

Prevista desde a Constituição de 1989, a divisão
da Bahia em zonas está finalmente pronta e disponível para consulta e sugestões.
O Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) cruzou características relacionadas a
relevo, clima, solo e arranjos produtivos de cada pedaço do estado, para depois
dividi-lo em 36 zonas.
O objetivo disso tudo é orientar o
planejamento, a gestão, as atividades e as decisões do poder público, do setor
privado e da sociedade em geral, relacionadas ao uso e ocupação do território.
Sempre levando em conta as potencialidades e limitações do meio ambiente físico,
biótico e socioeconômico, com vistas à implantação prática do desenvolvimento
sustentável.
“Por exemplo, todo mundo sabe que não dá para
plantar banana no Semiárido, porque banana precisa de água, e lá não tem água.
Mas existem porções do Semiárido em que é possível, sim, plantar bananas. Com o
zoneamento, a gente começa a enxergar melhor essas potencialidades”, explica o
superintendente de planejamento estratégico da Secretaria de Planejamento do
estado (Seplan), Ranieri Barreto. A Seplan, junto com a Secretaria Estadual do
Meio Ambiente (Sema), é a responsável pelo ZEE.
No zoneamento, cada região recebe um nome e é
completamente mapeada. A zona 1, por exemplo, é a Chapada Ocidental do Oeste
Baiano, que compreende oito municípios: Cocos, Jaborandi, Correntina, Riachão
das Neves, Luis Eduardo Magalhães, Barreiras, Formosa do Rio Preto e São
Desidério.
Essa zona tem 15.737 metros quadrados de
vegetação remanescente, uma comunidade quilombola e 360 famílias de pescadores.
A sede urbana é em Luis Eduardo Magalhães. A região é banhada pelo Rio São
Francisco e pelas bacias do Rio Grande e do Rio Corrente.
A ação possibilita a incorporação das variáveis
ambientais nos projetos do governo, além de desenvolver alternativas de melhor
uso dos recursos naturais e propor tecnologias sustentáveis. Mas demorou a ser
implementado por ter pontos que mexem com interesses distintos.
“A área da mineração em Juazeiro, por exemplo,
foi uma das que provocaram polêmica”, conta Barreto. Isso porque os interesses
dos mineradores se chocavam com os dos ambientalistas.
“Houve um debate e, no final, achamos um
meio-termo. Nem impedimos nem permitimos que a extração fosse feita de qualquer
forma”, explicou. As nove audiências públicas já foram realizadas, entre 12e29de
novembro, mas quem tiver interesse em consultar e também dar seus palpites, até
fevereiro é possível acessar o site www.zee.ba.gov.br/zee e clicar no link
‘consulta pública’.
Barreto diz que tem uma equipe do governo
encarregada de examinar cada uma das sugestões para depois sistematizar e enviar
para uma comissão estadual. Quando o documento estiver pronto, o que ainda não
tem prazo, será enviado para a votação na Assembleia Legislativa.
O superintendente conta que o estado é
referência no tipo de zoneamento que está fazendo, pois o primeiro estudo desse
tipo feito no Brasil visou apenas a região amazônica. Além da Bahia, os estados
que estão avançados são Minas Gerais (já acabado), São Paulo, Rio de Janeiro e
Paraná.
ATLAS MAPEIA TODO O POTENCIAL DE ENERGIA EÓLICA DO ESTADO DA
BAHIA
Além de mapear as zonas ecológicas, o governo
também mapeou o potencial dos ventos no estado. Através da Secretaria de
Infraestrutura (Seinfra) e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação
(Secti), foi elaborado um Atlas Eólico da Bahia. Com ele foi descoberto que o
potencial do estado era pelo menos dez vezes maior do que se acreditava em 2002.
“O último estudo apontava um potencial de 14,5 megawatts (MW), com torres de 30
a 50 metros. Agora, com torres de 100 a 150 metros, temos um potencial de 150 a
195 MW”, conta o superintendente de energia da Seinfra, Silvano Ragno. Segundo
ele, com esse potencial seria possível abastecer o país inteiro. “O Brasil gasta
115/120 MW por ano. Ainda daria para vender a países vizinhos”, afirma. O Atlas
também descobriu que a região onde estão os melhores ventos é o Sudoeste do
estado. Os ventos ideais para produzir energia precisam ter velocidade maior que
7 m/s e ser constantes.
ENERGIA SOLAR É ALTERNATIVA DE ECONOMIA
E SUSTENTABILIDADE
Inaugurado em abril de 2012, o Projeto Pituaçu
Solar é o primeiro sistema de energia solar em estádios da América Latina. O
sistema fotovoltaico de 400 kWp de potência fica na cobertura e nos
estacionamentos de Pituaçu. O sistema foi custeado pela Coelba, com
contrapartida do governo do estado e participação do Fundo Nacional de
Eficiência Energética, gerido pela Aneel. O investimento total foi de R$ 5,5
milhões. Além de garantir a autossuficiência em eletricidade na edificação, o
Pituaçu Solar abastece também o prédio onde funcionam as instalações da Setre e
da Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb). O governo do estado
informa que os painéis solares proporcionaram, entre abril de 2012 e setembro de
2013, uma economia global da ordem de R$ 222 mil. O projeto é aberto à visitação
de escolas.
Fonte: Correio
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