Brics rejeitam reduzir acumulação de reservas
Por Assis Moreira - Valor Econômico
De Paris
Brasil, China e África do Sul, que integram o grupo denominado Brics, e mais a Argentina rejeitam nova ofensiva de países desenvolvidos para que reduzam o ritmo de acumulação de reservas internacionais, ainda mais no cenário atual de crescente volatilidade.
Uma proposta no G-20 visa países com reservas "claramente acima de níveis de precaução", ou seja, acima do considerado necessário. O foco é essencialmente a China, com seus US$ 3,2 trilhões de reservas internacionais.
Somente os Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - têm mais de US$ 4 trilhões de reservas internacionais. Certos analistas acham que a China vai acumular mais US$ 600 bilhões somente no ano que vem.
Para se proteger contra capitais de fluxos voláteis ou como resultado de estratégia de crescimento baseada em exportações, o que normalmente inclui políticas cambiais, vários emergentes têm acumulado enormes volumes de reservas internacionais.
Robustas reservas em várias economias, incluindo o Brasil, têm sido consideradas essenciais para ajudar esses países a atravessar crises globais. A acumulação de reservas serve como um colchão contra choques externos.
Mas críticos notam também que isso vem com custos para os países e que a acumulação de reservas, se excessiva, pode trazer um ônus para o sistema monetário internacional, com má alocação de recursos.
O confronto continua dentro do G-20. Para vários emergentes, o máximo que o grupo deve propor é que o Fundo Monetário Internacional (FMI) continue a trabalhar no desenvolvimento de medida para avaliar o volume de reservas adequadas que abranja melhor as circunstâncias de cada país.
Diante da crescente volatilidade nos mercados financeiros e da maior aversão ao risco, os emergentes enfrentam pressões no seu balanço de pagamentos. Seja por meio da fuga de capital, do menor ganho com exportações, entre outros. Na visão de vários países, o uso de uma forma de medição que inclua várias fontes de riscos pode ser útil nesse contexto.
Na avaliação de países como o Brasil, a análise de reservas adequadas mais diretamente vinculadas a fundamentos (como políticas cambial e monetária) deveria encorajar o setor privado, incluindo agências de classificação de risco, a usar a mesma medida
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