a investigação procura saber até que ponto
foram coniventes. Questionado pelo Estado sobre como a Suíça permitiu ser
usada de forma tão ampla por suspeitos de corrupção no Brasil, o presidente da
Suíça, Johann Schneider-Ammann, evitou uma resposta direta. "Nunca
aceitamos e não aceitaremos dinheiro de corrupção na Suíça", disse.
"Vivemos em um estado de direito e cumprimos as regras", insistiu.
"Sabemos que existem problemas de corrupção e, no caso específico
envolvendo a Suíça, oferecemos nossa preparação para corrigir esses
processos", prometeu. Diante da proporção do caso, os suíços
ampliaram a equipe de investigadores. O escritório do procurador-geral, Michael
Lauber, confirmou que atualmente só a força-tarefa criada na Suíça para
investigar a corrupção no Brasil tem mais de uma dezena de pessoas. "O
processo da Petrobrás é complexo", justificou. A força-tarefa inclui
analistas forenses e de tecnologia da informação, especialistas em lavagem de
dinheiro e em corrupção internacional. É ainda reforçada pela Polícia Federal
suíça, além do Escritório Federal de Justiça. Até agora, porém, a Suíça
lembra o Brasil de antes da Lava Jato: nenhum banqueiro suíço foi nem sequer
indiciado. "Essa é a grande hipocrisia", disse Jean Ziegler,
sociólogo e autor do livro A Suíça Lava mais Branco. "A impunidade em relação
aos banqueiros é total." ========
Fonte:bahianoticias
Nenhum comentário:
Postar um comentário