DE BRASÍLIA
Integrantes da bancada do PP reunidos nesta quarta-feira Brasília avaliaram como "insustentável" a situação do ministro das Cidades, Mario Negromonte.
No domingo, reportagem da Folha mostrou que Negromonte passou a ser tratado na Esplanada dos Ministérios como se fosse um fantasma.
Ele deixou de ser chamado para reuniões sobre os preparativos para a Copa 2014, tem recebido menos recursos do que outros grandes ministérios e não influi mais no desenho dos principais programas da sua área, como o Minha Casa, Minha Vida.
"A julgar pela reportagem --e nenhum desmentido--, ficou insustentável e se agravou substancialmente [a situação]. Este ambiente foi gerado pelo próprio ministro, o protagonista de toda essa situação foi ele", afirmou o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB).
Uma parte dos 41 deputados do partido já queria a saída de Negromonte. Reclamam que não são atendidos e não têm suas emendas liberadas na própria pasta. O ministro conta com o apoio de dez integrantes da bancada.
"O ministro é tratado como um fantasma, estamos descolados do ministério e do ministro. Nós somos trouxas e o governo se diverte", disse o ex-governador Espiridião Amin (SC).
Segundo a Folha apurou, os deputados da bancada já discutem, inclusive, nomes para substituir Negromonte. Parlamentares da bancada falam em Beto Mansur (SP), o ex-governador Esperidião Amin (SC) e o senador e ex-deputado Ciro Nogueira (PP-PI).
"O sentimento é de que não há mais clima para Negromonte ficar. A situação não é boa para o ministério nem para o partido", disse o deputado Jerônimo Goergen (RS).
A Folha também apurou que alguns deputados se exaltaram durante a reunião da bancada.
Insatisfeitos com o tratamento dado por Negromonte, os deputados Arthur Lira (AL) e Toninho Pinheiro (MG) ameaçaram retirar suas emendas das Cidades e destiná-las a outras pastas.
PLANALTO
No começo da tarde de hoje, o líder do PP relatou à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, por telefone, a insatisfação da bancada com as emendas não empenhadas.
O deputado Eduardo da Fonte, de Pernambuco, disse que o isolamento do ministro no Executivo também se reflete na bancada e que apoiará qualquer decisão tomada pelo líder do partido.
Negromonte é o único titular do PP na Esplanada e comanda o terceiro Orçamento do governo para investimentos (R$ 7,6 bilhões).
Ele assumiu o cargo por pressão da legenda, mesmo sem contar com o entusiasmo da presidente. Dilma preferia manter Márcio Fortes no posto, mas a sigla preferiu mudar o nome.
Em agosto, a bancada destituiu o deputado Nelson Meurer (PP-PR) da liderança ao alegar que ele não representava o pensamento dos deputados.
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