GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
Grupo de Trabalho Executivo do PMI SEPLAN Nº 001/10
PMI Sistema Viário Oeste
Relatório de Análise dos Estudos Apresentados
2. Metodologia de Avaliação
O PMI SEPLAN 001/2010, em seu Anexo 1, definiu que os estudos apresentado pelas empresas interessadas seriam organizados em cinco blocos:
1. Estudo de concepção da Ponte Salvador-Itaparica;
2. Estudo de concepção global do Sistema Viário Oeste,incluindo projeções de demanda de tráfego e modelagem econômico-financeira;
3. Avaliação dos impactos do SVO sobre a malha rodoviária regional;
4. Avaliação do impacto demográfico e socioeconômico do SVO sobre municípios da região diretamente afetada; e
5. Avaliação preliminar do passivo e do impacto ambiental sobre a Baia de Todos os Santos (BTS) e a ilha de Itaparica.
O mesmo PMI, em seu Anexo 2, definiu critérios totalizadores de pontuação para a seleção dos estudos, que são respeitados neste relatório.
Visando o desenvolvimento mais aprofundado do exame, o GTE resolveu:
a) realizar reuniões de trabalho, confeccionando notas técnicas e tabelas;
b) preceder a totalização dos resultados da avaliação de crítica detalhada de cada bloco, com base em critérios que serão descritos nos próximos itens;
c) seguir em linhas gerais a estrutura de estudos proposta pelo PMI, mas reorganizar o conteúdo dos estudos nos seguintes elementos, que correspondem, com maior fidelidade, ao material efetivamente apresentado pelos concorrentes:
1. Concepção da Ponte, correspondendo aos volumes
2 e 3 da proposta da Planos e ao volume 1 e anexos
1.1, 1.2, 1.3, 1.4 e 1.5 da proposta do Consórcio;
2. Concepção viária e estimativas de fluxo de tráfego, correspondendo ao volume 7(4) da proposta Planos e aos volumes 3, 3.1, 3.2 e 3.3 apresentados pelo Consórcio;
3. Aspectos Ambientais, correspondendo ao volume 7(6) da Planos e aos volumes 5.1, 5.2, bem como aos anexos 5.1 a 5.6 da proposta do Consórcio;
4. Impactos Urbanísticos, correspondendo ao volume 7(5) da Planos e aos volumes 4, 4.1 e 4.2 do Consórcio; e
5. Concepção global do SVO e modelagem jurídico financeira, correspondendo aos volumes 4, 5 e 6 da Planos e ao volume 2 do Consórcio.
3. Critério 1 - Concepção da Ponte
No que concerne ao anteprojeto de engenharia e arquitetura da ponte, a análise das propostas apresentadas guiou-se pelas seguintes questões gerais:
A ponte Salvador-Itaparica, obra de arte destinada a durar um século,deve ter padrões estéticos compatíveis com a preservação paisagística da BTS;
O projeto deve ser adequado a um fluxo de tráfego crescente, resultante não apenas do movimento desviado das rodovias existentes e daquele induzido pelo aumento da população da Ilha, mas também - e, sobretudo - pelo incremento no longo prazo da renda pessoal dos baianos;
A concepção deve incorporar não apenas soluções para o tráfego de veículos de carga e de passeio, mas também para o transporte público de massa;
A cabeceira da Ponte em Salvador deve incluir soluções viárias que não agravem os problemas de mobilidade da Capital;
O projeto deve ser compatível com a expansão do Porto de Salvador;
A estrutura deve preservar a viabilidade das operações portuárias no interior da BTS, bem como pressupor a implantação de múltiplos estaleiros e grandes unidades industriais nos municípios do entorno desta Baía;
O projeto deve minimizar impactos ambientais, uma vez que a estrutura será erguida sobre uma Área de Proteção Ambiental-APA e terá consequências física ecológicas e socioeconômicas de grande proporção; e, finalmente,
A concepção deve levar em conta a razoabilidade das estimativas de custos e a exequibilidade do cronograma físico-financeiro para a realização da obra.
3.1. Principais elementos considerados
O conjunto dos elementos considerados na análise deste item está discriminado na tabela 1, em anexo. Os elementos definidos como de maior peso para a avaliação dos anteprojetos da Ponte apresentados foram os seguintes:
Integração na paisagem da BTS (componente estética e afinidade paisagística);
Altura geral e altura do vão central (elementos fundamentais paraa navegabilidade na BTS e para a segurança do tráfego marítimo);
Comprimento do vão principal (em função dos itens anteriores);
Distância entre pilares (idem);
Método construtivo (avaliado pelas óticas da engenharia e do impacto ambiental);
Parâmetros estruturais (considerados custos de manutenção,níveis de serviço e outros elementos);
Largura das faixas e do acostamento (considerados uso para tráfego diversificado e crescente, níveis de segurança e de serviço);
Número de faixas/presença de via segregada (idem);
Previsão de sistema de evacuação e serviços de emergência;
Conexão viária em Salvador (com foco nas condições de mobilidade na Capital);
Solução para passagens de grandes estruturas (notadamente plataformas petrolíferas e portaineres);
Análise de interferência nas áreas portuárias (com foco na preservação da navegabilidade para o transporte marítimo de carga);
Clareza e razoabilidade das estimativas de custos da Ponte; e
Exequibilidade do cronograma físico-financeiro.
3.2. Pontuação e Avaliação das propostas
Foram avaliadas duas propostas apresentadas pelo Consórcio – soluções “Expressa” e “Portal” – e uma apresentada pela outra concorrente – denominada “Planos”. Ao final da análise e conforme
mostra a tabela 1, o projeto “Expressa” obteve 331 pontos, o projeto “Planos” 332 pontos e a proposta “Portal” 395 pontos.
A opção pelo projeto “Portal” deve ser atribuída principalmente às seguintes considerações:
Trata-se de um projeto que apresenta as melhores contribuições em termos estéticos e paisagísticos, notadamente quando se leva em conta sua solução para os pilares (simples e em menor número), o comprimento do vão central e o design do estaiamento.
Apresenta melhores soluções para a navegabilidade e para a preservação das atividades portuárias e industriais no interior da BTS, principalmente na medida em que prevê trecho móvel de“altura infinita”; deve-se acrescentar que esta segunda
necessidade – cujo atendimento foi exigido pelo PMI – não teve solução apresentada no anteprojeto “Planos”.
Prevê um total de seis faixas de tráfego, sendo duas segregadas,o que garante melhores condições de mobilidade, segurança e nível de serviço no longo prazo; as duas outras propostas
(Expressa e Planos) são de pontes com quatro faixas, o que implicaria saturação de tráfego, queda da qualidade de serviço e menor segurança (considerando-se a alternativa de eliminação futura dos acostamentos).
Apresenta custos menores que a alternativa “Planos”.
Eliminada a alternativa “Expressa” apresentada pelo Consórcio, a análise dos estudos subsequentes passou a ter como referência a comparação entre as propostas de concepção “Portal” versus “Planos”.
4. Critério 2 - Concepção viária e estimativas de fluxo de tráfego
No que diz respeito ao anteprojeto rodoviário do SVO e às estimativas de fluxo
futuro de tráfego, a análise das propostas apresentadas guiou-se principalmente pelos seguintes pontos:
Qualidade dos estudos de tráfego, haja vista a importância das estimativas de fluxo viário para a modelagem econômico-financeira do projeto;
Determinação do nível de serviço, vale dizer do grau de mobilidade ou fluidez do tráfego de passagem esperado, que é variável fundamental para a definição das características da infraestrutura demandada; e
Condições de acessibilidade de transporte público (elemento pouco discutido em ambas as propostas), e
Interferência da rodovia a ser duplicada (atual BA 001) e das vias marginais a serem construídas no território urbano (ou a ser urbanizado) da Ilha de Itaparica.
4.1. Principais elementos considerados
O conjunto dos elementos considerados na análise deste item está discriminado na tabela 2, anexa. Os elementos definidos como de maior peso para a avaliação dos documentos apresentados foram:
Estudo do tráfego induzido por desenvolvimento urbano (com foco no impacto da expansão urbana prevista para a Ilha de Itaparica);
Estudo do tráfego induzido por acessibilidade(estimativas relativas aos efeitos da superação do atual gargalo – o sistema ferry boat – na conexão Salvador-Ilha);
Estudo do tráfego desviado (estimativas relacionadas ao impacto
do SVO sobre a atual malha rodoviária regional, particularmente,
sobre o tráfego oriundo da BA 001 e das BRs 101, 116 e 242, e
convergente para Salvador via BR 324);
Determinação do nível de serviço, e
Acessibilidade do transporte público.
4.2. Pontuação e avaliação das propostas
Ao final da análise, os estudos apresentados pelos concorrentes obtiveram a seguinte pontuação: 217 pontos para aqueles apresentados pela Planos e 225 para os oferecidos pelo Consórcio.
O GTE considerou, assim, que há equilíbrio relativo entre os dois conjuntos de estudos, tendo ambos os concorrentes apresentado contribuições de qualidade, sendo relevantes os estudos sobre a situação atual das rodovias que integrarão o SVO (diagnósticos), aspectos geológicos e topológicos do traçado, estimativas de custos de obras, além das já citadas projeções de tráfego.
Continua...
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