quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Hemoglobina glicada: exame essencial para o controle do diabetes


O exame de hemoglobina glicada - avaliação que dá a indicação da média da glicemia nos últimos três meses - é considerado o padrão ouro para o controle do diabetes. Por isso, de nada adianta o paciente fazer dieta rigorosa nos dias que antecedem a realização da glicemia de jejum, para obter níveis mais baixos, uma vez que a hemoglobina glicada revelará a real situação, agindo como um "fofoqueiro", como definiu com muita didática e humor a coordenadora de Educação e Apoio à Rede (Codar), do Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (Cedeba), Maria das Graças Velanes.

O assunto foi apresentado hoje, na primeira sessão de atualização em diabetes deste ano, iniciativa do Cedeba, por meio da Codar, com o tema "Avaliação do Controle Glicêmico com Ênfase na Hemoglobina Glicada - Grupos de Educação DM (diabetes mellitus)", no auditório do Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães Netto. Com esta ação, o Cedeba multiplica o seu conhecimento, orientando trabalhadores do SUS da capital e do interior, tendo por objetivo a atualização quanto ao manejo clínico em diabetes e práticas educativas.
Cuidados
Graça Velanes explicou os cuidados que devem ser adotados na realização dos diferentes exames que avaliam os níveis de glicose no sangue. Na glicemia de jejum, por exemplo, o paciente deve estar em jejum há oito horas, enquanto que para a hemoglobina glicada não há necessidade de jejum. Na glicemia pós-prandial, realizada duas horas após a refeição, o tempo deve ser contado a partir da primeira garfada e não ao término da refeição, como muitas pessoas fazem.
É preciso - defendeu a coordenadora da Codar - que as unidades de atenção básica também solicitem o exame de hemoglobina glicada para os pacientes diabéticos a cada seis meses para os casos de diabetes tipo 2 e três vezes por ano o tipo 1. Ela pontuou que o paciente com diabetes precisa de acompanhamento, porque apesar da importância do auto-cuidado, ele é limitativo, ao analisar o depoimento de um paciente de 25 anos, diabético desde os 15, feito numa rede social (Grupo Doce Vida), em que ele relata que foi ao médico, e que por estar com o nível de glicose sob controle, foi orientado a retornar no prazo de um ano.
A palestrante mostrou a necessidade de técnicos encaminharem aos gestores os quantitativos de exames de hemoglobina glicada - exame que tem a cobertura do SUS - com base no número de pacientes com diabetes, a fim de inclusão no planejamento, assegurando a realização do exame, atitude que contribui para o controle do diabetes.
Os níveis de glicemia de jejum, pós-prandial e glicada, que sofrem pequena variação em função da faixa etária, foram apresentados pela palestrante. Enquanto a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) define para a população adulta, maior de 20 anos, glicemia de jejum entre 70 a 130, pós prandial menor do que 180 e hemoglobina glicada menor que 7, para os idosos, esses números são, respectivamente, 120, 140 e 8.
É muito importante - explicou - manter os dados da hemoglobina glicada sob controle. Ela disse que no Cedeba o indicador é a redução de 50% do valor de hemoglobina glicada excedente semestralmente. Ela apresentou a fórmula do Excel para calcular com rapidez e segurança os níveis de hemoglobina dos pacientes, separando-os apenas pelas faixas e níveis definidos pela SBD.

A.M.V. Mtb 694/Ba 
Cedeba/sessão2
Fonte:PortalSesab

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