quarta-feira, 4 de março de 2015

Paralisação em obras de ferrovias causará 9 mil demissões


  • Elói Corrêa l Govba
    Ttrilhos da Ferrovia Oeste-Leste, com 1.527 quilômetros de extensão, já começaram a ser assentados
A paralisação das obras de construção das  ferrovias Norte-Sul e Oeste-Leste vai causar quase nove mil demissões nas próximas semanas, afetando principalmente os estados da Bahia, Goiás e São Paulo.
O governo federal, responsável pela construção, já foi avisado que todas as empresas responsáveis pela implementação das estradas de ferro vão ampliar os cortes de funcionários que estão sendo feitos desde o meio do ano passado.
As companhias afirmam que não recebem da Valec há mais de 60 dias por faturas que foram emitidas no ano passado. Em artigo publicado na terça-feira, 3, na Folha de S.Paulo, João Santana, presidente da Constran, uma das companhias que está construindo as duas ferrovias, disse que sua empresa vai parar as obras pela falta de pagamento.
Ele criticou a Valec, estatal que é responsável pela construção. Segundo Santana, a estatal não dá qualquer definição sobre quando serão feitos os pagamentos e se as empresas devem ou não continuar as obras.
Em seu artigo, João informa que as empresas não têm mais como se sustentar sem os recebimentos do governo já que não têm mais acesso a crédito nem nos bancos públicos. Ele criticou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que, segundo ele, está fazendo superávit primário dando calote nas companhias.
Atrasos
As duas ferrovias, que fazem parte do PAC, já tem atrasos significativos em suas construções. O trecho da Norte-Sul em obras, que vai de Ouro Verde (GO) a Estrela D'Oeste (SP), estimado em R$ 3 bilhões, foi licitado em 2010 e deveria, pela programação do governo, estar pronto em 2012.  
A obra, contudo, tinha cerca de 78% de avanço até o fim do ano passado e a previsão era que ficasse pronta no fim deste ano.  Já a Ferrovia Oeste-Leste, também licitada no governo Lula e estimada em R$ 4,5 bilhões, está ainda mais atrasada (60% de execução) e tinha previsão para estar concluída apenas em 2016. 
Essa ferrovia ligaria uma região com minas de ferro no interior da Bahia a um porto que está planejado para ser feito em Ilhéus, mas que também está atrasado

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