terça-feira, 14 de agosto de 2012

Crise internacional não afeta a Bahia, diz Gabrielli

Onde está a crise que afeta a Bahia?” O questionamento em tom de provocação foi realizado na noite de ontem (13), no auditório da Fieb (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), pelo secretário do Planejamento, José Sergio Gabrielli, que representou o governador Jacques Wagner, na atividade que integrou as comemorações pelo Dia do Economista.

O titular da pasta do Planejamento apresentou uma série de indicadores que ratificam a sua posição, sobretudo, a partir de dados do comércio exterior, comércio varejista, geração de empregos e investimentos privados previstos para o período 2012-2015.

De acordo com Gabrielli, “a crise atinge pouco os principais parceiros comerciais da Bahia, que são China, Argentina, Estados Unidos e Antilhas Holandesas, porque os produtos exportados são pouco sensíveis à crise, a exemplo da soja, petróleo, papel e celulose e químicos”, destaca.

Segundo o secretário, os valores das exportações cresceram 4,67% entre os meses de janeiro a junho de 2012 no comparativo com o mesmo período de 2011. “É claro que houve uma desvalorização cambial, mas só isso não justifica, como no caso da China – que crescemos 18,8%, sem contar a Argentina (16,3%), Estados Unidos (13,3%), Antilhas Holandesas (10,1%), Itália (7,1%) e Holanda (5,1%)”, ressalta.

Outro setor que vem tendo bom desempenho é o comércio varejista. “Em 2012 crescemos 9,5%, com destaque para combustíveis e lubrificantes (13,2%), que é o produto consumido nos postos e não o produzido na refinaria, além do segmento de hipermercados, produtos alimentícios e bebidas (8,5%), o que demonstra a expansão da renda”, analisa.

Para Gabrielli, outro indicador relevante é o crescimento das operações de crédito para pessoas físicas no estado. “Esse ano já tivemos um crescimento de 33,4%, enquanto a inadimplência se mantém em 6%, o que é relativamente alta, mas segue uma tendência estável”, diz.

Já no que se refere à geração de empregos com carteira assinada, são as micro e pequenas empresas que estão sustentando o mercado. “Entre os meses de janeiro e junho desse ano, sem contabilizar as declarações enviadas fora do prazo, as micro e pequenas empresas criaram 18 mil empregos, enquanto que as médias e grandes empresas, por sua vez, abriram cerca de 200 novos postos de trabalho”, afirma Gabrielli, lembrando ainda que “em todo lugar do mundo, e aqui não é diferente, o bom desempenho das micro e pequenas empresas atinge de maneira positiva a renda e o consumo da população e seu crescimento é resultante do dinamismo desse mercado”, esclarece.

Até o principal tributo estadual, que é o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS), em junho de 2012 apresentou crescimento de 4,8% em relação a 2011 e, no ano, acumula desempenho positivo de 7,5%.



Descolamento

De acordo com o secretário estadual do Planejamento, existe um descolamento da realidade nordestina da brasileira. As principais economias do Nordeste apresentaram, no primeiro trimestre de 2012, um crescimento bem acima da média nacional. Bahia, Pernambuco e Ceará tiveram uma expansão de 4,8%, 4,6% e 3,4%, respectivamente, enquanto que a economia brasileira, nesse mesmo período, apresentou um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,8%.

Enquanto o Brasil apresentou uma estabilidade na taxa de crescimento (0,1%) para o conjunto do setor Industrial, que engloba a indústria de transformação, indústria extrativa mineral, construção civil e serviços industriais de utilidade pública, os estados em destaque apresentaram resultados muito elevados. Já o setor de Serviços, que é o mais representativo em termos de PIB, tanto para o Brasil quanto para os estados nordestinos, a taxa de crescimento nacional ficou situada em 1,6%, enquanto que Ceará (5,0%), Pernambuco (4,5%) e Bahia (4,1%) tiveram resultados expressivos.



O setor industrial baiano merece atenção, sobretudo porque a indústria local produz basicamente produtos intermediários, o que significa que está fortemente atrelada ao crescimento da indústria no país. Diante da conjuntura internacional e da pouca expansão da indústria brasileira (0,1%), o Governo Federal, por meio do Plano Brasil Maior, adotou medidas de estímulo à indústria que trarão reflexos positivos para a Bahia.



“Certamente no segundo semestre as medidas do Governo Federal já trarão efeitos positivos para a indústria brasileira, que esta sim, sente os efeitos da crise internacional”, conclui.


SEPLAN

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