domingo, 23 de outubro de 2016

ALEXANDRE GONZAGA PRESIDENTE DA FONTE NOVA NEGÓCIOS E PARTICIPAÇÕES (FNP)


 

BE- A Fonte nova é um dos principais equipamentos de turismo e lazer da capital baiana. Hoje em dia shows de grandes artistas e jogos de futebol são realizados no espaço, porém, em 2014, o balanço divulgado pela empresa contabilizou um prejuízo de R$ 31,2 MM e em 2015 de R$ 23,4 MM. Qual perspectiva financeira para o próximo balanço oficial? 

ALE- Entendemos que a consolidação de novos negócios – como é o caso da gestão de arenas multiuso – é sempre um processo complexo e que requer atenção constante dos gestores, principalmente no que tange à operação. A Arena Fone Nova teve uma redução de 22% nos prejuízos operacionais de 2014 para 2015 e continua trabalhando para manter uma agenda de jogos e eventos que fortaleça o caráter multiuso do equipamento, consolidando esse novo modelo de negócio de gestão de arenas multiuso no Brasil. Entretanto, é importante pontuar que desde janeiro de 2015, por força de liminar proferida na Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público da Bahia, os eventos não esportivos realizados na Arena Fonte Nova não podem utilizar os parâmetros de emissão de ruídos estabelecidos pela Lei Municipal 8.675/2014 (até 110 decibéis), o que inviabilizou a realização de grandes shows e festivais, impactando, sobremaneira, o avanço na geração de receitas nesse segmento de atividade. 
A frustração de público e de ticket médio nos eventos esportivos, assim como a limitação de emissão de ruídos, geram consequências diretas nas Receitas Principais, como Bilheteria, Cadeiras e Camarotes; e impactam, mesmo que de forma indireta, as Receitas Adicionais, especialmente aquelas decorrentes de Publicidade. 

BE - O Festival de Verão será realizado no estádio em 2016. Um novo formato e novo modelo. Além do festival outros eventos do setor de turismo que aconteceriam no Centro de Convenções acabaram sendo transferidos para o espaço. Além disso, eventos no final do ano também estão programados para o estádio? Qual a expectativa da direção para esse verão em termos de faturamento? 

ALE - A Arena trabalha durante todo o ano para fomentar eventos de diversos tamanhos e em todas as áreas disponíveis do equipamento, como forma de fomentar o caráter multiuso do espaço. Em que pese a discussão acerca do limite de emissão de ruídos, o Tribunal de Justiça da Bahia, reconhecendo a importância do evento para geração de emprego e alavancador do turismo, autorizou a realização do Festival de Verão esse ano na Arena, o que foi uma grande vitória para o espaço, que busca consolidar o seu caráter multiuso. Além disso, paulatinamente, temos retomado a agenda de eventos, tal como a diversidade de eventos corporativos já realizados, show de Seu Jorge e Ana Carolina, Legião Urbana, o Encontro de Nossa Senhora Aparecida e o Réveillon Santíssimo, evento da igreja católica, que acontecerá na Arena no dia 31 de dezembro, além de eventos destinados ao público infantil e de verão. 

BE- A parceria com o Esporte Clube Bahia foi debatida no ano passado com a presidência do clube. Um novo contrato foi firmado para o time mandar seus jogos no espaço até abril/2018. O Bahia tem a segunda média do público da série B, perdendo apenas para o Ceará, que manda seus jogos na Arena Castelão. São mais 13 mil pessoas de média no estádio. Qual a importância da parceria, entre Bahia e Arena, hoje, para o equipamento? 

ALE- Toda parceria para fomento da Arena enquanto estádio – no que tange ao futebol – ou equipamento multiuso é extremamente positiva. Especialmente em relação ao Bahia, a boa campanha do clube como mandante – com cerca de 75% de aproveitamento nos jogos na Arena – também é fundamental para que o torcedor frequente o estádio. Além disso, o clube vem realizando ações com sócios torcedores e, mais recentemente, para o público em geral – tais como exposição de troféus etc – que fomentam a vinda de famílias inteiras aos jogos. 

BE- O Vitória tem mandado alguns jogos importantes no estádio e segundo a direção do clube, com casa cheia. É bom, porém precisa lotar o estádio, o que tem acontecido em algumas partidas. Seria viável, se houvesse uma proposta de ambos os lados, Bahia e Vitória, dividirem seus jogos no estádio?

 ALE- A Arena sempre está de portas abertas para receber todas as torcidas e conta com equipe capacitada para abarcar as demandas de jogos dos dois times no equipamento

BE-- A relação comercial com a cervejaria Itaipava esteve sendo debatida no ano de 2015. Como está a relação da administração com a cervejaria? 

ALE- Inicialmente, é importante pontuar que o projeto de naming com a marca Itaipava, firmado em 2013, foi pioneiro e bem sucedido. Em 2015, a Fonte Nova Negócios e Participações (FNP) e o Grupo Petrópolis negociaram um aditivo ao contrato de parceria, ajustando o negócio aos novos interesses das partes e que prevê uma cota fixa mínima de patrocínio/ano na Arena Fonte Nova. Nela, além da comercialização de cervejas e energéticos, existe a possibilidade de novas ações de marca, com cotas variáveis, a serem acordadas anualmente. Este novo formato, possibilita que a Arena negocie algumas propriedades de patrocínio, anteriormente exclusivas do Grupo Petrópolis, com outros interessados, inclusive o naming rights. Um exemplo concreto foi a parceria feita com a nova assinatura do Lounge Premium pela Coca Cola, que além de vender e fazer publicidade exclusiva de refrigerantes, sucos, chás, isotônicos e água mineral da marca na Arena, também passa a assinar o espaço.

BE- Em relação aos projetos futuros, o governo tem interesse em construir um novo centro de convenções na área onde ficavam as antigas piscinas do complexo. Um projeto na casa de 70 milhões. Como a Fonte Nova observa essa questão?

ALE- Existem algumas propostas e estudos em andamento e a Arena sempre estará disposta a estudar novos projetos benéficos ao Estado, mas nada formalizado ainda. 
 
BE--Em conversa com Silvio Pessoa, líder do setor hoteleiro na Bahia, descobrimos que o custo para realização de eventos na área externa da Fonte Nova é maior do que os custos para realização de eventos no centro de convenções, devido a colocação de lonas climatizadas no espaço. Além disso o número de pessoas que a Fonte Nova pode colocar é menor e não abriga a qualquer tipo de congresso. Existe algum projeto de estrutura que possa ampliar a capacidade do local e baratear seus custos? Qual a solução dessa demanda? 
 
ALE- A desativação definitiva do Centro de Convenções é muito recente e, por isso, ainda estamos estudando a melhor equação custo/benefício para absorver a demanda. No decorrer dos últimos 12 meses, por exemplo, realizamos alguns eventos que, juntos, reuniram cerca de 120 mil pessoas e que poderiam ser realizados no Centro de Convenções. Foram estruturas montadas na Praça Sul, no EDG e no N5 das arquibancadas, com custos acessíveis aos nossos clientes. Já temos algumas ações em andamento, e, em breve, devemos anunciar novidades em relação a esse assunto, com mais espaços e opções disponíveis ao mercado de eventos corporativos, formaturas, shows, etc...

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