Eduardo Gonçalves13 horas atrás
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Os principais movimentos que
saíram às ruas em 2015 e 2016 para pedir o impeachment da ex-presidente
Dilma Rousseff (PT) marcaram uma nova manifestação para o dia 26 de março. A
convocação começou a ser feita nesta segunda-feira pelos grupos Vem pra Rua,
Movimento Brasil Livre (MBL), Nas Ruas e Revoltados Online, entre outros.
O mote agora é
mostrar o apoio incondicional à Operação Lava Jato e a
contrariedade ao que entendem como interferência política sobre a
investigação, como o desmonte da equipe da Polícia Federal, a escolha de
investigados para cargos estratégicos no Congresso e a indicação do
ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, pelo presidente Michel Temer para uma
vaga no Supremo Tribunal Federal. “Nosso mote será: Brasil
sem partido, pois não queremos um STF que se dobre às vontades deste ou de
qualquer outro governo, agindo com lentidão para salvar os que têm foro
privilegiado, utilizando-se dele para escapar da justiça”, diz texto
assinado por sete movimentos que integram o ato.
Na esteira da greve da Polícia Militar no
Espírito Santo, que gerou uma onda de insegurança no Estado, os
grupos também defenderão o direito de os cidadãos portarem
armas. “Voltamos às ruas. Desta vez, pelo fim do estatuto do desarmamento,
fim do foro privilegiado, pelo bom andamento da Lava Jato e pelas reformas
trabalhista e previdenciária — cortando privilégios e mamatas de políticos e do
Judiciário”, escreveu o MBL em sua página no Facebook.
A data foi decidida nesta
segunda-feira após os movimentos entrarem em um acordo. A ideia é
ocupar as principais avenidas das maiores cidades do país, como aconteceu
nos mega-protestos contra Dilma. Em São Paulo, o palco será novamente a Avenida
Paulista, com estrutura de carros de som, bandeirões e trios elétricos.
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O último ato, realizado em 4 de
dezembro do ano passado, o primeiro na era Temer e também a favor da Lava Jato,
não conseguiu atrair tanta gente como na época do impeachment, mas reuniu milhares de pessoas em pelo
menos sete capitais — São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza e Belém. Na ocasião, predominou o clamor
pela saída do então presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL).
A líder do movimento Nas Ruas,
Carla Zambelli, afirmou que a população está preocupada principalmente com o
cargo vago do Ministério da Justiça, que coordena a Polícia Federal, e com a
indicação de Moraes, que era filiado ao PSDB, ao STF. “Queremos passar o recado
de que o povo acordou e não vai dormir mais. Indicar uma pessoa com
partido desagradou muita gente. Agora, essa possível indicação de alguém
do PMDB para a pasta da Justiça gerou muita comoção nas redes. Vemos a
possibilidade de um desmonte da Lava Jato”, disse ela, que reiterou não ver
“ainda” motivo para pedir o impeachment de Temer. Nas últimas semanas, caciques
do PMDB, investigados na Operação, conseguiram cargos chaves no Congresso
para viabilizar projetos de seu interesse.
Reportagem de VEJA desta semana
mostram como próceres dos três poderes estão se movimentando para abafar a Lava
Jato, em Brasília, como a opção política pelo nome de Moraes, o remanejamento
de personagens centrais da força-tarefa da Operação, a escolha do senador
Edison Lobão (PMDB-MA) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça
do Senado, e a recriação do ministério da Secretaria de Governo que garantiu
foro privilegiado a Moreira Franco, um dos braços direitos de Temer citado na
delação da Odebrecht. A explicação dessas ações feitas à luz do
dia seria justamente o silêncio das ruas.
O
presidente da República, Michel Temer, fez um pronunciamento hoje para
aplacar as críticas, dizendo que não há nenhuma ação
de blindagem em curso e que afastará todos os ministros que forem denunciados
na Lava Jato.
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