terça-feira, 15 de abril de 2014

Publicado em O Sarrafo

 Publicado em ArtigosPublicações | Descrição: PostCommentsIcon Comente primeiro! »
Descrição: PostDateIcon 14/abr/2014 . 20:42 | Autor: O Sarrafo
Prezado blogueiro:

A assistência a saúde mental no âmbito hospitalar está em reforma sob o guarda-chuva jurídico/assistencial da Reforma Sanitária em Saúde Mental concebida para o SUS. Saliento que esta reforma é fruto do amplo debate e o desejo histórico de profissionais envolvidos que procuram tirar o estigma do paciente psiquatirico já retratado na telona com o filme Bicho de 7 cabeças. O  HGLV, junto a coordenação do cuidado da Superintendência da Assistência Integral à Saúde da SESAB, a Coordenação Regional de Saúde Mental e a Coordenação Municipal de Saúde Mental, está inserido, junto a outras instituições do Estado nesse processo de mudança de paradigma. Certo que toda mudança gera além de desafios, primárias incompreensões e resistências. Porem temos como finalidade garantir de uma assistência integral aos usuários a nível ambulatorial com a participação ativa e interdisciplinar das equipes e familiares no cenário do CAPES. Assim acolhidos nas suas necessidades de cuidado à saúde fomentar a garantia de acesso às consultas/avaliações e medicamentos específicos como também avaliação em clínica geral, pois muitos dos pacientes que apresentam alguma necessidade em saúde mental apresentam também outros problemas de saúde. Nesse sentido a assistência ambulatorial descentralizada se configura como o espaço ideal para o cuidado. Entretanto vivemos, embora tentamos promover a mudança, uma assistência não integrada aos moldes de manicômio no município onde pacientes não encontram portas de acesso na rede assistencial ambulatorial e são obrigados a procurar o hospital até para questões simples como avaliação clinica, solicitar exames clínicos e reproduzir receituário médicos. Os pacientes ditos “psiquiátricos”, mesmo aqueles compensados ou com doença mental não psicótica não encontram espaço de atendimento em PSFs e consultas médicas nos postos de saúde. Desta forma eles não tem acesso regular a medicação e as famílias, em desespero, diante a impossibilidade de cuida-los no domicilio os abandonam em hospitais. Reflexo disso é que no momento na enfermaria psiquiátrica encontram-se três pacientes-moradores já de alta da psiquiatria há vários anos, porem com dificuldades para se ré-inserir na comunidade. Esta situação está sendo coordenada junto a  DAIS-SESAB, Defensoria e Ministério Público e devemos ter avanços nos próximos meses. A saída seria a implementação dos CAPES adulto, infantil e drogas e a residência terapêutica como equipamentos de assistência. Descentralização da assistência em saúde mental com garantias de cuidado integral ao paciente na rede ambulatorial. O HGLVF continua e continuará a atender os pacientes, mas somente em processo de surto agudo devolvendo-os à família, uma vez compensados, para a continuidade do cuidado. O anexo será reformado ou uma enfermaria será montada para este fim com somente 06 leitos (considerados na quantidade necessária se aplicados corretamente). O dinheiro para o município equipar a assistência mental está sendo repassado fundo a fundo desde julho/2013 com repasse mensal de 73.906,59 reais totalizando até o momento mais de 500.000 reais, sem retorno para a assistência [ver http://www.fns.saude.gov.br/visao/consultarPagamento/pesquisaDetalhadaPagamento.jsf ]. Abertos para o debate estamos e este tema já foi objeto de discussão na CIB, CIR, MP, Defensoria Publica e CMS. Agora com a sua ajuda na Blogosfera.
abs, Julio Guzman

Nenhum comentário: