sexta-feira, 27 de março de 2015

Urbanismo

Urbanismo

27/03/2015 08:30

Melhorias no Centro Antigo beneficiam famílias e comércio

Com aproximadamente 77 mil pessoas distribuídas numa área de sete mil metros quadrados, o Centro Antigo de Salvador (CAS) é uma das regiões mais visitadas da cidade todos os anos. Moradores da capital baiana e turistas de vários lugares do mundo ampliam o movimento nesta região, onde fica o Centro Histórico, que abrange bairros tradicionais da capital como o Pelourinho e Santo Antônio Além do Carmo.

O Governo do Estado, por meio da Diretoria do Centro Antigo de Salvador (Dircas), órgão vinculado à Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), realiza diversas melhorias na área. Acessibilidade, pintura, pavimentação, criação de espaços de convivência e de unidades habitacionais fazem parte da lista de obras do Plano de Reabilitação do Centro Antigo. O objetivo é deixar o CAS ainda mais atrativo para os moradores e visitantes.

Nos últimos anos, 500 unidades habitacionais foram viabilizadas no Centro Histórico de Salvador, 289 delas por meio do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Servidores públicos e pessoas, que antes estavam em locais de risco da região, foram beneficiadas como a família da dona de casa Rita Daltro.

Aos 56 anos - mais de 40 vividos em diferentes casas do Centro Histórico -, ela mora há um ano na Rua 3 de Maio e diz estar feliz na casa que divide com quatro pessoas. “É perto de tudo e a estrutura da casa é boa. A área [no entorno] também melhorou muito. É confortável, arejada e ventilada”. O imóvel que dona Rita habita com o casal de filhos, o irmão e um neto, é um dos 38 casarões reformados pela Conder. Juntas, as unidades representam 104 moradias.

Cadastramento Social

Segundo a coordenadora da área social da Conder, Marise Melo, em cumprimento ao plano, é feito contato prévio com a população da área sempre que uma intervenção vai ser realizada. “Fazemos o levantamento ocupacional para que as famílias, em situação de vulnerabilidade social, sejam atendidas por meio do plano e inseridas no programa, de forma que sejam beneficiadas com o ‘bolsa-aluguel’ e, posteriormente, atendidas com uma unidade habitacional”.

Ainda de acordo com Marise, assim que se mudam para as novas moradias, as famílias passam a receber acompanhamento social. “Viabilizamos ações com estas pessoas a fim de prepará-las para a convivência coletiva e para o uso adequado das novas instalações”.

Emprego e renda

Outra iniciativa para requalificação da área é a manutenção das fachadas do casario do Centro Histórico. As melhorias compreendem intervenções permanentes no entorno, como a recuperação da Praça dos Veteranos, reforma e restauração do Quartel do Corpo de Bombeiros - ambos na Baixa dos Sapateiros -, repavimentação da Avenida J.J. Seabra e ampliação das calçadas (passeios), que também receberam piso tátil e rampas para melhor acessibilidade.

Proprietário de uma barraca próxima ao Quartel dos Bombeiros há 28 anos, Dilton Bonfim obtém, com a venda de lanches e bebidas, o sustento da família e se orgulha de ter dois filhos estudando na universidade. Para ele, os recentes investimentos do Governo do Estado na região ajudaram a atrair maior número de consumidores para a Baixa dos Sapateiros. “Melhorou bastante até em termos de segurança. Os passeios também ficaram melhores”.

Quem também aprovou a nova dimensão e o nivelamento das calçadas é o vendedor de mingau Cristian da Cruz. Todos os dias, há dez anos, ele sai do bairro Vila Canária para vender mungunzá e mingau no Centro Histórico. O vendedor se lembra dos tempos em que tinha dificuldade circular pelas vias com o carrinho de metal onde transporta os alimentos. “Ficou uma maravilha para [a gente] andar”.

Novos investimentos

Somente no CAS foram identificados pela Dircas/Conder 1,4 mil imóveis fechados e em ruínas, a maioria de propriedade particular. Essa realidade contraria o que prevê o Estatuto das Cidades quanto à função social dos imóveis, que têm capacidade para abrigar até oito mil novas moradias.

A titular da Dircas, Beatriz Lima, informou que “o desenho financeiro já está pronto e em fase de aprovação pela Caixa Econômica Federal. A primeira etapa vai viabilizar 140 imóveis com a produção de novas habitações, áreas comerciais e serviços”. De acordo com ela, os trabalhos devem começar pelo principal frontispício de Salvador - o Elevador Lacerda.

Já foram projetadas pelo Dircas/Conder cerca de 840 unidades habitacionais, baseadas nos parâmetros exigidos pelo MCMV, e outras 835 estão em fase de estudo para serem viabilizadas em diferentes áreas do Centro Antigo de Salvador. Beatriz informou que, para atender à demanda social, vem sendo desenvolvido um projeto, em fase de contratação junto à Caixa, de quase 400 habitações.

“[As moradias] são para pessoas em situação de risco total. As que estão [vivendo em áreas] nas encostas, [onde] toda vez que chove ficam ameaçadas com desmoronamento”. As unidades também são destinadas a quem já deixou as encostas e atualmente recebe ‘bolsa-aluguel’ enquanto aguarda a moradia. Ela citou a determinação das famílias para que sejam mantidas na região onde viviam anteriormente.

Recuperação de vias

Melhorias viárias contemplam 300 ruas da região. “Vamos começar as obras de pavimentação das calçadas e de ruas do Centro Antigo. As intervenções, que contemplam quase 300 ruas e investimento de quase R$ 120 milhões, vão ser iniciadas nos próximos 60 dias. São avanços estruturais. Não são projetos que começam aqui e param ali. Não tem fim de projeto. É contínuo. É todo dia”, enfatizou Beatriz.
FONTE:agecom

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