Fonte: Portal da Copa 2014 do Governo
Pesquisadora lançará livro “Reflexões e Oportunidades – Design, Cidades e a Copa do Mundo”, contando experiência da África do Sul. Ela criou o fórum de discussão e pesquisa sobre as realizações, legado e contexto da Copa do Mundo
Compreender a Copa do Mundo como um investimento nas cidades e não um gasto. Essa é uma das experiências que a sul-africana Zahira Asmal trouxe para Porto Alegre, durante a palestra “O legado da Copa 2010 na África do Sul e as lições para o Brasil”, realizada na manhã desta quinta-feira (03.05).
Graduada em Macroeconomia Internacional pela Universidade de Cape Town, Zahira é comentarista cultural e pesquisadora. A sul-africana criou o Designing South Africa, fórum de discussão e pesquisa sobre as realizações, legado e contexto da Copa do Mundo na África do Sul. No Brasil por três semanas, está lançando o livro “Reflexões e Oportunidades – Design, Cidades e a Copa do Mundo”.
Para Zahira, a Copa do Mundo serviu para consolidar a transformação do povo sul-africano após o fim do apartheid, regime de segregação racial que teve fim em 1994. Diante da efervescência que viveu o país na preparação para o megaevento, a sul-africana identificou a necessidade de discutir, mensurar e documentar o legado para o desenvolvimento da nação. “Houve um movimento de como designers e governos poderiam trabalhar juntos para mudar o cenário das cidades e qualificar os serviços públicos”, explicou.
Os esforços foram direcionados para realizar e mostrar os resultados, envolvendo as etapas de preparação, a infraestrutura e a mobilização durante o evento e o legado para o país. “Era necessário refletir e ver a Copa como um investimento e não como um gasto”, disse Zahira, destacando como resultado desse processo, além da qualificação da infraestrutura, a elevação da auto-estima da população e a mudança da visão externa sobre a África do Sul, mostrada como um país com capacidade produtiva, cultural e tecnológica.
Oportunidades
Zahira enfatizou também a semelhança dos desafios do país com aqueles enfrentados pelo Brasil na preparação para o evento e no envolvimento da população em torno do projeto. E classificou os dois territórios como “nações mal compreendidas” pelos olhares estrangeiros.
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, destacou que espera para Porto Alegre ganhos semelhantes aos conquistados pelas cidades sul-africanas. “A Copa deixou um legado de infraestrutura, mobilidade, referência turística e auto-estima da população aos sul-africanos”, avaliou, defendendo a importância de discutir e compreender a riqueza de oportunidades, para os diversos setores da economia e da sociedade, geradas pelo evento para as cidades que sediarão os jogos.
Para o diretor-geral da ESPM, Richard Lucht, é fundamental o esforço de agrupar os porto-alegrenses em torno da ideia de que a Copa é uma oportunidade para todos. “Mais que um evento esportivo, a Copa é a possibilidade para as cidades-sedes legarem para suas populações uma série de benefícios que serão desfrutados por no mínimo meio século”, defendeu Lucht.
A publicação organizada por Zahara reúne artigos feitos por dez jornalistas internacionais e quatro pesquisadores sul-africanos e do Brasil. Os brasileiros que participam são o professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas Oliver Stuenkel e a jornalista Ethel Leon, da revista de design AgitProp.
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