Governador reclama de atrasos na FIOL
Alessandra Nascimento repórter - Tribuna da bahia
O governador da Bahia, Jaques Wagner, reclamou dos atrasos nas obras de construção da Ferrovia da Integração Oeste Leste, Fiol, e a recente demissão de 2,3 mil funcionários.
“Infelizmente após a reunião em Jequié as coisas não andaram no ritmo esperado. Isso não é bom nem para o estado nem para as empresas construtoras”, disse. Ele foi a Brasília nesta semana para tratar de assuntos pertinentes a Fiol e ao Porto Sul. “É preciso entender que muita gente não quer que esses projetos venham para a Bahia.
O ex-deputado federal Fábio Feldmann é um dos que boicotam”, desabafou. Ele revela que respeita a opinião de lideranças ambientalistas, apesar de não concordar com as colocações. “Precisamos preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento, gerando condições dignas para o povo”, avisa.
Ele lembrou que a atual gestão da Valec está procurando organizar a casa. “Não tenho interesse em indicar ninguém para o cargo de presidente desta estatal, acho que o atual gestor chegou num momento de crise e está organizando tudo internamente. A Valec tem problemas que estão sendo superados, infelizmente não na velocidade que precisamos”, reclamou. Wagner ressaltou que esteve em Brasília conversando com representantes do Tribunal de Contas da União sobre os questionamentos levantados. “Acompanho o projeto porque ele é de interesse da Bahia e também um compromisso do governo Dilma”, citou.
Após a visita a Jequié, conforme matéria publicada na edição da Tribuna da Bahia do dia 10 de abril de 2012, ficou acertado entre os ministros e empresários reuniões mensais para discutir sobre o andamento das obras de construção da Ferrovia.
Ao que parece, a visita realizada no começo do mês passado, ainda não deslanchou. Na ocasião, foi verificado que apenas 5% das obras foram iniciadas e constatado um atraso de dois anos no cronograma de entrega da Fiol que, anteriormente estava prevista para este ano, talvez seja entregue em 2014.
Entre os problemas da Fiol, ditos pelo presidente da Valec, Jose Eduardo Castello Branco, na visita em Jequié, estavam o trecho de Figueirópolis, que não estava incluso nas obras do PAC e, portanto sem projeto, e os trechos que passavam por cavernas, apontados em relatório pelo Ibama. Ele assegurou, todavia, que buscaria solucionar os problemas levantados nos trechos.
Os atrasos nas obras, entraves com o Ibama e o TCU têm custado aumento nos valores outrora estimados na execução das obras da Fiol. Se entregues em 2012, dentro dos prazos anteriormente apresentados, ela custaria R$ 5,4 bilhões. No entanto, segundo cálculos da Comissão Especial da Fiol, hoje são estimados, com a conclusão de parte dos trechos em 2014, em R$ 7,1 bilhões.
A Fiol, ao longo dos seus 1.527 quilômetros de extensão deve fomentar o desenvolvimento da nova fronteira agrícola brasileira, que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Estima-se que já em 2015 sejam escoados 6,7 milhões de toneladas de grãos, além de uma produção, de acordo com cálculos da Valec de 45 milhões de toneladas de minério a partir de 2015.
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