segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Dilma: 'Corte no Orçamento não afeta investimentos no Nordeste'



Como parte da estratégia de crescimento da região, ela anunciou criação de um ministério para buscar investimentos privados locais

Renata Baptista, enviada especial a Aracaju


A presidenta Dilma Rousseff afirmou que o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento anunciado pelo governo não vai ter impacto nos investimentos na região Nordeste.
 Segundo ela, a ação faz parte de um plano de consolidação fiscal e é diferente do ocorrido em 2003, quando a taxa de inflação estava fora de controle e o País não possuía US$ 300 bilhões em reservas internacionais, como tem hoje.



"Nós estamos dentro da margem estabelecida de dois pontos acima dos 4,5% da meta [de inflação]", disse a presidenta na abertura da XII edição do Fórum dos Governadores Nordestinos, realizado nesta segunda-feira, em Barra dos Coqueirais (SE).
Para a presidenta, a inflação está sob controle.



Dilma também ressaltou que a política de guerra fiscal, que segundo ela alavancou a vinda de empresas ao Nordeste, não é a mais benéfica para a região e confirmou a criação do Ministério das Micro e Pequenas Empresas, que vai ajudar na busca de investimento privado para a região


Em encontro com Dilma, governadores defendem nova CPMF

Ainda de acordo com Dilma, o Nordeste será o grande desafio de sua gestão, assim como foi para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O povo do Nordeste soube me dar um apoio e assumir um compromisso ao me dar uma das votações mais expressivas que um presidente já teve na região". Dilma recebeu, no segundo turno das eleições, 18,4 milhões de votos no Nordeste, mais que o dobro de seu principal adversário, José Serra (PSDB).



Para a presidenta, uma das metas mais importantes de seu governo é a erradicação da pobreza no País, o que só pode acontecer se a miséria no Nordeste, sobretudo no semi-árido, for combatida.

Na ocasião, Dilma aproveitou para confirmar a criação do Ministério das Micro e Pequenas Empresas, que vai ajudar a buscar investimento privado para a região.

A presidenta destacou a continuidade de investimento na região no valor de R$ 120,4 bilhões, sobretudo em projetos de combate à seca, o programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida", o apoio às quatro capitais que serão sedes na Copa de 2014 e o PAC de Mobilidade Urbana.


Para o Nordeste, ela definiu como meta prioritária manter o crescimento em um ritmo mais acelerado que no restante do País: "Sabemos que houve crescimento do Nordeste nos últimos anos acima do crescimento da taxa do PIB, principalmente porque nós criamos um mercado interno pujante".

 
O fórum dos governadores reúne, além dos nove governantes da região, o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB). A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), enviou o vice Washington Luís para representá-la, já que está se recuperando de uma cirurgia.

Depois de um almoço com os governadores, a presidenta retorna a um debate e deve deixar Sergipe por volta das 17 horas com destino a São Paulo.



Clima de solidariedade



Antes mesmo de falar com a presidenta Dilma Rousseff (PT), o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) afirmou que os ajustes são resultado da crise econômica vivida no final de 2008 e todo o ano de 2009.
Segundo ele, 2011 deve ser um ano "duro" no ponto de vista econômico, mas há confiança na gestão de Dilma para que as dificuldades sejam ultrapassadas.



“Quando se fala em cortes, todo mundo acha ruim. Mas a gente sabe que são necessários. Não dá para ser demagogo nessa hora, tem que ser solidários.
Nessa hora, se afirmam quem é companheiro mesmo e quem tem espírito público. A gente sabe que não dá para brincar com o valor do equilíbrio fiscal”, disse Eduardo Campos.








Nenhum comentário: