terça-feira, 2 de março de 2010

Quanta cabeça pequena, quanto atraso, quanta mentalidade sem visão de futuro.

Abaixo um grande comentário de Samuel Celestino
TOSCA VISÃO DO ATRASO DE SALVADOR


É uma pena que a cidade tenha perdido um conjunto de projetos de concepção arrojada e futurista para o desenvolvimento e solução, para uma Salvador carente de ideias urbanísticas e uma prefeitura desprovida de quadros técnicos (até porque não tem condições de pagar) que possam conceber estruturas urbanas capazes de solucionar os problemas que a sufocam.
A última grande usina de ideias sobre a cidade foi o engenheiro Mário Leal Ferreira que deixou como legado o conjunto de avenidas de vale, que proporcionou o desenvolvimento de Salvador na direção norte. Mas, ao mesmo tempo, a prefeitura abandonou a Cidade Baixa, onde Salvador nasceu voltada para a Baía de Todos os Santos.
A região do Comércio entrou em colapso e a Península de Itapagipe, que já foi local de residências aprazíveis da classe média, estagnou no passado. A orla da baía, tranquila e de águas mornas, entrou em irreversível decadência.
Em dezembro último, foi oferecida à cidade, em uma solenidade transparente realizada no Trapiche Eventos, na Contorno, o conjunto de projetos idealizado por uma dezena de arquitetos.
Lá estavam o governador Jaques Wagner, o prefeito João Henrique, o ministro Geddel Vieira Lima, profissionais liberais, políticos, empresários e tudo exposto e explicado em total transparência pela Fundação Baía Viva. Citando os autores dos projetos concebidos.
Na Bahia, além de Mário Leal Ferreira, Diógenes Rebouças e outros arquitetos e urbanistas, marcaram uma época, assim com Rômulo Almeida e a sua equipe pensou o desenvolvimento econômico, lá nos anos 50/60, entre outros com o projeto do Pólo Petroquímico de Camaçari que significou um impacto para a modernização da estrutura econômica baiana.
Nos Estados Unidos, empresários, magnatas, capitalistas constituem fundações filantrópicas que doam museus, bancam orquestras sinfônicas, mantêm universidades e se voltam, enfim, para participar no que representa a cultura para um país rico que, supostamente, não precisaria de doações.
A prefeitura de Salvador, inexplicavelmente, não soube agir diante do primeiro debate e, como resposta, a Fundação Baía Viva pediu de volta os projetos doados e concebidos por arquitetos conceituados.
O episódio leva à conclusão de que esta cidade é e será sempre uma Salvador do atraso, da incompetência e da falta de visão.
O conjunto de projetos, no entanto, fica como uma bela semente plantada. No futuro, talvez visões mais amplas entendam o real sentido de uma revolução urbana, pensada para 30, 50 anos, que pretendia plantar ideias, como as que se expandem no mundo, como, aliás, agora acontece em Paris, a partir de Sarkozy.
(Samuel Celestino)
Valha-me DEUS é muito absurdo para ser verdade.

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