domingo, 29 de março de 2015

Mobilidade

29/03/2015 09:00

Programa Mobilidade Salvador muda rotina dos soteropolitanos

Salvador, que completa 466 anos neste domingo (29), foi a primeira capital do país e possui hoje cerca de três milhões de habitantes. Resultado de uma ocupação desordenada, somente com planejamento e obras estruturantes está sendo possível equacionar o problema do trânsito na capital. O Programa Mobilidade Salvador nasceu da disposição do Governo do Estado para transformar a cidade, nos últimos oito anos, em um canteiro de obras. 

Muitas intervenções do primeiro conjunto integrado de obras da história do município já foram entregues, como os Complexos Viários do Imbuí e 2 de Julho, e outras estão em andamento, como a construção das linhas Azul e Vermelha. Os dois corredores transversais vão ligar o Subúrbio Ferroviário à Orla Atlântica, por meio de conexões, na altura da Avenida Paralela, com as avenidas Orlando Gomes e Pinto de Aguiar, que já foi completamente duplicada.

O motorista de ônibus Reinaldo Araújo atravessa a Pinto de Aguiar de ponta a ponta diversas vezes por dia. “O percurso, do começo até o final da avenida, era de uma hora em dias normais. Em dia de jogo, passava mais de duas horas para conseguir atravessar. Agora, com a duplicação, não passo mais de 20 minutos na Pinto de Aguiar. Está bem dividida e tem várias faixas”. 

Via Expressa e sistemas viários

Entre todos os investimentos que fazem parte do Programa Mobilidade Salvador, a maior obra dos últimos 30 anos e a mais importante já entregue até agora é a Via Expressa Baía de Todos-os-Santos. O corredor rodoviário desviou o tráfego de carretas de até trinta metros, que não precisam mais passar pela avenida Bonocô, para fazer o percurso entre o Porto de Salvador e a BR-324. “Antes era barril, engarrafamentos na Bonocô, muitos acidentes, carro pequeno descendo pra Barra e pra Vasco batendo roda da gente. Agora melhorou bastante. Pegar engarrafamento da BR até chegar no Porto era horrível”, comemora o caminhoneiro Denílson Santos. 

Outras obras já concluídas e fundamentais para dar dinâmica à vida do soteropolitano são o Sistema Viário 2 de Julho, que faz a interligação entre a CIA – Aeroporto, a Avenida Paralela e a Estrada do Coco, ao norte da cidade, e o Complexo de Viadutos do Imbuí, que desafogou o trânsito também para quem passa pela Avenida Paralela ou vai para o bairro de Narandiba. A administradora Samanta Moínos, 34 anos, ganhou tempo com as obras no Imbuí: “Antes era engarrafado, era difícil chegar em casa. Economizo mais de 30 minutos por dia. Agora tenho esse tempo para tomar um banho e escolher uma roupa antes de ir para a faculdade”.  

Transporte de massa

Mas imaginar a melhoria do trânsito em Salvador é impossível sem investimentos no transporte de massa. O Trem do Subúrbio, que foi implantado em 1860 e atende a 800 mil baianos, transporta cerca de 14 mil pessoas diariamente. O equipamento será substituído por um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). A confeiteira Édila Garrido, 55, que quase todos os dias pega o trem para ir de casa, no Subúrbio Ferroviário, até a estação da Calçada, gostou da notícia. “O trem é uma maravilha, além de ser mais barato, não pega congestionamento. Com o VLT, terei mais conforto, segurança e rapidez, com um precinho bem melhor. Quero pegar o trem sempre, com meus filhos e netos. É o nosso transporte favorito”. 

O VLT é semelhante ao metrô, mas de menor porte. O Metrô de Salvador ainda está com diversas obras em andamento, tanto da Linha 1, que atualmente trafega entre as estações do Retiro e da Lapa, como da Linha 2, que, quando estiver concluída, vai chegar até Lauro de Freitas. O equipamento já transportou mais de 4 milhões de pessoas e foi aprovado pela população. 

A professora Tereza Cristina dos Santos, 54, mora em Tancredo neves e pegou o metrô, pela primeira vez, na estação Acesso Norte. “Essa é minha primeira viagem. Eu achei muito bom, maravilhoso. Gostei da paisagem, foi maravilhoso. Os vagões são muito confortáveis, pretendo andar mais vezes. Vou dizer para as pessoas que venham conhecer. Elas estão perdendo essa maravilha que é o metrô”, convida Tereza.
linhas de trânsito azul e vermelha
  
 

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