Rodrigo Maia é eleito e permanece na
presidência da Câmara
valeriabretas44
minutos atrás
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São Paulo – A Câmara dos Deputados elegeu
nesta quinta-feira (2) o deputado federal Rodrigo Maia
(DEM-RJ) como o presidente da Casa. Maia foi eleito com 293 votos,
em primeiro turno.
O candidato do DEM assumiu a presidência da Casa para um mandato
“tampão” em julho de 2016, após a cassação do então presidente Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Na ocasião, o parlamentar derrotou em segundo turno o favorito do
governo e líder do PSD Rogério Rosso por 285 votos a 170.
Maia é natural do Chile, tem 46 anos e é filho do ex-prefeito do Rio de
Janeiro Cesar Maia (DEM-RJ). Em 1989, ingressou no curso de economia na
Universidade Cândido Mendes (Ucam), mas não concluiu o curso.
Em 1996, aos 26 anos, conquistou seu primeiro cargo público e se tornou
o mais jovem Secretário de Governo da Prefeitura do Rio de Janeiro. Antes, foi
funcionário dos bancos BMG e Icatu.
Seu início na política veio em 1998 ao ser eleito deputado federal pelo
PFL com mais de 96 mil votos. Nessa época, foi um dos principais articuladores
da refundação do partido, processo que resultou na criação do DEM. Assumiu como
primeiro presidente nacional do partido em 2007—e permaneceu no cargo até 2011.
Na Câmara, foi reeleito por três vezes consecutivas em 2002, 2006 e
2010. Em 2012, o deputado tentou a sorte na disputa pela Prefeitura do Rio. O
resultado foi um vexame: teve pouco mais de 95 mil votos—menos de 3% dos votos
válidos. Voltou à Câmara em 2014 para seu quinto mandato em sequência. Maia
declarou ter R$ 736 mil em bens. Destacam-se dois imóveis como os mais
valiosos: um apartamento em São Conrado (RJ) no valor de R$ 304 mil e outro em
São Paulo (SP), de R$ 230 mil. Sua campanha custou mais de R$ 2,3 milhões e foi
financiada, em parte, por doações do próprio pai (R$ 284 mil).
Entram como doadoras também empresas como a JBS (R$ 100 mil) e banco BMG
(R$ 550 mil), o mesmo acusado pelo Ministério Público de ter cometido gestão
fraudulenta ao abastecer o mensalão. Apesar de não ter pendências na
Justiça, o deputado apareceu em investigação da Operação Lava Jato: ele aparece
em mensagens de celular trocadas com Léo Pinheiro, sócio da empreiteira OAS e
amigo do ex-presidente Lula.
A suspeita é que a empreiteira tenha pago caixa 2 à campanha de 2014 do
deputado. Já sobre os Projetos de Lei (PL) criados pelo congressista, se
sobressai o PL 5564/2013 que obriga a instalação de ar condicionado no metrô e
nos ônibus. Segundo o texto, “estudos de medicina do trabalho comprovam que 45%
de motoristas e cobradores sofrem com a vibração do motor dianteiro e o calor
nos ônibus coletivos”.
Outro de destaque é o PL 7405/2014 que pede a
redução da idade para o direito à gratuidade dos idosos nos ônibus de 65 para
60 anos. Além das funções como deputado federal do Democratas, Maia atua como
presidente da comissão especial da Câmara que discute a reforma política no
Brasil.
O que Temer ganha com as
vitórias de Eunício e Maia no Congresso
Bárbara
Ferreira Santos51 minutos atrás
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image/jpeg O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), abraça o presidente
Michel Temer
São Paulo — O resultado das eleições da presidência da Câmara e do Senado já era previsto pelo Palácio do
Planalto e foi considerado uma vitória política para o governo Michel Temer (PMDB).
O senador Eunício Oliveira (PMDB-AL) foi eleito ontem (1)
presidente do Senado enquanto Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito para a Câmara
dos Deputados nesta quinta-feira (2).
Para analistas políticos ouvidos por EXAME.com, as eleições das lideranças
parlamentares não eram uma ameaça para Temer, já que ele é um bom
articulador político e possui uma base sólida no Congresso. Além disso, os
eleitos têm uma relação alinhada com o Planalto e devem colocar as pautas de
Temer como prioridade de votação neste ano.
Já auxiliares do presidente afirmaram que a vitória de Maia e Eunício
Oliveira representa uma “sinalização de comprometimento” dos parlamentares com
a agenda econômica proposta pelo governo peemedebista. “Tudo o que não
precisamos é de um cenário que deixe nossa base estremecida. Precisamos manter
a unidade para levar adiante o plano que estabelecerá a retomada da economia”,
disse um interlocutor de Temer a EXAME.com.
Para especialistas, esse cenário já era esperado pelo governo. “A
relação de Temer com o Congresso é o seu ponto forte. Possivelmente é o seu
ativo mais importante, já que em popularidade e conexão com a sociedade ele é
um dos mais fracos presidentes da história da República”, afirmou Ricardo
Sennes, sócio-diretor da Prospectiva Consultoria.
Para o cientista político Carlos Ranulfo, professor do Departamento de
Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o governo
comemora o resultado das eleições porque a manutenção dessa base sólida,
consolidada pelas eleições desta semana, é que pode dar estabilidade a Temer
para concluir o mandato. “Dilma não conseguiu manter a base, por exemplo, mas
Temer tem isso bem assegurado. A base vai se manter assim a não ser que ela
seja atropelada pela Lava Jato”, afirmou o especialista.
Ranulfo afirma que, apesar da maioria no Congresso, Temer ainda
enfrentará resistências para aprovar as pautas do Planalto. “Do Legislativo não
virá problemas de governabilidade de Temer. No entanto, isso não quer dizer que
ele vai passar o que quer e como quer. É mais fácil eleger o Eunício do que
aprovar a reforma da Previdência no Senado”, explicou o cientista político.
Os dois especialistas explicaram que a situação mais confortável para
Temer será exatamente no Senado, onde ele possui maioria mais estável. “Eunício
e seu grupo são favoráveis às reformas estruturais, porém com menos entusiasmo
do que Temer e sua equipe econômica. Devem ser apoiadores, mas imporão algumas
mudanças e regras de transição mais ampliadas”, ponderou Sennes.
No caso do Senado, Temer teve ainda mais motivos para comemorar.
Evitando interceder na disputa pelo comando da Casa, o presidente viu a
composição da Mesa Diretora ser composta majoritariamente por aliados, segundo
auxilares do peemedebista no Planalto.
Ranulfo acrescentou que, na presidência do Senado, Eunício poderá
ainda se posicionar contra as investidas da Lava Jato, que ameaça figuras
centrais do governo Temer. “Ele já até disse que vai se posicionar toda vez que
um poder se colocar na frente do outro. Isso é um recado claro para o STF”,
disse o professor da UFMG.
Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, embora não seja do mesmo
partido de Temer, tem sido favorável às reformas estruturais do governo e
mostrou alinhamento com o Planalto na Câmara. “Maia é a peça chave para
contrabalançar o poder do “centrão”, afirmou Sennes. “Certamente uma enorme
vitória para Temer.”
Segundo os especialistas, a saída de Cunha da
Câmara desmobilizou o chamado “centrão” e as pautas do “baixo clero” terão
menos fôlego, o que beneficia os projetos do Planalto.
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