terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Economia e seu crescimento...

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Magazine Luiza prevê abrir até 40 lojas este ano

Novas lojas vão funcionar no Nordeste, região que responde por 15% das vendas da rede de varejo


O Magazine Luiza vai manter, neste ano, um patamar de investimentos semelhante aos R$ 146,1 milhões desembolsados em 2013. O valor representou uma queda de 16,4% sobre o total aplicado em 2012. Parte dos recursos deve ser investido em aberturas de lojas e, segundo Marcelo Silva, diretor-superintendente da rede, a expectativa é abrir de 30 a 40 unidades em 2014. Como a varejista opera também com lojas menores, que vendem por terminais de internet e exigem menos recursos, a rede consegue abrir novos pontos desembolsando somas menores.
"As aberturas terão como ênfase o Nordeste", disse Silva, em teleconferência com analistas ontem. A região responde hoje por 15% das vendas da rede. Em 2013, foram inauguradas 17 lojas e fechadas 16 unidades. Cerca de 90% do valor aplicado em 2013 foi em reforma de lojas e em tecnologia.
O comando da empresa acredita ser possível crescer acima da média do comércio eletrônico em 2014 e manter o avanço de dois dígitos nas lojas físicas. Além disso, prevê manutenção da margem bruta este ano, apesar do "ambiente mais desafiador e de uma sazonalidade típica pelo evento da Copa do Mundo", informou a companhia em relatório de resultados.
A empresa conseguiu voltar ao azul no ano passado, após forte queda no lucro em 2011 e prejuízo em 2012. Os dois anos foram períodos de reestruturação de duas redes adquiridas, Baú e Maia, o que acabou afetando resultados. O lucro líquido somou R$ 113,8 milhões em 2013, versus prejuízo de R$ 6,7 milhões em 2012. De outubro a dezembro, o ganho foi de R$ 33 milhões, alta de 239,6%.
A receita líquida em 2013 cresceu 14,5%, para R$ 8,09 bilhões e no quarto trimestre, subiu 21,1%, para R$ 2,48 bilhões. A margem líquida em 2013 foi de 1,4%, versus margem negativa de 0,1% em 2012. A varejista encerrou o ano com 744 pontos de venda.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou R$ 131,8 milhões no quarto trimestre, nível recorde para a empresa, com alta de 61,8%. No ano, o Ebitda ficou em R$ 476,9 milhões, expansão de 84,2%.
De acordo com a companhia, os fatores responsáveis pela melhoria do indicador foram o bom desempenho de vendas e a diluição de despesas - que reduziram após o fim da reestruturação das redes adquiridas Baú e Maia -, aliado ao desempenho da Luizacred, companhia do grupo Magazine Luiza em parceria com Itaú Unibanco.
Luiza Trajano, presidente da rede, voltou a defender a decisão de adquirir Maia e Baú, e também reforçou que acredita no programa "Minha Casa Melhor", do governo federal. "Demorou mais tempo do que imaginávamos [a integração das redes], mas não nos arrependemos. Talvez [as aquisições] não aconteceram no tempo certo de vocês [analistas], mas no tempo certo para a gente", afirmou ela, durante teleconferência.
O programa "Minha Casa Melhor", uma linha de crédito para compra de bens duráveis para quem adquiriu imóvel pelo "Minha Casa Minha Vida", contribui de "forma incipiente" para as vendas da rede, segundo relatório da varejista. Mas Luiza Trajano, antiga defensora do projeto, disse que as expectativas são positivas.
"O programa representa 6% a 7% das vendas em algumas cidades. Em municípios com poucos beneficiados pelo programa, é menos mesmo. No Nordeste e interior de Minas Gerais, isso já está crescendo mais. Móveis deve ser a segunda linha com crescimento dentro do programa, após as famílias trocarem geladeiras, TVs, computadores", afirmou ela.
A Luizacred teve seu melhor ano, com lucro líquido de R$ 34,1 milhões de outubro a dezembro, equivalente a uma rentabilidade de 32,4% anualizada. Como consequência, a margem Ebitda atingiu o nível recorde de 15,4% no período (no último trimestre de 2012, foi de 12%).
Um melhor mix entre as vendas pelo crediário e pelo cartão Luiza e o aumento das vendas de produtos ligados a crédito ajudam a explicar o resultado da financeira. Expansão do uso de serviços financeiros pelos clientes e a melhora nos indicadores de inadimplência também explicam o desempenho.
No último trimestre de 2013, a varejista decidiu provisionar R$ 22,7 milhões brutos no balanço (ou R$ 15 milhões, líquidos de impostos), equivalentes a 0,9% da receita líquida, para o programa de participação nos lucros e resultados (PLR) para 5 mil dos 24 mil funcionários da empresa. A soma será paga em março. "Em 2011 e 2012 não provisionamos PLR. Em 2013 pagamos e resolvemos destacar no balanço. Isso não é bônus de diretoria", esclareceu Silva a analistas. "Em 2014, vamos provisionar trimestralmente", disse ele.



Fonte: Valor Econômico

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